Alemanha elimina a França e vai à 4ª semifinal seguida
O único gol foi marcado aos 11 minutos por Mats Hummel, zagueiro que não atuou na fase anterior justamente por estar resfriado e febril
No maior clássico europeu desta Copa do Mundo até agora, a Alemanha fez valer o seu domínio sobre a França e sua maior tradição para conquistar nesta sexta-feira o seu lugar nas semifinais. Com o placar modesto de 1 a 0, os alemães eliminaram mais uma vez os franceses, como fizeram em 1982 e 1986, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Agora o time alemão aguarda pelo vencedor do confronto entre a seleção brasileira e a Colômbia, que se enfrentam ainda nesta sexta, às 17 horas, em Fortaleza. O duelo desta semifinal será disputado na próxima terça, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. A outra semifinal vai ser definida depois dos duelos de sábado.
Ao vencer a França, a Alemanha obteve o feito inédito de alcançar a semifinal em quatro edições consecutivas de uma Copa do Mundo. Na história dos clássicos, foi a terceira vitória seguida sobre o rival, eliminado nas semifinais de 1982 e 1986.
Para tanto, a Alemanha mostrou evolução em relação à partida passada, contra a Argélia, graças às mudanças implementadas pelo técnico Joachim Löw. Ele enfim devolveu Lahm à lateral direita, reconstruiu o meio de campo e deu força ao time, mais bem organizado em campo, atacando com consistência e defendendo-se com uma zaga compacta.
Desta forma, dominou a França desde o início da partida. E contou com um gol nos primeiros minutos para impor seu ritmo e reduzir os espaços dos rivais, abalados pela desvantagem precoce no placar. Os franceses lutaram até o fim, com chances até aos 48 minutos, em finalização perigosa de Benzema, mas não conseguiram buscar o empate.
O JOGO
A Alemanha entrou em campo nesta sexta com mudanças no meio de campo. Joachim Löw finalmente ouviu os clamores da imprensa e da torcida e devolveu Lahm à lateral direita, abrindo espaço para o retorno da dupla de volantes Khedira e Schweinsteiger, a mesma que fez sucesso na Copa de 2010. No ataque, o treinador trocou Götze por Klose, pela primeira vez como titular no Brasil.
As alterações deram resultado porque a Alemanha povoou o meio de campo, reduziu os espaços dos franceses e tomou conta do jogo no primeiro tempo. Melhores em campo, os alemães converteram domínio em vantagem no placar aos 12 minutos, quando Kroos cobrou falta na área e Hummels subiu mais que Varane e cabeceou para o gol.
A França, que até então tentava surpreender na velocidade, não escondeu o abatimento após o gol. Retraída, estava perdida em campo, sem saber como reagir. Assim, evitava se arriscar no ataque. As raras investidas, a partir dos 33 minutos, restringiam-se a lançamentos para Valbuena ou Griezmann.
Em um deles, o atacante Griezmann cruzou para Valbuena, que bateu forte. Neuer fez grande defesa, mas jogou o rebote literalmente no colo de Benzema, que não conseguiu completar o chute, dentro da pequena área. Foi só a partir deste lance que os franceses passaram a buscar o ataque. Benzema teve duas boas chances para empatar, aos 41 e aos 43 minutos, sem sucesso.
A maior iniciativa da França devolveu o equilíbrio do jogo no segundo tempo. Diante de uma Alemanha mais cadenciada, sem a mesma intensidade da etapa inicial, os franceses foram para o ataque e levaram perigo em duas cabeçadas, aos 4, com Evra, e aos 14 minutos, com Varane.
Preocupado com a reação da França, Joachim Löw decidiu trocar Klose, frustrado em sua tentativa de superar o recorde de gols em Copas, por Schürrle. E deu maior velocidade ao ataque alemão, abatido pelo calor carioca. Na base do contra-ataque, os alemães chegaram com perigo com Müller, aos 24, e o próprio Schürrle, aos 27 minutos.
Sem desanimar, a França seguia buscando o ataque e ensaiou pressão a partir dos 28 minutos, em finalização fraca de Valbuena. Benzema desperdiçou boa chance aos 30, em duas finalizações seguidas dentro da área. Na sequência, Matuidi bateu cruzado da direita e parou em Neuer. Aos 35, o ataque quase contou com uma ajuda de Hummels, contra, para empatar.
Sob pressão, a Alemanha apostou as últimas fichas para garantir a vitória com mais tranquilidade em um contra-ataque aos 36 minutos. Mas Müller errou em bola dentro da área. Ela sobrou para Schürrle, que pegou mal e bateu fraco. Lloris defendeu com o pé.
Em um último fôlego, a França partiu para o ataque nos instantes finais e quase buscou um suado empate. Benzema, aos 48 minutos, encheu o pé pelo lado esquerdo da área e exigiu grande defesa de Neuer, que evitou o gol e garantiu a vitória e a classificação dos alemães.
FICHA TÉCNICA
FRANÇA 0 x 1 ALEMANHA
LOCAL – Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
PÚBLICO – 74.240 presentes
RENDA – Não disponível
ÁRBITRO – Nestor Pitana (Fifa/Argentina)
CARTÕES AMARELOS – Khedira e Schweinsteiger (Alemanha)
GOL – Hummels, aos 12 minutos do primeiro tempo
FRANÇA – Lloris; Debuchy, Varane, Sakho (Koscielny) e Evra; Cabaye (Remy), Matuidi, Pogba e Valbuena (Giroud); Benzema e Griezmann. Técnico: Didier Deschamps.
ALEMANHA – Neuer; Lahm, Boateng, Hummels e Höwedes; Schweinsteiger, Khedira, Kroos (Kramer) e Özil (Götze); Müller e Klose (Schürrle). Técnico: Joachim Löw.