William Waack comenta pela primeira vez sobre demissão e acusação de racismo
Em texto publicado na Folha de São Paulo deste domingo (14), o jornalista deixa implícito que a Rede Globo cedeu a pressões populares ao demiti-lo
Em um artigo publicado na Folha de São Paulo neste domingo (14), o jornalista William Waack rompeu o silêncio e comentou sobre sua demissão da Rede Globo e as acusações de racismo. No texto, ele comenta o vídeo em que diz “isso é coisa de preto”.
O nome do artigo é “Não sou racista, minha obra prova”. Segundo Waack, durante toda a sua vida e sua carreira ele combateu todo tipo de intolerância, inclusive a racial. Autorizado por Gloria Maria, o ex-apresentador do Jornal da Globo a citou, reproduzindo a defesa que a jornalista fez a seu favor nas redes sociais. “Convivi com William a vida inteira, e ele não é racista. Aquilo foi piada de português”, lê-se.
Mídia digital versus mídia tradicional
O jornalista comenta ainda como os assuntos viralizam muito rápido nas redes sociais e com os internautas batem de frente e contestam os “até então incontestáveis” os grupos de comunicação. “As empresas da chamada ‘mídia tradicional’ são permanentemente desafiadas por grupos organizados no interior das redes sociais”, escreveu.
Waack criticou ainda empresas que “julgam que ceder à gritaria dos grupos organizados ajuda a proteger a própria imagem institucional”. Em certa passagem do artigo, ele deixa nas entrelinhas que a Globo teria sido uma destas empresas que cedem à pressão das redes sociais.
“Por falta de visão estratégica ou covardia, ou ambas, (as empresas de mídia tradicional) tornam-se reféns das redes mobilizadas, parte delas alinhada com o que ‘donos’ de outras agendas políticas definem como ‘correto’”, lê-se.
O jornalista finaliza o texto colocando sua carreira confirmação de sua integridade. “Tenho 48 anos de profissão. Não haverá gritaria organizada e oportunismo covarde capazes de mudar essa história: não sou racista. Tenho como prova minha obra, os meus frutos”, sublinha William.