Eurocopa

Alemanha quebra tabu, elimina Itália pela 1ª vez e avança nos pênaltis à semi

Com o triunfo inédito, os alemães agora se preparam para enfrentar o vencedor do duelo entre França e Islândia

A Alemanha finalmente conseguiu eliminar a Itália em competições oficiais. Neste sábado, após empate por 1 a 1 no tempo regulamentar e sem gols na prorrogação, o time comandado por Joachim Löw derrotou o adversário nos pênaltis por 6 a 5, em Bordeaux, na França, e garantiu a classificação para as semifinais da Eurocopa.

Até então haviam sido quatro eliminações ou grandes decepções em mata-matas – semifinais das Copas de 1970 (4 a 3) e 2006 (2 a 0) final da Copa do Mundo de 1982 (3 a 1) e, mais recentemente, na semi da última Euro, em 2012 (2 a 1). As seleções também se enfrentaram outras quatro vezes na fase de grupos da Euro ou da Copa. Todas terminaram em empate.

Com o triunfo inédito, os alemães agora se preparam para enfrentar o vencedor do duelo entre França e Islândia, que acontece às 16 horas deste domingo. A semifinal está marcada para a próxima quinta-feira, no mesmo horário, no Stade Velódrome, em Marselha. A outra semifinal será entre Portugal e País de Gales, na quarta, às 16 horas, em Lyon.

Em campo, a Alemanha tomou a iniciativa da partida na etapa final e Özil abriu o marcador, dando a impressão de que viriam outros gols. Mas a Itália se reencontrou no jogo graças à mão na bola de Boateng dentro da área. Bonucci converteu o pênalti. O jogo foi para a prorrogação e nos pênaltis brilhou a estrela de Neuer, que pegou três cobranças.

Nas cinco batidas iniciais, cada uma das seleções errou três vezes. Nas alternadas, Darmian bateu para defesa do goleiro alemão. Hector cobrou e garantiu a vaga histórica. Pela Itália, marcaram Insigne, Barzagli, Giacherini, Parolo e De Sciclio. Zaza, Pelle e Bonucci também erraram. Pelos alemães também converteram Kroos, Draxler, Hummels, Kimmich, Boateng. Müller, Özil e Schweinsteiger erraram.

O JOGO

As duas seleções entraram com uma formação mais cautelosa. O primeiro tempo serviu para as equipes se estudarem. Muita marcação no meio-campo e raríssimas chances de gol. Preocupada com os contra-ataques dos italianos, os alemães evitaram fazer a marcação no campo do adversário.

Com 13 minutos de partida, a Alemanha precisou queimar a primeira substituição, pois o volante Khedira sofreu uma lesão muscular e deu lugar a Schweinsteiger. A moral do meio-campista é tamanha que ele entrou e recebeu a braçadeira de capitão que estava com Neuer.

Em uma das primeiras vezes em que pegou na bola, Schweinsteiger empurrou De Sciglio e cabeceou para as redes, mas o árbitro anulou o gol corretamente. Chances mesmo de gol na etapa inicial aconteceram apenas nos minutos finais.

Uma para cada lado. Os alemães foram ao ataque, Kroos chutou errado e a bola sobrou para Müller, que chutou para defesa de Buffon. A Itália respondeu em seguida. Giaccherini cruzou rasteiro, a zaga afastou e Sturaro finalizou cruzado. A bola desviou em Boateng e saiu com perigo.

A Alemanha voltou melhor no segundo tempo. Conseguiu impor o ritmo de jogo, tocava mais a bola e criou a primeira boa chance logo aos oito minutos. Gómez invadiu a área e tocou para Müller, que cortou para esquerda e bateu cruzado. Florenzi se jogou e conseguiu cortar com o pé para escanteio.

Os italianos continuavam recuados, buscavam um contra-ataque para matar o jogo. A única forma com a qual conseguiam parar o adversário era com falta. Foram três cartões amarelos na sequência. Primeiro com Sturaro, depois com De Sciglio e por fim Parolo, que entrou com a sola da chuteira nas costas de Gómez.

Mas não foi suficiente. Aos 20 minutos, Gómez avançou pela esquerda e tocou para Hector, que cruzou. A bola desviou em Giaccherini e caiu nos pés de Özil, que desviou para as redes. A pressão alemã continuou. Três minutos depois, Gómez teve grande chance de ampliar. Recebeu livre na área, mas dominou e tentou chutar de calcanhar. Buffon defendeu.

A Itália precisava atacar e foi para cima sem muita organização. Deu sorte de aos 32 minutos Florenzi cruzar e Boateng colocar a mão na bola dentro da área. Pênalti. Bonucci bateu firme no canto esquerdo de Neuer e deixou tudo igual. Foi o primeiro gol sofrido dos alemães nesta atual edição da Eurocopa.

Os atuais campeões do mundo sentiram o gol e deram espaço para o adversário. De Sciglio avançou pela esquerda e bateu no canto. A bola bateu na rede pelo lado de fora. Na sequência, Hummels cometeu falta dura e recebeu cartão amarelo, que o deixou de fora da semifinal. Nos minutos finais do tempo regulamentar, a Itália voltou a se fechar e a partida foi para a prorrogação.

Os primeiros 15 minutos do tempo extra aconteceu sem chances de gol para nenhuma das equipes. Na etapa final, a Alemanha começou melhor, criou chances em cruzamentos de Schweinsteiger e Daxler, mas faltou alguém para empurrar para as redes.

Nos pênaltis, foram necessárias nove cobranças para cada lado para definir o vencedor. Pela Itália, marcaram Insigne, Barzagli Giacherini, Parolo e De Sciclio. Zaza, Pelle, Bonucci e Darmian erraram. Pelos alemães converteram Kroos, Draxler, Hummels, Kimmich, Boateng e Hector. Müller, Özil e Schweinsteiger desperdiçaram as suas cobranças.

FICHA TÉCNICA:
ALEMANHA 1 (6) x 1 (5) ITÁLIA

ALEMANHA – Neuer; Höwedes, Jérôme Boateng e Hummels; Jonas Hector, Khedira (Schweinsteiger), Kroos, Kimmich e Özil; Thomas Müller e Mario Gómez (Draxler). Técnico: Joachim Löw.

ITÁLIA – Buffon; Barzagli, Bonucci e Chiellini (Zaza); Florenzi (Darmian), Parolo, Sturaro, Giaccherini; De Sciglio, Pellè e Éder (Insigne). Técnico: Antonio Conte.

ÁRBITRO – Viktor Kassai (HUN).

GOLS – Özil, aos 20, e Bonucci, aos 32 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Sturaro, De Sciglio, Parolo e Pellè (Itália); Hummels e Schweinsteiger (Alemanha).

LOCAL – Stade de Bordeaux, em Bordeaux.