Orgulho

Os melhores personagens LGBT da cultura pop

Para encerrar o mês do orgulho com chave de ouro, escolhemos alguns personagens que se destacam

O mês do orgulho LGBT está chegando ao fim. Para encerrar, separamos alguns personagens de séries, HQs e video games que mostram como a representativide queer tem mudado na cultura pop ao longo dos anos.

São muitos os personagens, embora raramente eles sejam protagonistas. Portanto, resolvemos destacar personagens mais conhecidos ou que tiveram uma contribuição mais significativa. Isso significa que muita gente ficou de fora, então se seu personagem favorito não está na lista, nos lembre dele e porque você acha ele legal nos comentários. Não estabelecemos uma ordem, apenas seguimos o fluxo. Vamos lá?

Televisão/Cinema

Clarke – The 100

Clarke é a protagonista bissexual da surpreendentemente boa série pós-apocalíptica The 100, disponível na Netflix. Nela, Clarke é a líder de um grupo de jovens condenados que chega à Terra para tentar colonizá-la após séculos exilados em uma estação espacial. No meio desse caos e outras conspirações, Clarke ainda arruma tempo para se envolver romanticamente com Lincoln (Ricky Whittle) e depois com Lexa (Alycia Debnam-Carey), que rapidamente se tornou uma das personagens favoritas dos fãs. O que aconteceu depois não vem ao caso.

Sophia – Orange is the New Black

OITNB é recheada de personagens LGBT, incluindo sua personagem principal, Piper. Portanto tivemos que escolher a nossa favorita, e facilmente chegamos à transexual operada Sophia. Na trama, a transição da personagem é explorada em todo o seu arco e em como ela foi parar na prisão. Além disso a série explora como Sophia tem que lidar com o preconceito de outras mulheres. OITNB sempre foi excelente por causa de suas personagens e Sophia é uma das mais ricas.

Maura – Transparent

A premiada série da Amazon é genial e coleciona troféus por um motivo. A série acompanha um homem idoso que se revela trans e todos os desafios que isto implica, especialmente em relação à sua família. Transparent lida muito bem tanto com seu lado cômico como com o dramático e sua personagem principal é incrível. Maura mostra que nunca é tarde demais para se aceitar como você realmente é e que o mundo não tem o direito de ditar as regras da sua felicidade.

Capitão Holt – Brooklyn 99

O capitão Holt é um personagem raríssimo, seja em comédia, seja em séries policiais. Brooklyn 99 não é apenas uma das melhores séries de comédia da atualidade como também não tem medo de explorar a militância deste personagem que, em vários momentos, relembra a todos do seu desafio diário de ser um chefe de polícia negro e gay. A série até relembra às vezes o martírio de Holt quando era mais jovem e enfrentava um departamento policial ainda mais preconceituoso nos anos 80. Seu personagem é sólido e uma lufada e ar fresco em um gênero que tende a se alimentar de estereótipos.

Cosima – Orphan Black

A melhor coisa desta excelente série de ficção-científica é, de longe, Cosima. A cientista é a personagem mais inteligente do seriado, a primeira a sacar o que estava acontecendo e a única capaz de desvendar os mistérios ao redor das clones de Sarah Manning. A personagem rapidamente se tornou a favorita dos fãs além de ser uma inspiração feminina sobre independência e conhecimento. Orphan Black, apesar das suas bizarrices, já é uma série essencial e que ficaria muito sem graça sem a presença dessa personagem.

Nomi – Sense8

Outra personagem trans, também vivida por uma atriz trans, Nomi é a melhor personagem da recém-cancelada Sense8 e uma das personagens com uma história e trajetória mais inspiradoras. Não é à toa que a personagem se tornou tão popular no Brasil, o país que mais mata pessoas trans (e LGBT em geral) no mundo. Ver uma representação positiva e combativa como Nomi, vivida por uma atriz que realmente conhece os desafios da transição, tem um peso e significado enorme.

Titus Andromedon – Unbreakable Kimmy Schmidt

Titus é um personagem que brinca com o estereótipo e o vira de ponta cabeça. Integrante do elenco principal da série de nonsense escrita por Tina Fey, Titus possui toda uma jornada de descobrimento em que ele vai de um machão no armário que para uma diva das artes cênicas, trocando de nome e de personalidade no processo, quase uma metamorfose. Titus nos relembra constantemente que não é preciso ser perfeito e é OK ter uma tonelada de dúvidas, mas que o importante, sempre, é ser quem você é.

Alvo Dumbledore – Harry Potter

O bruxo mais poderoso do universo de JK Rowling não é apenas gay como teve um caso de amor e ódio com o bruxo das trevas Grindelwald, sendo obrigado a destruí-lo anos antes do surgimento de Voldemort. O caso de Dumbledore faz parte do cânone de Harry Potter, mas nunca foi explorado nos livros. A esperança dos fãs agora é que os novos filmes, que narram a saga dele e de Gindelwald, façam justiça ao personagem e contem maiores detalhes deste relacionamento para os fãs.

Frank Underwood – House of Cards

O presidente dos EUA, o homem mais poderoso do mundo, é bissexual, com fortes tendências homossexuais dominantes, se envolvendo com alguns homens ao longo da série e até mesmo tendo um grande amor do passado, forte o bastante para gerar ciúmes em sua esposa Claire. A parte mais interessante da sexualidade de Frank em House of Cards é mostrar que ela não precisa ser uma prisão: o personagem se envolve com que o atrai, ponto final, independente de sexo ou gênero.

Korra – A Lenda de Korra

Tudo em A Lenda de Korra é melhor do que Avatar e Aang, e isso inclui o final. Ao longo das temporadas, a tensão sexual óbvia entre ela e Asami só foi crescendo para que, no final, as duas acabassem juntas. Korra e Asami entraram para a história como o primeiro casal gay de uma animação infantil ocidental, assumindo enormes riscos. A série mostra que não há idade para transmitir a mensagem de que toda forma de amor vale a pena.

Bill – Doctor Who

O Doutor já teve vários personagens LGBT em sua patota, como o capitão bissexual Jack Harkness e até um casal vitoriano entre uma alienígena reptiliana e uma mulher. Mas agora o doutor tem sua primeira companheira gay: Bill, recém-introduzida na série e vivida por Pearl Mackey. A própria atriz se disse muito feliz com isso e, à BBC, disse: “é importante dizer que as pessoas são gays, é importante dizer que as pessoas são negras. Eu me lembro de assistir TV como uma jovem miscigenada e de não ver pessoas parecidas comigo”.

Oberyn Martell – Game of Thrones

O príncipe Oberyn, vivido por Pedro Pascal, tinha apenas três coisas em mente: beber, transar e se vingar. Quanto às duas primeiras coisas, ele não fazia qualquer restrição. Chamar o personagem de bissexual talvez seja limitador: ele está mais para pansexual. Com um estilo de vida completamente hedonista, o príncipe de Dorne, assim como Frank Underwood, não deixava o seu prazer ser limitado por caixinhas e fazia questão de sempre experimentar coisas novas.

Games

Birdo – Super Mario Bros

Introduzida em Super Mario Bros 2, Birdo é descrita na própria caixa do jogo como “um menino que quer ser menina”, entrando para a História dos games como o primeiro personagem abertamente trans. De lá pra cá, Birdo já apareceu em dezenas de jogos da franquia, em alguns como vilão, em outros como mocinha. O que é inegável é seu legado e sua parte no cânone que não foram mexidos em mais de 30 anos de trajetória.

Ellie – The Last of Us

Ellie é uma personagem muito rica, em boa parte por ser uma jovem adolescente, bem no meio da puberdade em The Last of Us. Na expansão do jogo, ela possui um breve casinho com sua melhor amiga, descobrindo que, talvez, ela goste de meninas. No final, Ellie não está realmente certa sobre isso, o que é ótimo, porque é assim que a adolescência é: muitas dúvidas e poucas certezas e isso é normal. Talvez com o lançamento de The Last of Us: Part II nós venhamos a descobrir um pouco mais já que a personagem está mais velha.

Poison – Final Fight/Street Fighter

O que começou como um estereótipo nojento, misógino e ofensivo deu uma volta de 180º e virou símbolo de empoderamento. Poison surgiu nos anos 1980 como uma das vilãs de Final Fight, beat’em up muito popular da época, mas na sua versão americana, Poison foi trocada por um cara. Motivo: os americanos acharam que os jogadores iam hesitar de bater em mulheres. Para justificar a mudança, virou parte do cânone que Poison nasceu homem (como na versão americana), mas que se descobriu trans e passou por uma transição (resultando na versão japonesa). Porém, com o passar dos anos, a personagem acabou abraçada pela comunidade de jogadores, virando ícone trans. Sua popularidade cresceu tanto que Poison até retornou recentemente como uma personagem jogável de Street Fighter. Nunca uma ideia ruim deu tão certo.

Erica Anderson – Catherine

Catherine é uma verdadeira joia que deveria ser jogada por todas por vááários motivos. Um deles, porém, é Erica. No jogo ela é uma garçonete que se apaixona por Toby, um sujeito muito mais novo, virgem e que é bastante machista e misógino. Mesmo passando muita raiva, Erica embarca em um longo processo de aprendizagem com Toby. O principal motivo? Erica é uma trans operada e muito do que Toby diz lhe é ofensivo. O rapaz é tão bobo que mesmo depois que eles fazem sexo ele continua sem saber sobre Erica até ela ter que ser bastante direta com ele. Contando aqui não é tão impactante, mas de novo, Catherine deveria ser jogado por todos.

Bill – The Last of Us

Bill é um maluco paranoico que vive isolado e quase mata Ellie e Joel quando se encontram. E ele também é gay. O personagem chegou até mesmo a ganhar um prêmio por fazer algo que às vezes ainda é raro: um personagem LGBT que não é definido por sua queerness. No caso de Bill, ser gay é apenas mais uma característica e nem é algo marcante. O que marca Bill é ele ser louco de pedra.

Dorian – Dragon Age Inquisition

O mago Dorian marcou a BioWare por ser o primeiro personagem gay do estúdio. O jogador pode se envolver com ele, mas precisa necessariamente estar jogando com um personagem masculino. Ele foi a resposta para anos de pedidos dos fãs por mudança, algo que não havia acontecido em Mass Effect, por exemplo. Porém, vale ressaltar que era possível ter romances gay em Dragon Age 2, a diferença é que nenhum personagem era exclusivamente gay.

Krem – Dragon Age Inquisition

Outra mudança que o jogo trouxe foi um soldado trans Krem. Ele não faz parte do party e não pode se envolver romanticamente com o jogador, mas foi mais uma cartada de inclusão feita pela BioWare, já que o personagem tem grande papel na extensa jornada do Inquisidor para salvar o mundo.

HQs

 

Deadpool

Se o filme não deixou isso claro o bastante, vamos sublinhar aqui: Wade Wilson não liga a mínima para gêneros. Embora ele não tenha se envolvido com nenhum homem no cinema (ainda), isso já aconteceu algumas vezes nas HQs. Embora o personagem tenda a ser um pouco solitário (ninguém suporta o Deadpool), ele já teve suas aventuras ou senão pelo menos tentou: dando em cima a torto e a direito sobre vários heróis e vilões com graus variados de sucesso.

Batwoman

Kate Kane é a melhor personagem LGBT da DC embora ainda não seja tão conhecida. A heroína é a única da “Família Batman” que não possui uma ligação direta e que nem é financiada por Bruce Wayne: ela faz tudo sozinha. Kate é uma ex-militar dos EUA que foi expulsa das Forças Armadas por ser gay (até poucos anos atrás, era proibido ser um militar abertamente LGBT nos EUA). A personagem então se torna uma heroína e tem até mesmo um longe caso de amor com a detetive Renée Montoya, mais conhecida como a heroína Questão.

Arlequina

Pouca gente sabe (ou se lembra), mas tanto nos Novos 52 quanto nas HQs anteriores, a primeira pessoa com que a Arlequina se envolveu amorosamente após romper com o Coringa foi sua melhor amiga: a Hera Venenosa. Ao longo dos últimos anos, este é um caso que vem e vai: às vezes elas são só amigas, às vezes são mais que isso. O que importa é que essa amizade colorida envolve uma das personagens mais populares da DC atualmente e que é cânone até mesmo em outros universos da editora, como em Injustice DC’s Bombshells.

John Constantine

 

O mais babaca de todos os magos é conhecido por ser mulherengo, mas o britânico também não dispensa a companhia de homens. Ao longo de mais de 35 anos de HQs, seja como Hellblazer seja nas publicações do universo heroico da DC, Constantine sempre foi bissexual e nunca fez segredo disso. Em Hellblazer há até mesmo uma piada interna na qual John dá a entender que um dos seus namorados se chamava Wayne e morava em uma mansão. A DC nunca confirmou.