Novo Metal: cenário goiano está cheio de recém-chegados
Quem está ligado no cenário musical goiano sabe que além de sertanejo tem muito rock…
Quem está ligado no cenário musical goiano sabe que além de sertanejo tem muito rock e rap. E quando se diz rock, tem de todo tipo, inclusive de Heavy Metal.
E como bom celeiro musical que é, Goiânia não pode parar: a capital está cheia de bandas recém-formadas, com menos de três anos de estrada, que já começam a se destacar no circuito independente.
Com isto em mente, separamos quatro bandas dessa nova leva para você conhecer o que nossa cidade tem a oferecer.
Krakkenspit
Na vertente mais clássica, a Krakkenspit é formada pelos ex-membros da banda Terminator. “A gente queria mudar, começar uma nova fase. Tem toda essa história mitológica do Kraken e resolvemos adotar esse nome”, conta o baixista Julian Stella. Com apenas um ano e meio de estrada, o grupo gravou três músicas e um videoclipe e se prepara para gravar um disco completo no futuro próximo. Eles participaram recentemente do festival Todas as Tribos e agora fecharam com uma agência para promover suas músicas no intuito de agendar shows pelo Brasil. O baixista conta que a banda não está tentando se enquadrar com nenhum gênero: “A gente na verdade não preocupa muito em seguir uma linha, nossas composições são bem espontâneas. Não estamos tentando rotular nada”. Sobre o clipe, ele conta que tudo foi feito de forma independente, com produção e edição da própria banda, deixando a música falar por si. “Foi bem simples, o que deu esse tom sóbrio para o clipe”, explica.
Leech Eclipse
Este power trio death metal/grindcore surgiu de uma conversa entre amigos a caminho do show de outra banda. “Estávamos na van indo para Brasília ver o show do Facada”, conta o guitarrista Alexandre Talmo, “a gente foi trocando ideia e surgiu a banda. Marcamos o primeiro ensaio, deu certo e demos continuidade”. O primeiro show deles foi em dezembro de 2016 e de lá pra cá muita coisa rolou. A banda já fez mais de 20 shows pelo Brasil e lançou um disco, chamado Cegueira, além de gravar videoclipes. Os planos para 2018 seguem a todo vapor: “vamos participar do tributo ao Nasum, que é uma banda sueca, vai participar gente do mundo todo e a gente teve essa honra de participar”, conta Talmo, e as honrarias não param aí, “Vamos participar do aniversário de 20 anos da banda Corja, vamos ter essa honra de tocar no mesmo palco”. Da jornada até agora, ele conta que a banda faz planos para um novo álbum e que a melhor coisa tem sido se conectar e corresponder com outras bandas: “essa troca de figurinhas é muito bacana”.
Frieza
Com uma sonoridade mais experimental, que bota doom, progressivo, death e muito mais, tudo no mesmo balaio, vem a Frieza. A banda começou como uma brincadeira entre o vocalista Augusto Chita e o baixista Júlio César, mas os ensaios sem compromisso acabaram dando frutos. “Começamos a dar mais vida pras composições, os ensaios ficaram mais intensos e resolvemos gravar e fazer uma coisa mais séria, dando vida pra banda em 2017”, conta Chita. Tanta vida que rendeu um disco, disponível no site bandcamp e que deve ser lançado fisicamente e em outras plataformas digitais em breve. “A nossa intenção é essa de não cair em uma caixa. Tem de tudo um pouco”, explica Chita sobre a sonoridade experimental do grupo, “quando a gente começou as nossas composições estavam muito death metal e aí decidimos mudar, tentar sair desse comum que a gente já ouviu um milhão de vezes”. Segundo ele, a vontade é evitar cair na mesmice: “As partes que eram rápidas deixamos lentas, sacou, temos muita influência de bandas mais experimentais que é o que mais instiga a gente”. O grupo já fez shows em Brasília, São Paulo, Mogi Mirim, Campinas e Uberlândia e para este semestre já estão com 10 datas agendadas. “Não podemos revelar tudo por razões contratuais”, Chita faz mistério, mas shows em Goiânia, Formosa e Brasília já estão confirmados.
Arvak
Tem novidade também nas vertentes mais extremas do black/death. A mais nova desta lista, a Arvak começa a engrenar agora com apenas duas músicas gravadas, mas já causando burburinho no cenário underground. A vocalista Amanda Sousa entrou na banda quase por acaso: “Eu conhecia o baterista e a ex-baixista e me chamaram pra fazer um teste, eles gostaram e eu fiquei”, conta ela. Logo Amanda e os demais membros já começavam a compor as primeiras canções do grupo, geralmente com temáticas sobre guerra e sobre a mitologia nórdica, um assunto comum entre os membros. “Eu já gostava de escrever da cultura nórdica e os meninos também gostam da temática. Recentemente a gente vem experimentando escrever sobre outras coisas com a mesma pegada do som”, conta ela. Até o nome da banda tem contexto: vem do cavalo Arvak que puxa a carruagem da deusa Sol ao lado de Alsvid. “Arvak significa ‘cavalo com crina radiante’, segundo a cultura nórdica. É um significado meio sombrio, porque esse cavalo anda entre o mundo real e o mundo dos mortos, então ele está nesse caminho entre o vivo e o morto. Aí a gente assinou embaixo”, conta a vocalista. Com um ano de banda, Sousa conta que eles não esperavam a repercussão da banda e agora eles estão se organizando para preparar material: “A gente ia fazer só um projeto, não achávamos que ia ter nenhuma proporção, mas começamos a levar a sério e pensamos em gravar tudo, material físico, videoclipe, mas essas coisas não saem do nada”, explica. A vocalista também destaca a presença feminina na banda e no meio metal, convidando as meninas para cantar e tocar: “tem muitas mulheres aí que querem tocar o estilo e se sentem reprimidas, com vergonha e às vezes nem tentam. É pra acabar com esse medo”, declarou.