Saudades de um Rock in Rio, né?
Rock in Rio começa hoje e teremos aquele sem número de shows para todos os gostos e idades
O Rock in Rio começa hoje. Até o domingo da semana que vem teremos artistas de todos tamanhos, estilos, gêneros, estéticas, posicionamentos e trajetórias nos diversos palcos do festival mais famoso do Brasil e um dos mais reconhecidos do mundo.
De Iron Maiden a Ludmilla, Gangrena Gasosa a Ivete Sangalo, Coldplay a Ratos de Porão, Djavan a Alok… São 250 shows em palcos espalhados por toda a Cidade do Rock. Nesse extenso rol, é claro que você encontrará ao menos uma dezena de artistas que lhe excitam e fariam você sair de casa para assistir. Se esses shows não fossem dentro de um festival, é claro.
Dizem que festival é coisa pra quem é jovem. Ou quem tem o espírito jovem. Ambos requisitos os quais não ostento. Por isso que digo que festival não é para mim. Já estive por duas vezes no Rock in Rio e sei do que estou falando.
Na primeira edição do Rock in Rio, em 1985, eu tinha ainda cinco anos de idade e só me recordo de uma matéria ou outra na Rede Globo. Já na de 1991, fiquei vidrado na televisão. Enchi o saco da minha mãe para que ela me levasse, o que prudentemente ela nem deu ideia. Assisti todos shows transmitidos pela Globo sonhando em estar ali perto do palco de Guns n’ Roses, Faith no More e tantos outros que eu só ouvia na rádio.
Em 2001, tive meu debut no Rock in Rio. Fui a trabalho, já como estagiário de Jornalismo da Rádio Interativa. Assisti James Taylor, Beck, Oasis, Guns n’ Roses, Foo Fighters, REM e… prometi para mim mesmo que nunca mais voltaria ao festival. Que experiência terrível. Tudo longe, fila pra tudo, tudo caro, tudo cansativo. Muita treta pra pouca diversão.
Mas dizem que língua só existe para ser queimada, não é mesmo?
No ano de 2017, The Who foi anunciado como headliner de uma noite. Tive que esquecer minha promessa e embarquei para o Rio de Janeiro. Eu, nesse hiato de 16 anos, se mudei foi pra pior. Já o festival melhorou muito. A experiência mudou demais. O conforto avançou horrores, tudo ficou muito mais fácil e percebi que agora seria possível frequentar o festival sem os perrengues que enfrentei na terceira edição.
Desde então, nenhum artista me excitou o suficiente para me levar de novo ao Rock in Rio. Quem sabe não pinta um Neil Young em 2024 pra valer o ingresso?
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Rock In Rio/Divulgação