FÓRMULA 1

Hamilton desafia proibição de declarações políticas na F-1: ‘Nada vai me parar’

No código da FIA, os pilotos precisam solicitar autorização para fazerem declarações políticas, religiosas e pessoais

Hamilton é heptacampeão da Fórmula 1. Foto: Divulgação

O heptacampeão Lewis Hamilton está pronto para desafiar a proibição de declarações políticas instituída na Fórmula 1 em dezembro do ano passado, com uma atualização no Código Desportivo Internacional da Federação Internacional de Automobilismo. Após não tocar no tema desde o anúncio da restrição, o britânico de 38 anos deu sua opinião ao ser questionado sobre o assunto na quarta-feira, durante a apresentação do novo carro da Mercedes para a temporada 2023.

“Não me surpreende (a decisão da FIA)”, disse o piloto. “Nada vai me impedir de falar sobre as coisas pelas quais eu sinto paixão ou problemas que existem por aí. Eu acredito que o esporte tem uma responsabilidade, ainda, de se comunicar como um meio de criar consciência sobre tópicos importantes, principalmente porque estamos sempre viajando para todos esses lugares diferentes. Então, nada muda”, concluiu.

A atualização do código da FIA determinou que pilotos solicitem uma permissão escrita caso queiram fazer “declarações ou comentário políticos, religiosos e pessoais” em entrevistas realizadas durante os finais de semana de corrida. Hamilton é conhecido por seu engajamento em diferentes causas, como a luta por justiça social, o combate ao racismo, a proteção à comunidade LGBT+ e demais assuntos relacionados aos direitos humanos.

Ao comentar sobre a possibilidade de ser penalizado em caso de violação da regra, Hamilton disse entender que “não seria inteligente dizer que gostaria de receber pontos extras de penalidade”, mas garantiu que encontrará uma forma de continuar se expressando. “Continuarei falando. Nós ainda temos essa plataforma, há muitas coisas que precisam ser resolvidas”, afirmou.

Companheiro de Hamilton na Mercedes e diretor da Associação de Pilotos, George Russell também criticou as determinações da federação. “Eu acho que é completamente desnecessário no esporte e no mundo que nós vivemos neste momento. Naturalmente, estamos atrás de esclarecimentos e confio que isso será resolvido”.