Indenização

Val Marchiori tem recurso negado e deverá indenizar herdeiros de Mr. Catra

A advogada da socialite afirmou que vai recorrer da decisão

(Foto: AgNews)

A 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) confirmou a sentença que condenou a socialite Val Marchiori, 46, a indenizar em R$ 10 mil os herdeiros de Wagner Domingues Costa, o Mr. Catra. A advogada Kátia Antunes, que representa a socialite, afirmou que vai recorrer da decisão.

Morto em setembro de 2018, o funkeiro tinha entrado com uma ação por danos morais contra Marchiori por ela ter criticado o estilo de vida dele durante uma participação no programa Superpop, na RedeTV! em 2015.

No processo, os advogados de Catra afirmaram que socialite feriu a honra dele ao chamá-lo de “babaca”, “sem vergonha” e “safado”, e por ela ter insinuado que Catra aproveitava de meninas humildes e as engravidava, fazendo com que acreditassem que assim poderiam ter uma vida melhor. O funkeiro era conhecido por ser polígamo e pai de 32 filhos.

O desembargador Carlos Santos de Oliveira, relator na ação, disse que não se justificam os adjetivos usados pela socialite no programa, em que o funkeiro nem estava presente para se defender.

“Este relator não está explicitando que o estilo de vida do finado era certo ou errado, mas apenas que, apesar de se tratar de um artista polêmico, não poderia sofrer agressões verbais, sob o fundamento de que a classe feminina se sente ofendida com as atitudes do falecido”, afirmou.

O desembargador completou que pessoas não podem ser xingadas “por terem estilo de vida diferenciado na sociedade brasileira, não havendo que se cogitar no caso concreto em liberdade de expressão.”

O voto dele foi acompanhado por unanimidade pelos outros desembargados. A advogada Kátia Antunes disse que Marchiori nunca teve a intenção de ofender Catra. “Ela, ao contrário, se ofendeu com os comentários que ele proferiu sobre as mulheres no programa, tendo proferido uma resposta firme a respeito”, disse.

Mr.Catra morreu aos 49 anos, em decorrência de um câncer no estômago. O cantor começou a carreira nos anos 1980 com uma banda de rock chamada O Beco. Mas foi no funk, nos anos 1990, que ele se tornou conhecido. Seu primeiro álbum, “O Bonde dos Justus”, lançado em 1994, trazia um dos seus primeiros hits, “Vida na Cadeia”.

Nos anos 2000, lançou um dos seus sucessos mais conhecidos até hoje, “Adultério”, uma paródia da música “Tédio”, da banda Biquíni Cavadão.

Uma das polêmicas músicas do funkeiro é “Bota um Chip na Minha”. Nela, “papai”, como ele mesmo se chamava, diz: “Para de ligar, isso me irrita, quer me rastrear? Bota um chip na minha pica”.

Entre outras composições mais tocadas estão “Uh Papai Chegou” e “Bonde que Vê”. Padrinho de outros funkeiros, Catra ajudou a alavancar a carreira de nomes como Valesca Popozuda, com quem fez a música “Mama”, e Tati Quebra-Barraco.