Crítica

‘Rainbow’: Kesha fala de empoderamento, perdão, Godzilla e alienígenas no novo álbum

A cantora abandonou o EDM e trouxe um álbum inspirado no rockabilly e no country, resultando em um pop cru, consistente e adulto

Após longas batalhas judiciais contra seu ex-produtor, Dr. Luke, a cantora Kesha está de volta ao mercado fonográfico. A popstar lançou nesta sexta-feira (11), em lojas físicas e plataformas digitais, seu novo disco: Rainbow. Um trabalho mais sóbrio e mais cru, com letras mais consistentes se comparado ao antigo material da cantora.

De visual novo e influenciada pelo rockabilly e pelo country, Kesha mostra, neste disco, que sofreu, amadureceu e está pronta para uma nova fase em sua carreira. Ao contrário dos discos Animal (2010) e Cannibal (2010), que lançaram a popstar no mercado, ela parou de glorificar noitadas de bebedeira e diminuiu consideravelmente a quantidade de auto-tune na voz.

Aliás, a voz de Kesha é um ponto que deve ser destacar em Rainbow. Ao compararmos TiK ToK Praying, por exemplo, nem parece que foram compostas e cantadas pela mesma pessoa. Hoje, a popstar apresenta um vocal mais consistente, controlado (que pouco lembra o fiasco do Rock in Rio 2011) e maleável.

Redenção, empoderamento, Godzilla e alienígenas

Se o foco não é fazer música para festas com drinks e homens, qual é o foco em Rainbow? Em entrevistas recentes, Kesha disse que este álbum é o mais pessoal de sua carreira. “Eu escrevi todas as músicas deste disco, elas são todas bem pessoais”, contou ela no Good Morning America.

A cantora disse ainda que este álbum salvou sua vida. PrayingLearn To Let GoBastardsRainbow são faixas que comprovam o que a Kesha disse. São músicas que mostram uma mulher que luta para superar a pior fase de sua vida. E, claro, estamos falando das batalhas judiciais com Dr. Luke.

Em faixas como WomanBoogie FeetHunt You Down, Kesha traz a imagem de mulher independente que consegue fazer tudo sozinha. Uma imagem que ela já sustenta desde os tempos de Blah Blah Blah, em meados de 2010.

E, como faz parte da personalidade desta popstar excêntrica, há uma faixa sobre uma possível experiência com extraterrestres, Spaceships. Similar à faixa Supernatural do disco Warrior, que narra uma suposta aventura sexual da cantora com um fantasma, nesta ela fala sobre um contato com OVNIs e sobre ser resgata por ETs e levada a um planeta distante de uma galáxia solitária.

Ah, sim. E ela compara um ex-namorado a Godzilla em uma faixa que leva o nome do monstro.

O veredito

Kesha fez bem em abandonar o EDM, as baladas e o gliter. Rainbow talvez seja o melhor álbum de sua carreira. É um pop cru, adulto, mascarado de country, rock e folk. Para este repórter, há dúvidas,  já que Warrior, apesar de ser um disco feito por ela a contragosto, é redondinho e bem produzido.

Rainbow nos entrega, pela primeira vez em anos, uma Kesha verdadeira (convenhamos, não dá para ser rato de festa para sempre, e grande público já tinha essa noção em meados de 2011). Ela está madura, segura de si, renovada e pronta para ganhar o mercado fonográfico e os holofotes, como fez em 2010.

Caso não queira ouvir o disco inteiro para comprovar esta resenha, ouça: Bastards, Praying, Learn To Let Go, Haunt You Down Old Flames (Can’t Hold a Candle To You) – cover de uma canção popularmente conhecida na voz de Dolly Parton e com participação especial da própria!

Ouça o novo disco de Kesha, Rainbow: