Abel tenta esquecer decepção e busca terceiro título em 43 jogos de Palmeiras
Equipe alviverde recebe Defensa y Justicia para confirmar conquista da Recopa Sul-Americana
Após trabalhos em categorias menores e em times B, Abel Ferreira assumiu pela primeira vez uma equipe principal em abril de 2017. De acordo com a base de dados do site oGol, foram 103 jogos à frente do Sporting Braga, seguidos de 57 no comando do PAOK, com zero título.
Mesmo sem um troféu para mostrar, o treinador fez o suficiente para chamar a atenção do Palmeiras, que o contratou em novembro. Cinco meses depois, ele tem nesta quarta-feira (14) a possibilidade de erguer sua terceira taça como comandante alviverde.
O clube da zona oeste paulistana vai decidir contra o argentino Defensa y Justicia, às 21h30, a Recopa Sul-Americana de 2021. Marcado para o estádio Mané Garrincha, em Brasília, o duelo terá transmissão exclusiva do canal por assinatura Conmebol TV.
Será apenas a 43ª partida do Palmeiras desde a chegada de Abel, que se acostumou em verde e branco a fazer o que não conseguira nas 160 anteriores. Campeão da Copa Libertadores e da Copa do Brasil na estendida temporada 2020, o português de 42 anos se vê muito perto de mais um triunfo.
Sua equipe começou bem a Recopa, o confronto entre os vencedores da Libertadores e da Copa Sul-Americana. No jogo de ida, na Argentina, na semana passada, a formação brasileira venceu por 2 a 1. Agora, basta-lhe um empate.
Não são critério de desempate os gols marcados fora de casa, como ocorre em outras competições. Assim, haverá prorrogação caso o Defensa y Justicia triunfe por um gol de diferença. Se ninguém levar vantagem nos 30 minutos adicionais, o troféu será definido nos pênaltis.
O Palmeiras espera não precisar disso. Não foram boas as últimas experiências em disputas desse tipo. No Mundial de Clubes, em fevereiro, no Qatar, o time perdeu o terceiro lugar para o egípcio Al Ahly nos penais. No último domingo (11), em Brasília, deixou escapar a Supercopa do Brasil.
Após empate por 2 a 2 com o Flamengo no torneio em jogo único, a equipe paulista chegou a abrir 3 a 1 nos tiros de desempate, com três cobranças executadas para cada lado. Na sequência, no entanto, teve um péssimo aproveitamento e foi derrotada por 6 a 5.
Abel Ferreira, portanto, poderia estar buscando agora o quarto título de sua carreira, não o terceiro. Será necessário esquecer a decepção do final de semana e retornar ao estádio do fracasso para retomar o curso de conquistas trilhado desde sua chegada ao Brasil.
“Cada jogo tem sua história”, disse o técnico, que espera construir uma nova nesta quarta. Para isso, apesar da frustração na Supercopa, ele conta com um comportamento semelhante de seus atletas, elogiados ao fim do revés de domingo.
“As primeiras palavras gostaria de mandar aos meus jogadores”, afirmou o português, no início da entrevista concedida logo após a obtenção do vice-campeonato. “Eu prometi que teríamos uma equipe com caráter. E eles jogaram com personalidade, com caráter.”
Nem tudo foi visto pelo treinador da beirada do campo. Ele precisou deixar seu posto no banco de reservas ainda no primeiro tempo, por insistentes e agressivas reclamações com o árbitro Leandro Vuaden, queixas que sustentou e até ampliou após o apito final.
Por isso, ainda que aclamado pelos resultados apresentados no Palmeiras, Abel vem sendo criticado pelo pavio curto e pela lamúria excessiva. Em sua ainda curta passagem pelo clube alviverde, ele já coleciona duas expulsões e seis cartões amarelos.
É outra a coleção que ele espera aumentar em Brasília –palco para onde foi marcado o jogo quando estavam proibidos eventos esportivos em São Paulo, como medida de combate ao novo coronavírus. Se tudo correr bem, o português terá seu terceiro troféu para exibir.