‘Seinfeld’: Disponível na Netflix, conheça 21 episódios essenciais da série
Boa notícia para os fãs de comédia: à partir desta sexta, dia 1º, todas as…
Boa notícia para os fãs de comédia: à partir desta sexta, dia 1º, todas as nove temporadas de “Seinfeld“, uma das séries fundamentais do gênero, ficam disponíveis para os assinantes da Netflix.
Super popular nos anos 1990, o programa de TV encabeçado pelo comediante Jerry Seinfeld ficou famoso por falar “sobre o nada”. Os episódios não tratavam de política, família ou qualquer coisa além de situações corriqueiras. Mesmo trintona, ainda influencia muitas produções atuais.
A série chegou ao catálogo da Netflix após a perda de outras atrações queridinhas do público, como “The Office” e “Friends”, para outros streamings. À época do anúncio, em 2019, veículos de Hollywood disseram que o acordo pelos direitos de “Seinfeld” foi de mais de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,7 bilhões no câmbio de hoje).
Para guiar os novatos no universo de “Seinfeld” e ajudar os nostálgicos a matar a saudade, convidamos três fãs da série para selecionar uma lista com os melhores episódios e comentar porque são imperdíveis.
A seguir, Luciana Coelho, secretária-assistente de Redação e colunista de séries do jornal Folha de S.Paulo, Teté Ribeiro, jornalista e crítica de mídias na Folha de S.Paulo, e Zeca Camargo, colunista na Folha de S.Paulo, dão seus pitacos sobre “Seinfeld”.
A APOSTA
O quarteto decide apostar que conseguem ficar sem se masturbar.
LUCIANA COELHO: O trato emburrece Elaine e aviva George -e, porque “masturbação” era palavra inadequada para o horário nobre, cunhou-se a mais seinfeldianas das expressões em inglês, “king of my domain”, para denotar autocontrole sobre o corpo.
TETÉ RIBEIRO: A mãe do George pega ele se masturbando e diz: “encontrei meu filho tratando seu corpo como se fosse um parque de diversão”.
ZECA CAMARGO: Piada com masturbação é geralmente uma muleta; aqui é uma obra-prima.
EUA, 1992. Direção: Tom Cherones. 12 anos. Temporada: quatro (episódio dez). Na Netflix
O ARDOR
Enquanto Kramer e Mike treinam situações médicas, Puddy, namorado de Elaine, afirma ser religioso.
TR: Elaine não acredita em Deus, mas não se conforma de ter um namorado -Puddy, quem mais?- que pensa que vai para o inferno.
EUA, 1997. Direção: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: nove (episódio 16). Na Netflix
BLÁ, BLÁ, BLÁ
Enquanto Kramer e Mickey brigam por duas mulheres, George fala “blá, blá, blá” -“yada, yada, yada” na versão original em inglês- sempre em suas histórias.
LC: A expressão virou sinônimo de sexo após uma namorada de George usá-la para encurtar histórias, inclusive uma sobre ter “yada yada yada” com um ex. Enquanto isso, Jerry encasqueta que o humor judaico foi usurpado por um dentista convertido -vivido por Bryan “Walter White” Cranston.
TR: Jerry desconfia que o dentista Tim Whatley se converteu ao judaísmo só pelas piadas.
EUA, 1996. Direção: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: oito (episódio 19). Na Netflix
A BALA DE MENTA
Jerry derruba uma bala dentro de um paciente enquanto observa uma cirurgia.
TR: Porque Jerry não lembra o nome da namorada, mas sabe que rima com uma parte da anatomia feminina. Será Mulva?
EUA, 1992. Direção: Tom Cherones. 12 anos. Temporada: quatro (episódio 19). Na Netflix
A BONECA
Suzan, noiva de George, possui uma boneca assustadora.
ZC: Quem vê aquela boneca com a cara da mãe do Jorge jamais esquece.
EUA, 1995. Direção: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: sete (episódio 16). Na Netflix
O BURACO
Enquanto Jerry fica intrigado com a namorada, um restaurante se recusa a entregar comida na casa de Elaine.
ZC: Primeiro da trilogia impecável de Elaine.
EUA, 1996. Direção: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: oito (episódio 16). Na Netflix
A CAMISA BUFANTE
George faz de tudo para agradar a nova namorada.
TR: “Seinfeld” consegue fazer o melhor proveito possível de uma tragédia: gente que fala baixo demais!
ZC: Uma situação tão absurda, mas que estabelece perfeitamente a matrix para todos os episódios.
EUA, 1993. Direção: Tom Cherones. 12 anos. Temporada: cinco (episódio dois). Na Netflix
O CARA DA PISCINA
Durante o conserto de uma piscina, o funcionário da empresa que faz a manutenção insiste em dizer que Jerry é seu melhor amigo.
LC: A masculinidade frágil de George é posta à prova quando ele precisa explicar, ao ser flagrado nu, que seu pênis parece menor porque ele estava numa piscina fria.
EUA, 1995. Diretor: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: sete (episódio oito). Na Netflix
OS CONVITES
No último episódio da sétima temporada, George e Susan enfrentam problemas nos preparativos para o casamento.
LC: A avareza de George no ápice. Susan, sua noiva, morre intoxicada por convites de casamento baratos comprados por ele. Ninguém lamenta a perda -é o episódio que prova, mais do que o final, quão desprezível é o quarteto, e assim todos nos sentimos “por cima” ao vê-los (triste, mas real).
TR: Talvez essa seja a atitude mais mesquinha da carreira de George, mestre em mesquinharia.
ZC: Uma solução tão simples para um dilema de várias temporadas: Susan morre, George não precisa mais casar.
EUA, 1995. Diretor: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: sete (episódio 22). Na Netflix
DANCINHA ESQUISITA
Kramer, amigo de Jerry, tenta forçá-lo a contrabandear um filme. Durante o episódio, Elaine mostra ser uma péssima dançarina.
LC:”Num mundo pré-TikTok, a maravilhosa Elaine Benes mostra que está se lixando para o que os outros pensam de sua forma de dançar. É só isso mesmo -e é demais.
ZC: Segundo da trilogia impecável de Elaine: uma dança para a eternidade numa festa dos infernos.
EUA, 1996. Direção: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: oito (episódio quatro). Na Netflix
A ENCOMENDA
Na história, Elaine está curiosa para saber o que os médicos estão escrevendo em seu prontuário.
ZC: Fechando a trilogia: Elaine tenta limpar sua ficha médica sem sucesso.
EUA, 1996. Direção: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: oito (episódio cinco). Na Netflix
A ESPONJA
Na trama, Elaine acaba descobrindo que a empresa que produz seu anticoncepcional faliu.
LC: Elaine resolve estocar seu contraceptivo predileto, prestes a ser descontinuado, e, com sua sexualidade sem rodeios, mostra porque é a melhor personagem feminista de todos os tempos.
EUA, 1995. Direção: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: sete (episódio nove). Na Netflix
O GARÇOM
Depois de causar a demissão de um garçom, Elaine não suporta mais a visita de seu namorado.
TR: Elaine tenta desesperadamente se livrar de um namorado folgado que acorda tarde no dia de pegar o voo de volta para casa.
EUA, 1991. Direção: Tom Cherones. 12 anos. Temporada: dois (episódio 12). Na Netflix
A GREVE
Uma greve de 12 anos chega ao fim.
LC: Grande contribuição à cultura pop. Afinal, você só é fã de “Seinfeld” se, em algum 23 de dezembro, já desejou “feliz Festivus” a alguém -o feriado pagão em que se cultua um mastro inventado por Frank Constanza para driblar o consumismo da época. Jerry Stiller, que faz Frank, é um gênio.
EUA, 1997. Direção: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: nove (episódio dez). Na Netflix
O INCÊNDIO
Jerry causa um incêndio após uma apresentação mal sucedida.
TR: George atropela velhos e crianças para fugir de um incêndio e o Jerry faz a colega da Elaine que vaia ele em um show perder o dedinho.
EUA, 1993. Direção: Tom Cherones. 12 anos. Temporada: cinco (episódio 19). Na Netflix
JERRY BIZARRO
O ex-namorado de Elaine apresenta a ela dois amigos parecidos com George e Kramer.
ZC: A vida de todo mundo seria mais fácil engraçada se existisse realmente um mundo paralelo.
EUA, 1996. Direção: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: oito (episódio três). Na Netflix
O NAZISTA DAS SOPAS
Em um restaurante com regras autoritárias, os três amigos enfrentem problemas.
LC: Nenhum personagem incidental é tão famoso quanto este, inspirado em um chef armênio de Nova York que, seguro do poder de seu produto, insultava os clientes indecisos. Al “Ali” Yeganeh e sua Soup Kitchen viraram visita obrigatória, e a referência a gente de modos generalescos, uma constante.
ZC: Qualquer episódio que consegue entrar no inconsciente coletivo de meio mundo merece estar nessa lista.
EUA, 1995. Direção: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: sete (episódio seis). Na Netflix
A RÉPLICA
No enredo, George quer se vingar de uma piada.
LC: George tem uma ideia tardia para uma piada após virar chacota em uma reunião de trabalho nos Yankees (grandes momentos de “Seinfeld”) por seu apetite por camarão. O roteiro é uma piada entre roteiristas e também um mergulho na mesquinhez do melhor personagem da série.
EUA, 1996. Direção: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: oito (episódio 13). Na Netflix
O RESTAURANTE CHINÊS
O trio Jerry, Elaine e George criam situações engraçadas enquanto aguardam uma mesa em um restaurante de culinária chinesa lotado.
LC: É quando a série disse a que veio. O episódio se passa inteiro na espera por uma mesa em um restaurante chinês, onde Jerry, Elaine e George compartilham mesquinharias, implicâncias e observações mundanas. Em tempo real, sem passagem entre as cenas, é uma aula de texto e direção.
ZC: Já enfrentou uma fila de espera em restaurante? Não com a Elaine do seu lado!
EUA, 1991. Direção: Tom Cherones. 12 anos. Temporada: dois (episódio 11). Na Netflix
O VERÃO DE GEORGE
Após mais uma demissão, George vira estagiário de Jerry.
TR: George nunca esteve tão relaxado após perder mais um emprego.
EUA, 1996. Direção: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: oito (episódio 22). Na Netflix
A VOZ
Enquanto Jerry acha o umbigo de sua namorada interessante, Elaine reata com seu ex.
TR: Jerry fica em dúvida se prefere continuar usando a voz que inventou pra dublar o estômago da namorada ou ficar com ela -e escolhe a voz, claro
EUA, 1997. Direção: Andy Ackerman. 12 anos. Temporada: nove (episódio dois). Na Netflix
Por Jairo Malta
Via Folhapress