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Assassina confessa dos pais, Manfred e Marísia, em um dos crimes que mais chocaram o Brasil nos últimos anos, Suzane Von Richtofen tem grandes planos do futuro. Foi o que a jovem de 31 anos afirmou na segunda e última parte da entrevista ao apresentador Gugu Liberato, exibida no início da madrugada desta sexta-feira (27/02), na TV Record.
Desta vez, a edição do programa “Gugu” focou no relacionamento de Suzane na cadeia, revelado pelo jornal “Folha de S. Paulo” no ano passado. Após negar ter se casado no papel com Sandra Regina Ruiz Gomes – “é um namoro, não assinamos nenhum documento” –, ela afirmou já pensar no que fará fora da cadeia e disse planejar um futuro ao lado da companheira com quem divide uma cela com outras 18 detentas e faz “cabaninha” para garantir privacidade nos momento íntimos.
“Sempre sonhei em ser mãe. Acho lindo mulher grávida e amo criança”, afirmou Richtofen na entrevista que concedeu ao lado da namorada, Sandra Regina Ruiz Gomes, condenada pelo sequestro seguido de morte de uma empresária em São Paulo. As duas se conhecem desde 2007, quando Richtofen passou a cumprir pena na Penitenciária Feminina do Tremembé, onde está até hoje.
Os planos e sonhos são revelados em um momento que Suzane se aproxima cada vez mais de sair do encarceramento. Condenada a 39 anos de prisão pelo duplo homicídio dos pais, praticados em conluio com os irmãos Cravinhos na noite de 31 de outubro de 2002, a jovem já recusou no ano passado o direito de cumprir sua pena em regime semiaberto – segundo ela, “por motivos de segurança”, pois não poderia deixar a penitenciária onde está desde 2007. Pelo funcionamento de progressões de regime no Brasil, dentro de alguns anos deve migrar para o aberto. Assim, a liberdade, antes tão distante, começa a parecer uma realidade, e leva Suzane a de fato considerar uma vida longe das grades.
“Mesmo que uma das duas vá para o semiaberto, o relacionamento continua. A gente está planejando uma vida juntas, fazer algo para o nosso futuro, continuar a relação fora daqui”, afirmou Richtofen. “Temos uma relação de companheirismo, cumplicidade, lealdade, confiança […]. A Sandra é extremamente leal, fiel a si própria, ao que acredita.”
Ao longo de toda a entrevista, elogios mútuos, sorrisos. Doze anos após planejar e executar a morte dos pais com o então namorado, Daniel, e seu irmão, Cristian Cravinhos, Suzane é vista pela namorada como uma pessoa “sensível, solidária, que se emociona muito fácil”. A exemplo da entrevista exibida na véspera, Richtofen não chorou em nenhum momento da conversa com Gugu, apesar dos temas espinhosos de lembranças da família e da noite do crime que praticou.
“A Suzane não é uma mulher fria”, defendeu Sandra. “Acho que a Suzane amadureceu muito nesses anos e, num lugar como este, a gente aprende a lidar com situações difíceis.”
Apesar dos planos, no entanto, Suzane esbarra sempre no crime que transformou seu nome em sinônimo de frieza, maldade e cobiça. Sorri ao falar sobre a seriedade do relacionamento, da possibilidade de ser mãe, mas não tem certeza se conseguirá isso. Considera a responsabilidade muito grande, além de não saber “que tipo de vida poderia dar ao filho, qual seria o peso de cuidar de uma criança”.
Além disso, esbarra nos fantasmas do passado ao considerar de que forma abordaria com um possível filho o crime que cometeu. Afinal, foi ela, a filha, a responsável por tirar a vida daquela que lhe deu à luz.
“Fiz uma grande merda na minha vida, da qual me arrependo muito. Se eu pudesse voltar atrás, seria diferente. Mas não tem como”, disse ela. E, assim como na entrevista exibida na véspera, procurou demonstrar culpa e sentimento em relação a Manfred e, especialmente, a Marísia, “uma mãe presente e amável”. “Eles fazem falta, muita falta. E é um buraco que sempre terei na minha vida.” (Com IG)