Série A

Auxiliar de Abel no Palmeiras ‘inventa gols’ que surpreende rivais

Castanheira é bem mais tranquilo que Abel e João Martins à beira do campo, e passa quase despercebido no banco de reservas durante os jogos

O técnico Abel Ferreira fez questão de elogiar Vítor Castanheira após a vitória do Palmeiras contra o Atlético-MG no último sábado (28) pelo Brasileiro. Isso por que Vítor é o responsável pelas bolas paradas ofensivas do alviverde e graças a uma jogada ensaiada do auxiliar, saiu o lance que originou o pênalti em Maurício —que Veiga bateu e abriu o placar.

O QUE DISSE ABEL

A”postar na formação é algo que fazemos de forma pensada, gradual, sabemos tudo que se passa na formação pelo [Vitor] Castanheira. Por falar nele, hoje ele merece os parabéns porque o primeiro gol é absolutamente extraordinário. Já estava a dizer a ele que não marcávamos um gol de bola parada há muito tempo, o que se passa? Todos precisamos ser desafiados e hoje ele nos presenteou com uma bela jogada de bola parada e a equipe foi capaz de fazer de forma brilhante, que rendeu o primeiro pênalti”, disse o técnico alviverde.

Castanheira é bem mais tranquilo que Abel e João Martins à beira do campo, e passa quase despercebido no banco de reservas durante os jogos. No entanto, além da bola parada ofensiva e o olhar para a base, Castanheira é responsável por uma função importantíssima na engrenagem alviverde.

CASTANHEIRA FOI MEIA, MAS ‘EXERCE’ A FUNÇÃO NO PALMEIRAS ATÉ HOJE

Castanheira nasceu em Chaves, no norte de Portugal, e tem 47 anos. Ele é assistente de Abel desde 2013, quando eles trabalharam juntos no time B do Braga, e acompanhou o técnico no próprio clube português quando assumiram a equipe principal, no PAOK, da Grécia, e no Palmeiras.

Vítor fez grande parte de sua carreira no futebol português. Ele era um meia que defendeu o Braga, Chaves, Leixões, Moreirense e DOXA, do Chipre.

Castanheira também é responsável pela integração da base com o profissional. Vítor faz o “meio de campo” entre a base e o profissional no Palmeiras —como o próprio Abel disse em coletiva, sua comissão descobre tudo na base graças ao trabalho de Castanheira, que é de extrema importância levando em consideração a filosofia do clube nos últimos anos.

A reportagem conversou com pessoas que trabalham no dia a dia com Castanheira e ouviu que ele é um excelente profissional e muito querido pelos jogadores.

‘CANHOTO, HABILIDOSO E CLÁSSICO’

Lenny, ex-Palmeiras, teve a oportunidade de dividir vestiário com Vítor Castanheira no Braga, antes dele chegar ao Palmeiras. Em entrevista ao UOL, o ex-atacante contou como o agora auxiliar era nessa época.

“Na Europa tem muito esse negócio da hierarquia, ele se formou no clube e era o segundo capitão da equipe mesmo na reserva. Era um meia canhoto, habilidoso, mais clássico, muito gente boa. Nos demos bem lá. Era um cara importante para o time, entrava, cadenciava o jogo, tinha um jogo mais clássico”, recordou Lenny.

“Na época a gente jogava em 4-4-3, e ele jogava na posição de 10. Era o reserva da equipe, mas entrava em muitos jogos. Tinha muito respeito dos companheiros”, acrescentou.

O ex-atacante passou pouco tempo no Braga, mas mesmo assim se lembra de Vítor como companheiro de equipe.

RETROSPECTO NO PALMEIRAS

Castanheira já comandou a equipe em três oportunidades e tem uma vitória, um empate e uma derrota.

Os jogos foram: Palmeiras 4 x 0 América-MG, Palmeiras 0 x 2 Cuiabá e Ceará 2 x 2 Palmeiras.