Americanizada, Stock Car reúne ex-pilotos da F1 e campeão da Indy
Vista como uma das categorias mais equilibradas do automobilismo, a Stock Car reunirá em 2021…
Vista como uma das categorias mais equilibradas do automobilismo, a Stock Car reunirá em 2021 alguns dos principais pilotos brasileiros das últimas duas décadas. São quatro ex-F1 e um campeão da Indy entre os 32 que disputarão um campeonato reformulado, com inspirações trazidas da americana Nascar.
Felipe Massa, 39, vice-campeão da F1 em 2008, e Tony Kanaan, 46, campeão da Indy em 2004, são os nomes que reforçam o grid deste ano, que já conta com outros três egressos da principal categoria do automobilismo mundial: Rubens Barrichello, 48, Nelsinho Piquet, 35, e Ricardo Zonta, 45.
Adiada em quase um mês devido ao avanço da pandemia de Covid-19, a temporada 2021 terá seu início no domingo (25), às 15h, em Goiânia. Inicialmente, a abertura era prevista para 28 de março, em Londrina.
A partir deste ano, além do SporTV, a Band também exibirá todas as etapas, num acordo firmado até 2025. Pela primeira vez em sua história, o campeonato será exibido, ainda, fora do país, pelo site Motorsport.tv.
“Este é um momento chave para a Stock, tomara que seja o começo de um desenvolvimento importante para essa que é a principal categoria do automobilismo [brasileiro]”, diz Massa à Folha.
Serão 12 etapas, com duas corridas em cada fim de semana, somando 24 provas. Enquanto a primeira terá 25 minutos, a segunda será de 20. Sem intervalo entre uma e outra, haverá somente uma volta extra para o realinhamento dos carros, uma vez que o grid terá os dez primeiros colocados invertendo suas posições.
“Olhamos para o formato da Nascar, com os estágios, e pensamos em uma coisa que seja diferente e legal para quem está assistindo e para os pilotos”, afirma o novo CEO da Stock, Fernando Julianelli.
A ideia é aumentar ainda mais a competitividade da categoria. Isso mesmo com o fato de a última edição ter chegado à etapa final com 11 pilotos em condições de levar o título —Ricardo Mauricio foi o campeão, e Ricardo Zonta, o vice.
“É um grande barato para o expectador não ter a certeza de quem vai ganhar a corrida. Obviamente, há os favoritos, mas a categoria está sempre inovando mais”, diz Barrichello.
Ex-piloto da Ferrari, com a qual foi duas vezes vice-campeão da F1 (2002 e 2004), Rubinho está na Stock desde 2013 e conquistou o título em 2014. A presença e o sucesso dele na categoria atraíram Kanaan.
Os dois serão companheiros de equipe novamente, assim como ocorreu em 2012, quando correram juntos na Indy. Além de parceiros nas pistas, os dois cultivam longa amizade.
“O Tony é meu irmão. Quando ele perdeu o pai, o meu pai ajudou na carreira dele. Nós temos uma história de vida. Inclusive, ele é padrinho do meu filho, o Fernando, e eu sou padrinho do filho dele, o Leonardo”, conta Barrichello.
Kanaan afirma que ter a oportunidade de ficar mais próximo de Leonardo foi outro motivo determinante em sua decisão de voltar a correr no Brasil. “O Leonardo mora no Brasil, com a mãe dele. Eu vejo ele duas, três vezes no ano. Agora, correndo aí, vai dar para ver pelo menos uma vez por mês.”
Hoje com 13 anos, Léo chegou a correr de kart quando era mais novo, influenciado por Rubinho. Segundo Kanaan, ele acabou perdendo o interesse depois. “E eu não estou achando muito ruim, não. Não sei se eu tenho coração para isso”, brinca o piloto, campeão das 500 Milhas de Indianápolis em 2013.
Quem gosta de ver o filho correr é Nelson Piquet. A partir deste ano, o tricampeão de F1 será consultor da equipe MX Piquet Sports, recém introduzida por Nelsinho na Stock.
Na categoria desde 2018, Nelsinho correu nos últimos anos pela Full Time, a mesma equipe de Barrichello. O relacionamento entre ele e o chefe da escuderia, Maurício Ferreira, acabou se desgastando, de acordo com o próprio piloto.
“Quando se está numa equipe comercial, no final do ano eles fazem um balanço e tem de sobrar dinheiro. Eu estava numa posição dessa no ano passado, com um cara que pensava mais no financeiro do que no resultado em pista. Isso me deixava muito agoniado”, reclama.
À frente do projeto de sua nova equipe, Piquet diz que vai priorizar a buscar por vitórias, mas reconhece a necessidade de dar atenção ao lado comercial. Tanto que, apesar de seu pai pedir para estabelecer a sede da equipe em Brasília, onde ele mora, Nelsinho preferiu montar uma estrutura em São Paulo.
“Aqui, comercialmente é muito melhor para trazer investidores, patrocinadores, jornalistas, agências. Se eu fizesse a equipe em Brasília, eu iria perder muitas oportunidades. Eu quero que essa conta seja paga pelos patrocinadores. E conseguir viabilizar isso em Brasília seria mais difícil”, argumenta.
Mesmo a distância, a presença de Nelson Piquet na Stock, junto com as chegadas de Massa e Kanaan, são motivos de empolgação também para os pilotos do grid.
“Será um campeonato muito legal. Todos os carros são iguais e é bastante limitado o trabalho que pilotos e equipes conseguem fazer. Então, a performance do piloto e acertar o carro nos detalhes pequenos fará a diferença”, projeta Ricardo Zonta.
CALENDÁRIO DA STOCK CAR EM 2021
– Goiânia, 25/4
– Interlagos, 16/5
– Velocitta, 19/6
– Velocitta, 20/6
– Cascavel, 11/7
– Curitiba, 1º/8
– Curitiba, 22/8
– Santa Cruz do Sul, 19/9
– Velocitta, 23/10
– Velocitta, 24/10
– Goiânia, 21/11
– Etapa a definir, 12/12