Sidney Poitier: 5 filmaços imperdíveis
Em memória ao inesquecível Sidney L. Poitier
Nascido em 20 de fevereiro de 1927 nas Bahamas, Sidney Poitier é um dos atores mais importantes do cinema, principalmente pela representatividade afro-descendente na indústria cinematográfica. Poitier faleceu nesta sexta-feira, dia 07, aos 94 anos e fez história por ter sido o primeiro ator preto a ganhar um Oscar.
Sempre conhecido por sua classe e postura imponente, mas pelo carisma sempre presente em suas atuações (até naquelas mais densas), escolhi 5 filmaços de sua carreira que são obrigatórios para quem deseja conhecer o legado deste imenso ator. Vamos de lista!
Obs: A lista está em ordem de lançamento.
Obs 2: A lista é a opinião (pessoal) do autor deste post.
ACORRENTADOS (1958)
John ‘Joker’ Jackson e Noah Cullen são dois prisioneiros que conseguem fugir depois que o ônibus que os transportam para o presídio sofre um acidente. E ambos estão acorrentados juntos. Mas Joker é um homem branco, e Noah é um homem preto, o que para a época não era visto com tanto apreço socialmente. Este filme dirigido por Stanley Kramer e estrelado por Tony Curtis e Sidney Poitier vai mostrar, justamente, como são tolas estas diferenças raciais. O convívio entre ambos, aos poucos, parte da hostilidade para uma inesperada, e respeitosa, amizade. Um filmaço que rendeu a Poitier sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Ator (se tornando o primeiro ator preto a ser indicado ao prêmio). O filme ganhou duas estatuetas, de Melhor Roteiro e Melhor Fotografia.
UMA VOZ NAS SOMBRAS (1963)
Poitier interpreta aqui Homer Smith, um operário desempregado que trabalha em construções que, certo dia, durante uma viagem, ele para seu carro em uma remota fazenda, devido ao superaquecimento do motor. O local é habitado por freiras católicas do leste europeu, e Maria (Lilia Skala), a madre superiora, acredita que Homer foi mandado por Deus para ajudá-las a construir uma igreja naquela região. Com direção de Ralph Nelson, “Uma Voz nas Sombras” é outro feel good movie de Poitier que vai mostrar, justamente, como as diferenças podem ser boas e construtivas, e como a vida nos surpreende com tarefas e amizades inesperadas. Com seu carisma habitual, Poitier encanta e domina este drama que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator, se tornando o primeiro ator preto a levar o prêmio na história da Academia.
AO MESTRE COM CARINHO (1967)
Eu amo filmes de professor, e Hollywood possui uma afinidade muito grande com estas histórias onde o mestre vai mudar a vida de seus alunos rebeldes e radicais. “Ao Mestre Com Carinho” é um dos exemplos mais memoráveis e marcantes deste, digamos, sub-gênero do cinema. Poitier aqui como sempre, é de uma classe e respeito tremendos, e o resultado é uma obra deliciosa , e inspiradora, de assistir.
NO CALOR DA NOITE (1967)
Quando Philip Colbert (Jack Teter), o principal empresário de Sparta, uma cidade do Mississipi, é morto, o policial Sam Wood (Warren Oates) tenta achar o culpado, e ao ver um preto bem vestido (Poitier) em uma estação de trem, ele o prende imediatamente. Mas logo se descobre que o sujeito, na realidade, estava de passagem e é um detetive preciso, que é designado para ficar na cidadezinha e ajudar a encontrar o verdadeiro assassino. O longa é uma obra importantíssima na carreira de Poitier pois irá mexer na ferida do preconceito em um mundo de crime localizado no interior norte-americano. Com direção de Norman Jewison, o filme ganhou 5 Oscars, incluindo de Melhor Filme, Melhor Ator (Rod Steiger), Melhor Roteiro, Melhor Som e Melhor Edição – além de ter sido indicado a Melhor Diretor e Melhores Efeitos de Som.
ADIVINHE QUEM VEM PARA O JANTAR (1967)
Outro filme extremamente memorável e pertinente sobre uma família branca que está organizando um jantar para conhecer o noivo da filha, chamado John Prentice (Poitier). Mas John é um homem preto e logo um clima ruim se instala no local, com os pais da garota tentando encontrar razões para desqualificar o sujeito e impedir que o casamento se concretize. Mas a convivência os farão notar qualidades morais e profissionais em John que não esperavam, mostrando, assim, como o preconceito é uma atitude desumana, perigosa e desleal. Filmaço dirigido por Stanley Kramer e ganhador de 2 Oscars, de Melhor Atriz para Katharine Hepburn e Melhor Roteiro – além de ter sido indicado a outros 8 prêmios, incluindo Melhor Filme.