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Saiba a causa da morte de Cid Moreira

Médico disse que jornalista ficou 29 dias internado. "Teve dignidade no tratamento final"

O jornalista Cid Moreira morreu nesta quinta-feira (3) aos 97 anos em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Segundo boletim do hospital, a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos, condição que ocorre quando dois ou mais órgãos vitais perdem a sua função ao mesmo tempo.

No Brasil, a falência múltipla dos órgãos afeta cerca de 25% dos pacientes internados em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva). De acordo com o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), o número de órgãos comprometidos aumenta a chance de morte. Se dois órgãos são comprometidos, a mortalidade é de 60%. Se a falência é de três órgãos, a taxa sobe para 85% e no caso de quatro órgãos ou mais é de 100%.

A sepse (choque séptico) é a causa mais comum para a síndrome, mas ela também pode ser desencadeada por infecções generalizadas, traumas queimaduras, pancreatite, síndromes de aspiração, doenças autoimunes, eclampsia e envenenamento.

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Os pulmões, os rins, o estômago e o fígado são os órgãos mais afetados, além de lesões cardíacas pós-traumáticas, cerebrais pós-traumáticas, glandulares e intestinais; também alterações do perfil de imunidade e de coagulação.

“Teve dignidade no tratamento final”

Cid Moreira passou 29 dias internado, segundo o doutor Nélio Gomes Junior, da clínica Santa Teresa, em Petrópolis, que comandou o tratamento do apresentador. O médico revelou que o veterano se manteve lúcido, com “a cabeça ótima” durante todo o tempo de internação.

“Ele teve dignidade no tratamento final, com a cabeça ótima. Tive o prazer de conversar com ele nesses 29 dias. A sensação é que desde que eu vejo televisão eu vejo o Cid Moreira, é um ícone. Pude conviver com ele nesses 29 adias, passar momentos de esperança.”

Segundo o doutor, o apresentador chegou ao hospital no dia 4 de setembro, após apresentar uma peritonite.

“Ele já vinha fazendo diálise em casa, tinha insuficiência renal crônica. Fazia tratamento em casa para ter mais conforto, poder ficar no lar. Fazia diálise há mais de três anos”, explicou.

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O médico disse que o longo tratamento acabou causando uma peritonite, que levou à internação.

“Cid já tinha um certo grau de atrofia muscular, complicações para se movimentar. Teve um trombose venosa nos membros inferiores, e precisou ficar acamado mais tempo. Um paciente de 97 anos que fica mais acamado, com as complicações que tinha, se torna mais grave. Por isso, ele veio para a unidade coronariana. Foi um tratamento multidisciplinar, com ajuda do pessoal da infectologia, para escolher os antibióticos; nefrologia, para manter a diálise; nutrição. Essa infecções de repetição acabam gerando um desgaste no organismo. O tubo digestivo já não absorvia bem. Ele teve todo o atendimento que poderia ter diante das complicações. Mas, infelizmente, um paciente de 97 anos com múltiplas comorbidades acabou evoluindo para múltipla falência dos órgãos.”