novela

Saiba como ‘Pantanal’ filmará a cena da castração de Alcides por Tenório

Sequência é prevista para ser exibida em outubro

(Foto: Reprodução - Divulgação Globo)

Castração na novela?! Prevista para ir ao ar no capítulo de “Pantanal” a ser exibido no dia 1º de outubro, a cena em que Alcides, vivido por Juliano Cazarré, é supostamente capado por Tenório, interpretado por Murilo Benício, promete deixar a mesma dúvida que intrigou o público em 1990: afinal, o ex-marido de Maria, vivida por Isabel Teixeira, de fato lhe “corta os bagos“, como promete?

Um dos indícios de que a coisa não foi bem como anunciou Tenório é o fato de o casal voltar em seguida para a fazenda de José Leôncio, encarnado por Marcos Palmeira, sem vestígios de qualquer sangramento ou de algum curativo que sanasse o grande ferimento provocado por uma ação como aquela.

Foi assim na versão original e assim está previsto para acontecer dessa vez, segundo o texto entregue por Bruno Luperi, responsável pela adaptação da obra do avô Benedito Ruy Barbosa.

A sequência de 32 anos atrás, como mostra o capítulo de péssima qualidade disponível no YouTube, aponta sangue nas mãos de Tenório, então vivido por Antônio Petrin, mas esse vestígio não se prolonga a ponto de indicar uma castração ou o corte do pênis, como ele insinua. Alcides e Maria vão embora de lá em seguida e aparecem na fazenda de José Leôncio contando que foram atacados por uma onça.

Na versão atual de Pantanal, a cena, que em tese pode ser tratada como uma das mais violentas da novela, também mereceu de Luperi um tom de suspense.

“A gente pode esperar um novo tratamento para isso, até porque, na época, foi criada uma ambiguidade sobre o fato. O que é mais forte é a intenção do que foi feito, e muito menos o que foi feito. É uma questão de honra de dois homens anacrônicos, um atacando o outro”, disse ele sobre o episódio, quando a novela estreou e os capítulos do remake já estavam escritos.

No texto enviado para a gravação, ao qual a reportagem teve acesso, Luperi volta a insinuar que o trauma psicológico supera a dor física da cena.

“Satânico, Tenório abre a porta e revela por trás de si o cenário de uma tortura. O alvo de sua raiva foi, em suma, arrasar a virilidade com as ferramentas que ele tinha à mão. E o peão, coitado, está caído no chão, desfalecido, estropiado. Pior do que as marcas de tortura pelo seu corpo, são as cicatrizes psicológicas que essa noite deixará. Maria, que esteve amarrada do lado de fora esse tempo todo, se agita.”

O peão vivido por Angelo Antonio em Pantanal sofria o golpe bem na frente de Maria, deitado à rede, devidamente imobilizado. Agora, Tenório fecha a porta do quartinho e passa a chave. Maria se arrasta até a porta, tentando espiar o que se passa lá dentro pelas frestas. Ela só consegue tentar reconstituir o que se passa lá pelos barulhos, tendo antes tentado salvar Alcides de toda forma. “Você gosta tanto assim dele?”, quer saber Tenório.

Ainda segundo o texto, que sempre pode sofrer alterações na hora da gravação, os três estão na tapera, para onde Tenório seguiu depois de flagrar o casal no quartinho onde Alcides dormia, na sua fazenda. Maria e o peão vão até lá para que Maria converse com a filha, Guta (Júlia Dalavia), na certeza de que Tenório estaria viajando.

“Alcides se debate e, aos poucos, começa a esganiçar”, diz o texto do capítulo. “Os urros de dor e sofrimento de Alcides transbordam pela tapera e se espalham pela noite. A medida que a câmera se afasta, seus gritos vão se dissipando até só se ouvir os sons da boca da noite. O que se passa naquela tapera, talvez, nós nunca iremos saber.”

Na versão original de Pantanal, Alcides chega a sangrar, mas logo aparece recomposto, pronto para voltar à fazenda do novo patrão.

Assim como no texto de 32 anos atrás, Maria e Alcides inventam para Leôncio e família que foram atacados por uma onça e por isso sumiram do radar de todos nas 24 horas anteriores.

Mas a história logo apresentará contradições e Alcides se verá forçado a revelar que, na sua concepção, “não é mais macho”, remissão que parece ser mais psicológica do que real.

+ Atriz de ‘Pantanal’ usa termo considerado racista e é corrigida ao vivo no ‘Encontro’