Olavo de Carvalho vai pagar R$ 2,9 milhões a Caetano Veloso
Ele pode entrar com novo recurso na Justiça
A Justiça do Rio negou novo recurso do guru bolsonarista Olavo de Carvalho, 74, que alega não ter como pagar ao cantor Caetano Veloso, 78, uma multa acumulada de R$ 2,9 milhões por conteúdo ofensivo contra o artista. A decisão cabe recurso.
A ação começou em 2017 quando Carvalho publicou mensagens nas redes sociais chamando o cantor de “pedófilo”. A advogada Clara Leite, que defende Caetano, explica que foi preciso entrar com uma carta rogatória na Virgínia (EUA) onde Carvalho tem residência para fazer a intimação.
Mesmo com as decisões da Justiça favoráveis a Caetano, o guru bolsonarista se recusou a apagar as publicações nas redes sociais e as multas cobradas por dia pelo conteúdo ofensivo foram aumentando até chegar nos R$ 2,9 milhões.
Carvalho já tinha entrado outras vezes com recursos para não pagar as multas contra o cantor e perdeu. Apesar desta nova decisão da Justiça, a disputa entre Carvalho e Caetano ainda não chegou ao fim. O guru do presidente pode entrar na Justiça com mais recursos para tentar não pagar as multas.
Essa é só mais uma disputa entre ambos. Em 2019, o escritor Olavo de Carvalho registrou uma queixa-crime contra Caetano Veloso após artigo publicado pelo músico na Folha.
O documento pedia que Caetano respondesse pelos crimes de calúnia, difamação e injúria. O advogado de Olavo, Francisco Carlos Cabrera, que assina a petição, refere-se ao músico como “canalha”, “delinquente travestido de colunista”, e diz que Caetano alega ter sido exilado (durante a ditadura), “mas nunca mostrou um documento”.
Olavo de Carvalho alega que o artista teria ofendido sua honra ao publicar artigo na Folha em outubro do ano passado. No artigo em questão, o músico baiano critica uma postagem de Olavo feita nas redes sociais pouco antes do segundo turno das eleições.
“Olavo de Carvalho sugere em texto que, caso Bolsonaro se eleja, imediatamente à sua posse seus opositores sejam não apenas derrotados mas totalmente destruídos enquanto grupos, organizações e até indivíduos”, escreveu Caetano Veloso.