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Atletismo e ouro inédito no taekwondo colocam Brasil no top 3 das Paralimpíadas

O Brasil fica atrás apenas de China e Grâ-Bretanha no quadro de medalhas

Ana Carolina de Moura com medalha de ouro. Foto: Teca Falcão/CPB

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Três medalhas de ouro no atletismo e um feito inédito no parataekwondo feminino colocaram o Brasil no top 3 do quadro de medalhas dos Jogos Paralímpicos de Paris. Depois de subir três vezes no pódio já no primeiro dia do megaevento, a delegação brasileira somou mais nove conquistas nesta sexta-feira (30) e chegou a 12, sendo cinco ouros, uma prata e seis bronzes.

Somente China (25, com nove ouros) e Grã-Bretanha (15, com seis ouros) estão à frente dos brasileiros no ranking geral. A meta do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) é superar as 72 medalhas obtidas em Tóquio e permanecer, pelo menos, no top 10 até o fim das competições.

O objetivo passa por confirmar o favoritismo em modalidades nas quais o país, historicamente, costuma acumular medalhas, como natação e atletismo, além de alcançar títulos inéditos.

Nesta sexta-feira, a surpresa veio de Ana Carolina Moura, 28, que superou a jovem francesa Djelika Diallo, 19, e praticamente todos os torcedores presentes na arena Grand Palais, para conquistar o primeiro ouro do Brasil no parataekwondo feminino, na categoria até 65 kg.

Estreante nos Jogos, a mineira de Belo Horizonte teve uma trajetória com três lutas para sair com o título. Nas quartas de final, ela venceu a grega Christina Gkentzou e, na semifinal, superou a camaronesa Marie Antoinnette Dassi, antes da decisão com a francesa.

Essa foi a segunda aparição do taekwondo no programa paralímpico. A estreia foi em Tóquio, quando o Brasil levou três atletas e todos eles conquistaram medalhas: Nathan Torquato (ouro), Débora Menezes (prata) e Silvana Fernandes (bronze).

Mais nova integrante desse grupo, Ana Carolina tem má-formação congênita do antebraço direito e iniciou sua trajetória na modalidade como uma forma de autodefesa após ser assaltada.
“Estou muito satisfeita porque é um trabalho em equipe. Todo mundo junto, então é um resultado de todos nós”, disse a campeã.

Além da mineira, a paraibana Silvana Fernandes, da categoria até 57 kg, faturou a medalha de bronze e se juntou ao time dos medalhistas brasileiros em Paris. Ela derrotou Kamilya Dosmalova, do Cazaquistão, na decisão.

Se os atletas do taekwondo surpreenderam, os do atletismo fizeram o que deles se esperava, confirmando o favoritismo do Brasil em algumas categorias. Com quatro medalhas conquistadas, o esporte é segundo que mais garantiu pódios ao time verde-amarelo na capital parisiense, só atrás das cinco da natação. Mas com uma importante diferença: três dos cinco ouros do país até aqui vieram das pistas.

Júlio Agripino dos Santos venceu a prova dos 5.000 m (T1), Ricardo Gomes ganhou a disputa dos 100 m (F37) e Petrúcio Ferreira subiu no lugar mais alto do pódio depois dos 100 m (T47). Yeltsin Jacques, com um bronze nos 5.000 m (T1), garantiu a quarta medalha da modalidade.

O ouro de Petrúcio o consagrou como um dos brasileiros mais vitoriosos da história dos Jogos, com três títulos no 100 m (T47).

“Sou muito grato por tudo isso, agradeço quem acredita no meu trabalho. Esse ano eu venho sofrendo muito, briga interna com meu corpo, muitas lesões, me machucando muito, muita cobrança, eu me cobro muito. Isso aqui é só diversão para mim”, disse o tricampeão.

Nascido em São José do Brejo do Cruz, na Paraíba, o velocista manteve sua hegemonia de quase nove anos na prova. Desde os Jogos Parapan-Americanos de Toronto-2015, ele vence esta disputa em grandes competições internacionais contra os atletas da sua classe.

Com as conquistas em Paris, o atletismo amplia sua hegemonia como a modalidade que mais vezes levou o Brasil para o pódio, com 174 medalhas, sendo 51 de ouro.

A segunda modalidade nessa lista é a natação, que também ampliou sua marca nesta sexta-feira, com mais duas medalhas, ambas de bronze, alcançadas por Talisson Glock nos 200 m medley e pela equipe do revezamento 4×50 m livre, que contou com Lidia Cruz, Patrícia Sampaio e Daniel Mendes, além do próprio Talisson.

Por fim, o tênis de mesa também confirmou uma medalha no segundo dia das Paralimpíadas, com o bronze da dupla Joyce e Catia Oliveira na classe WD4.

Além das conquistas já contabilizadas, outras duas já estão asseguradas no tênis de mesa, mas ainda sem cor definida. Claudio Massad e Luiz Manara venceram uma dupla de franceses e estão na semifinal da classe MD18 e Bruna Alexandre e Dani Rauen derrotaram a dupla da Ucrânia na classe WD20 e também garantiram o pódio.