Música

Villa Mix Goiânia aquece economia da capital e movimenta setores de produção

Edição goiana do festival, que acontecerá nos dias 29 e 30 de junho, é vitrine de planos audaciosos da Audiomix e incentiva discussão entre produtores de eventos e prefeitura

O Villa Mix Goiânia 2019 acontece no próximo final de semana, nos dias 29 e 30 de junho, como de praxe, no estacionamento do Estádio Serra Dourada. Mais do que um evento de entretenimento, o festival agora é oficialmente parte do Calendário Oficial de Eventos do Município e primordial para o turismo da cidade. Quem garante é Santiago Maia, executivo do evento.

“O Villa Mix Goiânia traz para a capital de Goiás pessoas de outros 830 municípios do Brasil e do mundo”, explica. O alto número de público se deve, sobretudo, a um novo formato do festival, inaugurado em 2017, quando incluíram artistas internacionais no line-up.

O debut foi com a popstar Demi Lovato e o colombiano Maluma. No ano seguinte, Shawn Mendes e Nick Jonas esquentaram a lista. Neste ano, o responsável por continuar o legado é o britânico Liam Payne, ex-membro da banda One Direction.

Dentre as novidades no catálogo de artistas está a volta de Anitta e da dupla Bruno e Marrone, além estreia do sertanejo Leonardo no Villa Mix.

Ex-One Direction Liam Payne
Ex-One Direction Liam Payne (Foto: MELODYVR)

Villa Mix Goiânia é um produto de exportação

Com o Villa Mix Goiânia, o objetivo não é lucrar, e sim expor. Isso porque a edição goiana do festival é  uma vitrine para as demais, segundo explica Santiago. O evento acontece em 14 estados do Brasil, em 21 edições por ano. Mas só na capital goiana são dois dias de festa.

Também é só em Goiânia que o festival tem transmissão ao vivo no Multishow e, tirando o VM de São Paulo, aqui é o único outro lugar do Brasil em que há atrações internacionais no line-up. “Essas qualidades fazem com que o Villa Mix ser um festival que nasceu em Goiânia e foi para o mundo”, afirma o executivo.

No ano passado, aconteceu a primeira edição do Villa fora do Brasil, em Lisboa. Neste ano, o festival vai para a capital lusitana mais uma vez e, de acordo com Santiago, há negociações para levar a festa a outras grandes cidades do mundo.

“O Villa foi criado para ser um festival para os artistas do casting da Audiomix. Hoje, expandimos. Levamos mais de um milhão de pessoas – representando cerca de 1.500 cidades – a shows em todo o país”, garante ele. O sucesso, para o executivo, deve-se a dois fatores: diversidade musical e acessibilidade.

“Os ingressos do Villa Mix vão de R$ 50 a R$ 600. E todo mundo assiste aos mesmos shows. Quem não tem dinheiro para, por exemplo, ir a São Paulo ver a Demi Lovato, pode comprar o ingresso mais barato aqui”, explica. Santiago também ressalta que a variedade de atrações agrada a todos os públicos: há artistas do sertanejo, do eletrônico, do funk e, nas últimas edições, do pop internacional.

Villa Mix esquenta a economia de Goiânia

De acordo com Santiago, o Villa Mix lota 100% dos leitos de hotéis em Goiânia e Aparecida de Goiânia. As informações foram confirmadas pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Goiás (ABIH GO).

“Elegemos o festival como amigo do turismo. Ele, inclusive, recebeu um prêmio por ser o evento que mais trouxe turistas a Goiânia”, confirma Vanessa Pires Morales, presidente do órgão. Ela acrescenta que, no ano passado, quando o Villa Mix trouxe shows de Shawn Mendes e Nick Jonas, a procura foi tão grande que os hotéis de Anápolis foram acionados, esperando que os turistas procurassem lugares por lá.

Aumentando o turismo, argumentam Maia e Morales, gera-se um efeito cascata para aumentar outros setores de produção. “Quem vem para o festival esquenta a nossa economia, gastando em bares, restaurantes e shoppings, por exemplo”, aponta Santiago. A Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul) assina embaixo.

Além disso, completa Maia, “o Villa Mix gera em torno de 1000 empregos diretos e 3500 empregos indiretos para o festival”. O executivo não coloca na ponta do lápis, mas conta como parte do movimento os cargos temporários criados em aproximadamente 53 pontos da cadeia produtiva devido à alta demanda.

O frenesi criado pelos shows foi motivo de negociações entre o Festival e a Prefeitura de Goiânia pela cobrança de impostos. Atualmente, segundo Bruno Castro, gerente de fiscalização do ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) da prefeitura, é cobrado 5% sobre o valor faturado com ingressos. Isso sem contar o que vem com os demais setores afetados.

“Eventos grandes, como o Villa Mix, apresentam antecipadamente um relatório parcial com o número de pagantes, contendo a estimativa de público e 5% em cima do valor arrecadado com ingressos”, explica. “Depois do evento, pagam a diferença da estimativa com o valor real”, completa.

A partir do ano que vem a expectativa é de que a alíquota diminua de 5% para 2%. O projeto de lei, segundo o gerente, ainda está na Câmara de Vereadores. O setor de turismo e os produtores de evento em Goiânia estão fazendo muita pressão para que seja aprovado. Segundo a Agetul e a ABIH GO, “os benefícios” são concretos.

Os 2% seriam benéficos para ambas as partes e incentivariam a cena de entretenimento em Goiânia, de acordo com Vanessa, a presidente da ABIH GO. “Assim, mais eventos grandes passam a ter interesse em vir para cá”, comenta.

Festival Villa Mix Goiânia 2017
Festival Villa Mix Goiânia 2017 (Foto: Murillo Soares/Mais Goiás)