A Federação Italiana de Futebol (FIGC) confirmou nesta quinta-feira a contratação do técnico Antonio Conte para comandar a seleção do país. Tricampeão italiano pela Juventus, Conte vai substituir Cesare Prandelli, que pediu demissão do cargo depois do fracasso do time nacional na Copa do Mundo no Brasil.
O acerto entre Conte e a FIGC já era esperado desde a metade de julho, quando o treinador surpreendeu ao anunciar sua saída da Juventus. Conte assinou contrato até o fim da Eurocopa da França. Seu vínculo formal vai até o dia 31 de julho de 2016. A apresentação oficial está marcada para a próxima terça-feira, dia 19.
A negociação entre as partes foi finalizada somente nesta manhã. Pelo acordo, Conte vai receber salário semelhante ao de Prandelli, em torno de R$ 9,5 milhões por ano. E ganhará bônus por conquistas pontuais, como a classificação para a Eurocopa, o crescimento de pelo menos cinco posições no ranking da Fifa e a chegada até a final da competição continental.
Depois do fracasso na Copa, quando a Itália não passou da fase de grupos, a Federação demonstrou maior preocupação com a base, assim como aconteceu com a CBF, na esteira do 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal. E, pela definição entre a FIGC e Conte, o treinador também ficará incumbido de fazer um trabalho mais próximo da base.
O objetivo é revitalizar a seleção italiana, depois das críticas sofridas ao fim do Mundial. A meta foi estabelecida pelo novo presidente da Federação, Carlo Tavecchio, que assumiu o cargo nesta semana. Conte deve trabalhar em parceria com Arrigo Sacchi atual coordenador das seleções de base e técnico da equipe vice-campeã mundial em 1994.
Tavecchio chegou a virar alvo de polêmica na Itália ao criticar a falta de renovação no futebol nacional. Ao reclamar da forte presença de jogadores africanos no país, foi acusado de racismo. “Na Inglaterra, eles escolhem os jogadores com base no profissionalismo, enquanto dizemos que ‘Opti Poba’ está aqui. Ele estava comendo bananas antes e agora está como titular da Lazio e tudo bem”, afirmara.
A repercussão negativa das declarações deixou a eleição na FIGC conturbada e acabou tirando o foco da contratação do novo treinador, efetivada somente quando Tavecchio foi confirmado no cargo, na semana passada.