Obras de ficção devem retratar história do racismo nos EUA, afirma Tom Hanks em jornal
O ator americano Tom Hanks afirmou que as obras de ficção devem retratar o racismo…
O ator americano Tom Hanks afirmou que as obras de ficção devem retratar o racismo histórico nos EUA para “honrar a verossimilhança e autenticidade dessa forma de arte”.
“Hoje, eu acho que o entretenimento ficcional histórico deve retratar o fardo do racismo em nossa nação para honrar a verossimilhança e autenticidade dessa forma de arte”, escreveu a estrela de Hollywood em artigo no The New York Times.
No texto, Tom Hanks afirma que estudou história americana em boa parte da vida, quase sempre sob uma perspectiva branca. Ele diz que não conhecia, por exemplo, um massacre ocorrido em 1921 em Tulsa (Oklahoma) em que brancos assassinaram ao menos 300 pessoas negras, até 2020, quando leu sobre o assunto no próprio jornal.
Ele diz que a história que lhe foi ensinada continha poucos personagens negros, e estende a crítica à indústria do entretenimento. “Até relativamente pouco tempo, a indústria do entretenimento, que ajuda a definir o que vira história e o que é esquecido, fazia a mesma coisa. Isso inclui projetos meus”, escreve.
“Até recentemente, o Massacre de Tulsa não era visto em filmes ou séries. Graças a projetos atuais, como ‘Watchmen’ e ‘Lovecraft Country’ esse não é mais o caso. Como outros documentos históricos que mapeiam nosso DNA cultural, eles irão refletir quem realmente somos e ajudar a determinar qual a nossa história por completo, quais são os fatos de que precisamos nos lembrar.”
O ator diz que o fato de as escolas não ensinarem casos como o Massacre de Tulsa, por “ser, talvez, honesta demais, dolorosa demais para nossos jovens ouvidos brancos” resulta em uma omissão educacional inadmissível.
“O quão diferente as perspectivas teriam sido se nós todos tivéssemos aprendido sobre Tulsa durante a quinta série? Hoje, eu acho a omissão trágica, uma oportunidade perdida, um momento de aprendizagem escanteado.”
Tom Hanks conclui o artigo afirmando que as escolas devem passar a ensinar os alunos sobre o massacre de 1921 e que devem também parar de embranquecer os currículos “para evitar desconforto nos alunos”.
“Uma Wall Street negra não teve sua existência permitida, foi reduzida a cinzas; mais de 20 anos depois, a Segunda Guerra Mundial foi vencida apesar da segregação racial institucionalizada; mais de 20 anos após isso, as missões Apollo colocaram 12 homens na Lua, enquanto outros homens estavam lutando pelo direito ao voto”, afirma.
“A história dos EUA é bagunçada, mas saber disso nos faz pessoas mais sábias e mais fortes”, escreve o ator.