The Expanse: apesar de fillers, seriado continua um dos melhores da atualidade
Terceira temporada começou lenta apenas para ter um final impactante
The Expanse, baseada na série de livros de James S. Corey, encerrou a sua terceira temporada. Carinhosamente apelidada de “Game of Thrones no espaço”, seu novo ano consegue entregar o drama e a ação esperados conforme a ópera espacial se torna cada vez mais alienígena.
A série retorna imediatamente no ponto onde a segunda temporada parou e emenda o segundo com o terceiro livro da franquia. Dessa vez, porém, a estratégia de montagem não saiu tão certa, embora no final das contas tudo tenha valido a pena.
Se você não sabe, The Expanse se passa no século XXIII e acompanha o drama e tensão crescente entre os cidadãos da Terra, Marte e do Cinturão (populações nascidas e criadas em asteroides, naves e estações espaciais).
O equilíbrio de tudo isso é posto à prova conforme um elemento alienígena é inserido: a protomolécula, que pode ser usada como arma, mas cujas verdadeiras capacidades ainda são desconhecidas.
O bom
A série continua arrasando no que faz de melhor: o realismo somado ao terror da guerra e os mistérios do espaço continuam pautando o seriado em seu terceiro ano conforme Terra e Marte finalmente perdem o controle e a protomolécula se revela muito mais ameaçadora.
O seriado continua evitando clichês e investe a maior parte do seu tempo de tela no conflito político, sempre pautado e guiado por seus personagens ricos e suas motivações envolventes.
O elenco principal, encabeçado por Streven Strait como Holden e Shohreh Aghdashloo como Avasarala, continua perfeitamente adequado, embora Aghdashloo sempre consiga se sobressair.
Tecnicamente, a série vai bem, obrigado, ampliando o uso de efeitos especiais neste terceiro ano, geralmente mandando muito bem, com raras exceções.
A segunda metade da temporada com certeza é sua melhor parte, conforme a trama mergulha no terceiro romance da série que deverá ter nove livros. Embora ainda centrada em física real, a protomolécula e os efeitos alienígenas começam a ganhar mais corpo na trama.
E o mistério do desconhecido gera uma tensão incrível! Metade da graça parece estar de fato em não saber o que vai acontecer a cada novo episódio, pregando a audiência na cadeira conforme as coisas ficam cada vez mais estranhas e incertas.
O ruim
Porém, este terceiro ano deu umas boas derrapadas em ritmo e na conexão de suas tramas anteriores. Enquanto os romances tem começo meio e fim, o seriado optou pelo estranho formato de adaptar meio romance por temporada.
Embora tenha funcionado no passado, a terceira temporada acaba desconjuntada: a série já começa cheia de ação e bem no meio de acontecimentos. Como a segunda temporada já havia tratado quase toda a saga, os primeiros seis episódios da terceira sofrem de um mal terrível: fillers.
É muito fácil perceber que estes episódios são inchados, como se quisessem ganhar tempo. Já a segunda metade, que é excelente, sofre do problema oposto: os episódios, que espremem todo o terceiro romance em sete episódios, são corridos, muito corridos.
Para a maior parte da audiência, isso não vai parecer um problema: a lentidão do começo é substituída pela velocidade, o que é bom, mas a discrepância em ritmo é enorme e descarada.
Veredito
The Expanse continua sendo uma das melhores séries atualmente no ar e é, facilmente, a melhor série de ficção-científica rolando na atualidade. Inteligente, assustadora e recheada de personagens e premissas interessantes, ela deixa a opera espacial mainstream, de uma forma que pode apelar e conquistar a todos.
Seu terceiro ano é afetado por problemas sérios de ritmo, com episódios cheios de enrolação e outros apressados demais, mas nem isso faz com que a qualidade geral caia. Vale assistir cada segundo agarrado à sua cadeira.