NBA

Sem LeBron, Curry e Durant nos ‘playoffs’, NBA vive passagem de bastão

Os playoffs da NBA começam neste sábado (4), com Nuggets e Timberwolves

Têm início neste sábado (4) as semifinais de conferência da NBA, com o jogo de abertura da série entre Denver Nuggets e Minnesota Timberwolves. Pela primeira vez desde 2005, a liga norte-americana de basquete chega a essa fase sem nenhum dos três jogadores que a dominaram por uma década.

Estão fora da disputa LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant. Ao menos um deles esteve entre os semifinalistas do Oeste ou do Leste nas 18 edições anteriores do campeonato, que vem sendo dominado por times e estrelas mais jovens, impiedosos com seus ídolos.

Curry, 36, nem mesmo avançou aos “playoffs”. O tetracampeão fez o que pôde, mas seu Golden State Warriors caiu no “play-in”, repescagem que vale vaga no mata-mata, diante do Sacramento Kings –que perdeu o confronto seguinte e também não se classificou à etapa decisiva.

O armador, que mudou a história da modalidade com seu arremesso de longa distância, foi o último do histórico trio da velha guarda a erguer o troféu, há dois anos. De lá para cá, porém, quase tudo deu errado para os Warriors, que estabeleceram a mais recente dinastia da NBA, com seis finais e quatro títulos de 2015 a 2022.

Steph teve ótimas médias na temporada, com 26,4 pontos, 4,5 rebotes, 5,1 assistências por partida e 40,8% nos tiros de três. Ainda é altamente produtivo. Mas o Golden State tem severas limitações orçamentárias, nas regras da liga, para lhe dar um suporte maior do que o oferecido pelo desequilibrado Draymond Green e pelo hoje errático Klay Thompson.

A NBA tem um teto para a soma dos salários de cada equipe, embora haja mecanismos para furá-lo, com taxas mais e mais punitivas. E os próprios contratos de Curry (US$ 51,92 milhões, ou R$ 265,7 milhões, recebidos na última temporada), LeBron (U$S 47,61 milhões, ou R$ 243,6 milhões) e Durant (U$S 47,65 milhões, ou R$ 243,8 milhões) são os primeiros fatores limitantes para a construção de um time ao redor da grande estrela.

Cada um dos elencos que derrubaram os membros do velho trio foi formado em casa, com o desenvolvimento de jogadores a partir de escolhas no Draft, o sistema de recrutamento de calouros. Ao passo que os derrotados, montados em torno de um craque veterano, foram desenhados com a chegada de atletas livres, sem contrato, e com trocas.

Foi por meio de uma troca que o Phoenix Suns juntou Kevin Durant, hoje com 35 anos, ao talentoso Devin Booker, 27. Em outra troca, desembarcou no Arizona o também ótimo Bradley Beal, 30. Porém essas negociações levaram o time a abrir mão de seus bons coadjuvantes, e a trinca Durant/Booker/Beal levou 4 a 0 do agressivo Minnesota Timberwolves.

O ala-armador Anthony Edwards, 22, foi o grande nome da série, vencendo o duelo individual com Durant e o provocando em vários momentos, no que os norte-americanos chamam de “trash talk”. Ao fim do embate, Durant cumprimentou calorosamente Edwards e não se mostrou ofendido. “É basquete. Você fica quente, faz cestas, acerta arremessos difíceis e fica empolgado consigo mesmo.”

Foi também com humildade que LeBron James, 39, lidou com a derrota por 4 a 1 do Los Angeles Lakers para o Denver Nuggets –atual campeão, que, no ano passado, já havia feito 4 a 0 em série contra a tradicional formação californiana. Se não são poucos os que consideram James o maior da história do basquetebol, hoje o pivô Nikola Jokic, 29, atual dono do troféu de melhor da liga, é superior.

“É um dos melhores que já jogaram este jogo”, reconheceu um dos melhores que já jogaram este jogo.

James é tetra. Curry é tetra. Durant é bi. Eles somam sete troféus de MVP, prêmio dado ao melhor do ano. Todas as finais da NBA de 2011 a 2020 tiveram ao menos um deles. E nenhum chegou vivo a maio, quando se afunila a disputa na liga.

LeBron, Stephen e Kevin agora descansam para os Jogos Olímpicos, no qual estarão como um trio pela primeira vez, defendendo os Estados Unidos. Pode ser a última chance de glória para esses craques no esporte que dominaram.