Roteiristas de Hollywood dão indicativo de greve

Segundo informações do site The Hollywood Reporter, 96% dos membros do Sindicato de Roteiristas de Hollywood votaram a favor de uma greve contra estúdios e produtoras dos Estados Unidos. Os escritores buscam um acordo com a Alliance Of Motion Picture and Television Producers, representante das grandes emissoras norte-americanas.

Caso não haja parcimônia entre as duas partes, haverá uma paralização a partir do dia 2 de maio. O Sindicato dos Roteiristas busca maiores salários e pagamento maior pelas séries que vão para as plataformas de streaming. Além disso, melhorias no plano de saúde.

Mais por menos

O Sindicato também está discutindo o número de episódios por temporada, que tem diminuído com o passar do tempo. Ao passo que séries há mais tempo na televisão, como “Grey’s Anatomy” e “Supernatural”, têm temporadas de 22 a 24 episódios, produções mais recentes têm de 8 a 10 capítulos.

Conforme informações da revista Variety, em produções com 10 capítulos por temporada, roteiristas chegam a trabalhar seis meses, ganhando menos de US$ 30 mil por episódio. A publicação conta que, em produções como estas, os escritores acabam trabalhando mais para ganhar menos.

2007 se repetindo

Um indicativo de greve como este não acontecia desde 2007, quando houve uma paralização geral de novembro a fevereiro de 2008. Muitas séries em seu auge foram afetadas pela greve, reduzindo temporadas e atrasando episódios.

Em um comunicado, a Alliance of Motion Picture and Television Producers relembrou que, neste período,  escritores “perderam mais de US$ 287 milhões em compensações nunca foram recuperadas, acordos foram cancelados, e muitos roteiristas pediram empréstimos para se manterem”, lê-se.

Quem sofrerá?

Das séries veteranas, apenas aquelas cujos roteiros não foram finalizados ainda. “Game Of Thrones”, por exemplo, já está com toda a sua temporada gravada e terá prejuízos só se algum episódio precisar de alterações. Produções inéditas ou com temporadas para estrear, entretanto, correm risco de serem gravemente afetadas pela greve.