CONFUSÃO

‘Surubão do Airbnb’: web se diverte com reclamação de locatária

Mulher afirma que cliente "transou pela casa toda". Especialista explica o que pode ser considerado para levar o caso à Justiça

'Surubão do Airbnb' diverte web com áudios entre locatária e cliente (Foto: divulgação/Airbnb)

A troca de mensagens entre Felipe e Verônica deu o que falar no Twitter na última quarta-feira (14). O episódio ficou conhecido como “Surubão do Airbnb” e divertiu a todos após áudios entre os dois personagens sobre uma suposta “transa generalizada” que ocorreu na casa alugada pelo homem na plataforma Airbnb.

Felipe alugou a o imóvel para comemorar o próprio aniversário ao lado de 15 amigos e algumas mulheres. Para Verônica, ele disse que faria apenas um churrasco e, para evitar que ele não voltasse para a casa alcoolizado, ela liberou um dos quartos da residência para que ele pudesse passar a noite. Porém, a mulher afirma que Felipe fez sexo por todos os cômodos da casa.

“Você tem que ser claro na sua proposta. Você tem que perguntar para o anfitrião se tem um quarto, um espaço, que dá para transar com os amigos que você vai convidar, com as mulheres que vai convidar. Você tem que perguntar para saber que tipo de casa tem que locar”, diz Verônica no áudio que vazou nas redes sociais.
[olho author=””]”Você não pode locar uma casa para seu churrasco de aniversário com seus amigos, que eram 15, e de repente, fazer da casa da pessoa um bordel, uma suruba, que tem homem pelado e mulher pelada em tudo quanto é lugar. Você não pode fazer isso no Airbnb. Isso fere as regras”, esbravejou a mulher irritada.[/olho]
A dona do imóvel continua: “Não é assim. Nós estamos em tempo de pandemia e você vai sair trepando em tudo quanto é cama da casa? Eu tinha liberado um quarto para você dormir, para que você não saísse bêbado daqui, dirigindo. Liberei para você. Agora, sair trepando em tudo quanto é lugar da casa? O que que é isso? Você ainda acha que está certo? Aonde estamos, Felipe? Como você faz isso dentro de uma plataforma do Airbnb, que é séria. Pergunte ao anfitrião: ‘Olha, vou convidar amigos e meus amigos vão trepar. Tem um quarto para trepar?’. Eu já teria dito que aqui não era casa, entendeu?”

Felipe, porém, deu uma resposta que deixou Verônica ainda mais irritada. “Houve uma falta de clareza, mas apenas da sua parte. Pelo que eu estou entendendo, você deveria ter colocado no título do seu anúncio: ‘Proibido trepar no local’”, inicia.
[olho author=””]”Agora, me admira você, que eu vou convidar 15 amigos para comemorar meu aniversário na sua casa, pagando uma fortuna de diária, sem ter a intenção de comer ninguém. Que mundo que tu vive? Eu já transei em banheiro químico, em obra de vizinho, eu não vou transar em uma casa dessa que eu aluguei e paguei uma fortuna? Pelo amor de Deus!”, completa.[/olho]

Por meio de nota, o Airbnb disse que “está apurando o possível caso mencionado pela reportagem, destacou que possui regras e Termos de Serviço e que anfitriões ou hóspedes que desrespeitem as políticas de uso estão sujeitos às medidas cabíveis.”

Isso cabe processo?

O advogado Arthur Camapum, especialista em direito condominial, destaca que o que pode ter ocorrido no episódio foi uma quebra de contrato, pelo fato de Felipe ter alugado a área de lazer e não a casa inteira. “Se ele não alugou a casa inteira, fica evidente que ele tem que utilizar apenas o que foi combinado. Porém, o que a pessoa faz no íntimo não diz respeito ao locatário. Se ele fizesse sexo no espaço em que ele alugou não estaria irregular”, destaca.
O caso poderia parar na esfera cível se o locador tivesse danificado algum objeto no imóvel. “O danos materiais se encaixaria caso ele quebrasse uma cama, um quadro, algum objeto das casa. Danos morais seria muito difícil ser levado em consideração nesse episódio, até porque o episódio ganhou toda visibilidade pois viralizou na web”, comenta.
Além disso, Arthur pontua que a plataforma funciona como um aluguel em um quarto de hotel, só que a plataforma não oferece serviço de hotelaria. “Você tem que cumprir as normas de boa vizinhança no local, não perturbar o próximo. Mas o que você fizer entre quatro paredes não diz respeito ao locatário. A discussão em questão é porque ela não autorizou o uso da casa toda. Isso não é correto”, finaliza.