Atlético-MG joga com enorme vantagem para buscar título da Copa do Brasil
Equipe mineira venceu o Athletico PR no primeiro jogo por 4 a 0 e possui grande vantagem para ficar com o troféu
Só uma chocante reviravolta impedirá o Atlético-MG de confirmar a conquista da Copa do Brasil, nesta quarta-feira (15), em partida marcada para as 21h30. Ferido pela goleada de 4 a 0 no jogo de ida da decisão, no Mineirão, o Athletico-PR tenta juntar os cacos e sonha com um feito inédito na Arena da Baixada.
O time paranaense só conseguiu placar tão elástico na história da Copa do Brasil diante de adversários sem a força do atual campeão brasileiro. Fez 6 a 2 no CSA em 1997, 4 a 0 no Vilhena em 2010, 5 a 0 no Bahia em 2011, 5 a 1 no Criciúma em 2012, 6 a 2 no América-RN em 2013 e 5 a 0 diante do Dom Bosco em 2016.
Nesta temporada, a equipe alcançou a diferença de quatro gols apenas uma vez. Triunfou por 4 a 0 sobre o Aucas, do Equador, em uma das jornadas de sua campanha rumo ao título da Copa Sul-Americana. O time já viveu essa situação adversa em 2017, superado pelo Grêmio com o mesmo placar. Não conseguiu devolver o resultado (perdeu por 3 a 2) e deu adeus nas quartas de final.
A boa fase do Atlético-MG, campeão brasileiro após 50 anos de espera, também contribui para o pessimismo da maioria dos torcedores da formação paranaense. Hulk vive ótimo momento, foi o artilheiro do Nacional de pontos corridos, com 19 gols, e é também o goleador da Copa do Brasil, com sete.
O Atlético-MG não sofre uma derrota por 4 a 0 desde setembro de 2015, resultado obtido pelo Santos, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro. A vantagem do time alvinegro é inédita em finais da Copa do Brasil, torneio iniciado em 1989. Ainda assim, Cuca adota a cautela em seu discurso.
“O primeiro tempo acabou no Mineirão. Não me iludo com o futebol. Espero a hora certa para fazer as coisas, principalmente quando elas são favoráveis a nós”, afirmou o treinador.
Natural de Curitiba, Cuca é torcedor declarado do Athletico e está se consolidando como o grande nome entre os técnicos da história do Atlético-MG. Ele participou de algumas das conquistas mais importantes do clube, como a Libertadores de 2013 e o Brasileiro deste ano.
“Temos que ter cuidado. Vamos encontrar uma arena cheia e um adversário querendo reverter”, disse o técnico.
Alberto Valetim, comandante da equipe rubro-negra, não esconde a desesperança. “Lógico que temos que ser realistas. É muito difícil nós revertermos”, reconheceu.
Em Belo Horizonte, a torcida deixou de lado a prudência e, diante da clara superioridade vista em campo, começou a gritar “bicampeão” antes mesmo de Vargas anotar o quarto gol. Com um título da Copa do Brasil de cada lado, Atlético-MG e Athletico são os que mais chegaram à decisão do torneio nos últimos dez anos.
O Atlético-MG levantou a sua primeira taça em 2014, ao levar a melhor sobre o arquirrival Cruzeiro, e foi vice em 2016, superado pelo Grêmio.
O Athletico, campeão em 2019 diante do Internacional, perdeu a decisão de 2013 para o Flamengo. Se não tem o prestígio do Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil apresenta como um de seus grandes atrativos o valor da premiação. Pelo sucesso nas fases anteriores, cada um dos finalistas já levou R$ 15 milhões. O campeão embolsará mais R$ 56 milhões, e o vice ficará com mais R$ 23 milhões. Pela conquista do Brasileiro, o Atlético-MG faturou R$ 33 milhões.
O time alvinegro poderá ser segundo a levantar, na mesma temporada, as taças do estadual, do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. Até hoje, o arquirrival Cruzeiro é único com tal proeza, em 2003.
Em meio ao bom trabalho realizado em campo, o clube de Belo Horizonte é desafiado a reduzir o abismo financeiro que o separa hoje de Flamengo e Palmeiras. No primeiro semestre deste ano, o Atlético-MG atingiu receita de R$ 148 milhões, enquanto o Flamengo registrou R$ 365 milhões e o Palmeiras, R$ 443 milhões.
Com um passivo de quase R$ 1,2 bilhão, o Atlético sobrevive com a ajuda de mecenas e vê a necessidade de ampliar suas fontes de renda.
Com as contratações de atletas badalados como Hulk, Diego Costa e Nacho Fernández, surgiu a expressão “4 R’s”, que faz alusão aos empresários Rafael Menin e Rubens Menin (da construtora MRV), Renato Salvador (da rede hospitalar Mater Dei) e Ricardo Guimarães (do banco BMG), que têm socorrido o clube com aporte financeiro. A Copa do Brasil poderá alegrar, além do torcedor, o departamento de finanças do clube.