Piloto Britânico

Após perda do título, Hamilton fala pela 1ª vez: ‘Nunca disse que deixaria F-1’

Com o vice-campeonato, Hamilton resolveu ficar de fora até das redes sociais, onde era bem ativo, mas negou saída

Hamilton já disse inúmeras vezes ser um dos maiores fãs do brasileiro Ayrton Senna. Foto: Arquivo pessoal

Pouco mais de dois meses depois da perda do título do Mundial de Pilotos de 2021 para o holandês Max Verstappen, da Red Bull, na última volta do GP de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, o britânico Lewis Hamilton falou publicamente pela primeira vez nesta sexta-feira (18). E afirmou que seu futuro segue dentro das pistas da Fórmula 1.

“Eu nunca disse que deixaria a Fórmula 1. Adoro fazer o que faço e é um privilégio trabalhar com esse grande grupo de pessoas. Eu me sinto como parte de uma família. Não há nada como isso”, disse o piloto, hexacampeão mundial, em entrevista coletiva durante a apresentação do modelo W13, o carro que a Mercedes utilizará na nova temporada.

Com o vice-campeonato, Hamilton resolveu ficar de fora até das redes sociais, onde era bem ativo, e só voltou a fazer publicações em sua conta oficial no Instagram neste mês. No último dia 5, compartilhou uma foto com a legenda “Eu fui. Agora estou de volta!'”.

Durante a entrevista coletiva desta sexta-feira, o piloto britânico admitiu ter ficado abalado após a derrota em 2021. Hamilton revelou que buscou apoio na família e agora se sente preparado para encarar a temporada deste ano que começa no dia 20 de março com o GP do Bahrein, no circuito de Sakhir.

“Foi um momento difícil para mim e um momento em que precisei dar um passo para trás e me concentrar no presente. Eu tive minha família ao meu redor e criei ótimas lembranças nesse período, mas acabei chegando a um ponto em que decidi que atacaria novamente, começando outra temporada e trabalhando com Toto (Wolff) e George (Russel)”, ressaltou o piloto, ao lado do chefe da Mercedes e do novo colega de equipe, que substitui o finlandês Valtteri Bottas.

Em Abu Dhabi, Hamilton chegou empatado em pontos com Verstappen e liderou boa parte da corrida, mas foi ultrapassado na última volta após decisões polêmicas da direção de prova, que não seguiu o regulamento para a gestão do “safety car” (carro de segurança). O caso foi alvo de investigação da Federação Internacional de Automobilismo (FIA, na sigla em francês) e resultou na saída do australiano Michael Masi do cargo de diretor de provas na Fórmula 1.

Já Wolff ressaltou no evento a contribuição de Hamilton para a equipe alemã e garantiu não temer que ele, de fato, se aposentasse. “Isso não foi sobre o diretor de provas ou outra pessoa, era sobre Lewis fazer as pazes com a forma como a corrida terminou. Para ele, trata-se de justiça desportiva e não foi esse o caso, ele precisava de um tempo para refletir. Mas nunca fiquei preocupado. Temos uma equipe forte, então eu sabia que ele voltaria. Todos ficamos desiludidos porque Lewis era o melhor cara em pista e isso lhe tirado por um único indivíduo contra todas as regras, então digerir isso é muito difícil. Nunca vimos nada assim, então ele teve que se afastar, libertar sua mente e pensar em outra coisa”, comentou.

“Chegamos aqui praticamente juntos, em 2013. Dez anos conosco é muito tempo. Ano passado, pareceu que perdemos a corrida no Brasil com a desclassificação na classificação (de sexta-feira), mas Lewis disse: ‘Vamos pelo menos ganhar esse título de construtores por nós’. Ele é um jogador de equipe e uma peça super importante para nós”, completou o austríaco.