Muita gente não sabe ou não se lembra, mas foi o Batman de Tim Burton, lançado em 1989, que ressuscitou o interesse do grande público em super-heróis e que o filme se envolveu em várias polêmicas: ele foi considerado uma má ideia, muito sombrio e até violento. Além disso, houve uma descrença geral de que o ator Michael Keaton, na época conhecido por fazer comédias, conseguiria viver o perturbardo e soturno Bruce Wayne.
Talvez por estar rodeado de tanta incerteza, o projeto acabou afastando outro ator no quam Tim Burton estava interessado, Ray Liotta, que mais tarde ficaria marcado por seu papel em Os Bons Companheiros, de Martin Scorsese. Em entrevista ao LA Times, Liotta disse que em sua carreira, reconhecidamente estelar e cheio de grandes projetos, ele confessou que um de seus únicos arrependimentos foi ter deixado o Batman passar.
O motivo era bem compreensível: na época, o Batman era associado ao seriado camp dos anos 1960 e, conhecendo Tim Burton, a ideia parecia ruim e destinada ao fracasso: “Acho que Tim Burton é um ótimo, ótimo diretor, sempre me arrependi não ter ido me encontrar com ele, sabe, pelo menos para conversar sobre o papel. A coisa toda parecia boba”, contou. O filme de 89 acabou por fazer tanto sucesso que gerou uma continuação e redefiniu esteticamente o Homem Morcego por toda a década de 1990.