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Viúvo de Gilberto Braga dispensa ‘adeus’ de Walcyr Carrasco ao autor

Autor de 'Verdades Secretas' foi simplório na despedida e Edgar de Moura Brasil reagiu

Edgar Moura Brasil e Gilberto Braga (Foto: Reprodução Instagram)

O autor Gilberto Braga morreu em outubro do ano passado aos 75 anos, depois de ter tido uma perfuração no esôfago. Na época, vários famosos lamentaram a partida do novelista, inclusive o colega de profissão, Walcyr Carrasco. Acontece que a despedida do autor de ‘Verdades Secretas’ foi bem “simplória”, fazendo com que o viúvo de Gilberto, Edgar Moura Brasil, reagisse agora, mais de dois meses após a publicação.

Walcyr publicou uma foto de Gilberto com a curta legenda: “Adeus, Gilberto Braga”. No post, um internauta indagou: “Vocês não era chegados? Apenas adeus? Foi muito direto e seco isso… poderia ter feito uma homenagem para ele! Tadinho!”.

Mas quem respondeu o questionamento foi Edgar Moura Brasil. “Adeus nunca. Para quem foi o melhor, teve o melhor diálogo e sabia português, psicologia dos personagens e sempre será lembrado, não existe essa palavra. Em compensação…”, escreveu.

Edgar Moura Brasil replicou o trecho da resposta em seu perfil no Instagram. Na legenda, acrescentou: “Sem comentários. Para bom entendedor…”.

Gilberto Braga escreveu grandes sucessos para a televisão. O autor tem no currículo obras como ‘Celebridade’, ‘Anos Dourados’, ‘Vale Tudo’, ‘Dancing Days’, ‘Escrava Isaura’, ‘Pátria Minha’ entre outras.

O crítico Maurício Stycer classificou o novelista como “o mais importante da história da Globo”, e seus textos são elogiados pela qualidade, o alcance com o público e pela forma como retratou o povo brasileiro.

Ao decorrer de sua trajetória, Braga colaborou, por exemplo, com outros grandes escritores como Glória Perez, Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares. Contudo, com Walcyr Carrasco nunca fez qualquer ensaio de parceria.

Novela de Walcyr Carrasco é criticada e comparada ao filme ‘Cinderela Baiana’

‘Verdades Secretas 2’ foi bastante criticada tanto pelo público, que esperava uma “temporada” com a qualidade – já questionável – da primeira parte, quanto pela crítica. Texto raso e cenas de sexo sem propósito foram apenas alguns dos defeitos apontados.

A novela chegou ao fundo do poço e foi comparada ao filme ‘Cinderela Baiana’, estrelado por Carla Perez em 1998.

Entretanto, o público não deveria esperar do texto de Walcyr Carrasco uma qualidade expressiva. Ele já assinou, por exemplo, as deploráveis ‘Morde e Assopra‘ (2011), ‘Sete Pecados‘ (2007) e ‘Caras e Bocas‘ (2009).

Nome forte na Globo, o novelista é um dos poucos a entregar obras para qualquer horário da emissora: tramas rurais e repetitivas às 18h, novelas infantis às 19h e tramas cheias de reviravoltas vergonhosas às 21h.

Conhecido por escrever tramas populescas e com diálogos explicativos e forçados, Walcyr parece duvidar da inteligência do público. Não poderia um autor com tamanha “experiência” conciliar o popular com algo mais complexo? João Emanuel Carneiro (Avenida Brasil, Da Cor do Pecado, A Cura) poderia dar algumas aulas.