Treinador

Abel Ferreira faz Palmeiras brilhar e põe condição para ficar

Ele afirmou na coletiva pós-jogo que "sabia perfeitamente" que seria "massacrado" por sua decisão em caso de derrota

O técnico Abel Ferreira fez uma mudança tática no Palmeiras para o jogo desta quarta-feira (23), pelas quartas de final da Libertadores, e deu certo: goleada por 4 a 0 sobre o Deportivo Pereira e vaga encaminhada na semifinal.

O treinador português sacou Artur e optou por escalar Mayke e Marcos Rocha juntos na direita. O atacante ficou no banco de reservas, enquanto o camisa 12 atuou mais à frente, e Rocha desempenhou uma função híbrida entre lateral e terceiro zagueiro.

Ele afirmou na coletiva pós-jogo que “sabia perfeitamente” que seria “massacrado” por sua decisão em caso de derrota. O comandante palmeirense explicou que quis mesclar consistência defensiva com agressividade ofensiva e amplitude nas laterais, tirando Artur para abrir a linha de cinco defensores do adversário.

O plano de Abel funcionou, e o time alviverde construiu o resultado na Colômbia ainda no primeiro tempo, com três gols em um intervalo de 11 minutos. Além da classificação encaminhada, tanto Mayke quanto Marcos Rocha marcaram na partida.

O técnico destacou que o Palmeiras “torna o jogo fácil”, reforçando a “interpretação perfeita” da tática por parte de seus jogadores. Ele valorizou o adversário recordando que o Deportivo Pereira venceu o Boca Juniors em casa, na fase de grupos, e eliminou o Independiente del Valle, campeão da Sul-Americana e da Recopa, nas oitavas.

“NÃO FAÇO MILAGRES”

Abel exaltou a base de jogadores que tem à disposição. “Equipe mentalmente muito forte, tecnicamente muito evoluída, com um grupo experiente muito bom e outro de jovens a amadurecer. Taticamente sabem o que o treinador pede”, ponderou.

O treinador também valorizou o esforço da diretoria para segurar os principais nomes do elenco. O zagueiro Gustavo Gómez, o lateral-esquerdo Piquerez e meio-campista Zé Rafael, por exemplo, tiveram propostas para sair, mas não foram negociados.

Ele ainda disse que o Palmeiras “não tem como pagar 15 ou 20 milhões de euros” em reforços. O importante, para ele, é buscar um equilíbrio entre manter as peças e acreditar no crescimento do time.
Por fim, ainda colocou uma condição para seguir à frente da equipe: “Espero que segurem [os jogadores]. Se forem para outro lado, também tenho que ir, porque não faço milagres”. Abel tem contrato com o Palmeiras até dezembro de 2024 e, recentemente, declarou que pode deixar o clube após o fim do vínculo para “descansar”.

O Palmeiras, em branco na última janela de transferências, está muito perto de chegar à sua quarta semifinal seguida da Libertadores. Se avançar, o clube alviverde enfrenta na próxima fase o vencedor do duelo entre Boca Juniors e Racing —o primeiro jogo entre as equipes, na Bombonera, terminou empatado por 0 a 0.

“Que Veiga não vá para lado nenhum, Rony, Zé, Gómez… Se forem para outro lado, também tenho que ir, porque não faço milagres. Preciso deles, como precisam de mim”, disse Abel, em entrevista coletiva.