Barganha da FPF com equipamentos de combate à covid-19 garante partidas no Rio
O estádio de Volta Redonda foi utilizado como hospital de campanha no combate a Covid-19
Para garantir a sequência de jogos do Campeonato Paulista com o Estado de São Paulo em restrições para esportes por causa dos números altos da pandemia, a Federação Paulista de Futebol (FPF) se comprometeu a doar equipamentos necessários para a montagem de 10 leitos de UTI. Serão 10 respiradores e 10 monitores para o tratamento de pacientes com a covid-19 doados para a prefeitura de Volta Redonda (RJ) a fim de poder realizar os jogos Mirassol x Corinthians, nesta terça-feira, e São Bento x Palmeiras, na quarta, no estádio Raulino de Oliveira.
No entanto, o prefeito Francisco Neto, da cidade sul fluminense, vetou as partidas previamente marcados para o município pela Copa do Brasil com exceção dos jogos do time local, o Volta Redonda. A CBF havia definido outros três confrontos do torneio nacional na cidade (Corinthians x Retrô-PE, Porto Velho-RO x Ferroviário-CE e Jaraguá-GO x Manaus-AM). A justificativa do mandatário para a proibição foi a necessidade de reduzir a circulação de pessoas na cidade durante o período de pandemia. Volta Redonda teve 506 óbitos e mais de 54 mil casos notificados suspeitos, além de 21 mil confirmados da doença.
Em meio a seguidos desmandos, os funcionários da prefeitura e do estádio vêm trabalhando em ritmo acelerado para deixar o Raulino de Oliveira em condições de receber a partida entre Mirassol e Corinthians. Dentre essas medidas principais já foram enviados os ofícios à Polícia Militar e Corpo de Bombeiros para as questões de segurança. Os hospitais credenciados também foram acionados para que estejam aptos a receber algum atleta que venha necessitar de cuidado médico prioritário no caso de contusão na partida.
O aluguel do Raulino de Oliveira gira em torno de R$ 30 mil. Essa quantia sobe um pouco quando a partida é realizada à noite por causa do gasto com a iluminação. Em dias de jogos, o estádio é isolado duas horas antes para o processo de sanitização dos vestiários e também das áreas comuns (corredores internos e banco de reservas, por exemplo), que são ocupadas pelos jogadores e integrantes da comissão técnica dos times. Segundo estimativa de um profissional da prefeitura, esse processo de higienização é feito em torno de uma hora.
HOSPITAL DE CAMPANHA – Reconstruído em 2004, o estádio tem capacidade para 20 mil pessoas. O local oferece serviços como educação, esporte e inclusão social e saúde para a comunidade. Também chamado de estádio da Cidadania, o campo do Volta Redonda recebeu três partidas pelo Estadual do Rio de Janeiro neste ano. O time da cidade lidera o Campeonato Carioca com 10 pontos (três vitórias e um empate) e tem um aproveitamento de 83,3%.
Em março do ano passado, o estádio virou hospital de campanha e teve o gramado ocupado por leitos de emergência. As tendas e equipamentos médicos ficaram no gramado de abril até outubro, quando foram desmontadas para o início do Campeonato Carioca. Desde então, o estádio vem passando por reformas e melhorias.
Mirassol e Corinthians devem chegar ao campo 1 hora e 30 minutos antes do jogo. A recomendação é que os elencos não fiquem mais do esse tempo no estádio. Os vestiários são separados e os times não terão contato. O protocolos de saúde não será os da FPF, mas os da cidade de Volta Redonda. Todos terão de apresentar testes negativos para a covid-19. O jogo está marcado para 21 horas.