Bottas deixa Vettel e Hamilton para trás e vence pela 1ª vez na Fórmula 1
O finlandês Valtteri Bottas, da Mercedes, subiu no lugar mais alto do pódio de uma prova da categoria pela primeira vez
A Fórmula 1 tem mais um nome em sua galeria de vencedores a partir deste domingo (30). O finlandês Valtteri Bottas subiu no lugar mais alto do pódio de uma prova da categoria pela primeira vez ao surpreender os favoritos Sebastian Vettel e Lewis Hamilton e conquistar o GP da Rússia, em Sochi.
Em sua quarta temporada como piloto titular da Fórmula 1, sendo a primeira na Mercedes, Bottas se tornou o 107.º a vencer uma prova da categoria, o quinto finlandês. Ele mostrou qualidade e inteligência para vencer uma prova de poucas emoções ao completar as 52 voltas no circuito em 1h28min08s743.
Em um circuito de difícil ultrapassagem, a corrida foi decidida na largada e na estratégia das equipes. Bottas saltou de terceiro para primeiro na saída, deixando para trás as duas Ferraris. A equipe italiana, então, colocou Vettel na briga novamente graças a uma estratégia ousada, abusando dos pneus, mas o finlandês se segurou para confirmar o triunfo.
Além da felicidade pela primeira vitória, Bottas mostrou à Mercedes que pode entrar na briga pelo título, que parecia resumida a seu companheiro de equipe Hamilton, que foi apenas o quarto neste domingo, e a Vettel, que teve que se contentar com a segunda colocação.
E se não pôde comemorar a vitória, o alemão ao menos celebrou a manutenção tranquila da liderança no Mundial de Pilotos, com 86 pontos, 13 à frente de Hamilton. Bottas, agora, tem 63 pontos, na terceira colocação, seguido por Kimi Raikkonen, que chegou a 49 pontos com a terceira colocação deste domingo.
Hamilton, aliás, teve dia para esquecer em Sochi. Não bastasse ter largado em quarto, se mostrou bem mais lento que seus concorrentes ao longo de toda a corrida e ficou fora do pódio pela primeira vez desde o GP da Malásia do ano passado, em outubro, quando precisou abandonar.
Já o brasileiro Felipe Massa fazia boa prova até a reta final, quando sua Williams apresentou problemas no pneu e o obrigou a uma inesperada segunda ida aos boxes. Com isso, ele precisou se contentar com o nono lugar, que pelo menos o fez somar pontos, indo a 18 no total na temporada – é o oitavo do Mundial.
Agora, a Fórmula 1 se prepara para ir à Catalunha, onde acontecerá o GP da Espanha, próxima etapa da temporada. A corrida será disputada no dia 14 de maio, às 9 horas (de Brasília).
A PROVA – Antes mesmo de ser dada a largada, o pesadelo de Fernando Alonso e da McLaren teve mais um capítulo, e dos mais incomuns. Já na volta de apresentação, o carro da tradicional equipe inglesa apresentou problemas e parou no meio da pista, obrigando o espanhol a abandonar a corrida mesmo antes de ela começar.
O incidente atrasou um pouco a largada, e quando as luzes verdes apareceram, Valtteri Bottas mostrou por que a Mercedes foi buscá-lo na Williams para substituir o campeão Nico Rosberg. O finlandês foi perfeito, saltando para a liderança e deixando Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen para trás.
Lewis Hamilton mostrou que seria mesmo apenas um coadjuvante em Sochi e manteve-se em quarto, sem sequer incomodar os três primeiros. Outro piloto arrojado, Max Verstappen ultrapassou Felipe Massa e seu companheiro de Red Bull Daniel Ricciardo, saltando de sétimo para quinto.
Massa manteve-se em sexto porque também ultrapassou Ricciardo. O australiano da Red Bull, aliás, também viveu mais um dia para esquecer neste domingo e logo nas primeiras voltas viu seu carro apresentar problemas no freio. Sem solução, precisou abandonar.
Em uma pista de difícil ultrapassagem, a prova perdeu ainda mais em emoção porque logo nas primeiras curvas, Jolyon Palmer e Romain Grosjean se chocaram e abandonaram a prova, exigindo a entrada do Safety Car. Bottas, então, aproveitou para manter a ponta e, posteriormente, disparar.
A Mercedes viveu dia de extremos, e enquanto via Bottas disparar na ponta, assistia também a uma exibição decepcionante de Hamilton. Considerado o primeiro piloto da equipe, o inglês esteve irreconhecível e manteve-se na quarta colocação totalmente afastado da briga pela ponta, desempenho abaixo do esperado para quem deseja brigar pelo título da temporada.
Por outro lado, parecia que a vitória de Bottas era certa. Isso até a estratégia da Ferrari surpreender mais uma vez. O finlandês viu a diferença para Vettel cair volta após volta por causa da degradação de seus pneus, muito maior do que os do rival alemão.
A Ferrari, aliás, atrasou a ida de Vettel para os boxes, e mesmo com os pneus sofrendo, o alemão seguia mais rápido do que o finlandês. Após a parada de ambos, Bottas estava na frente, mas o triunfo já não parecia garantido.
Os quatro segundos de vantagem do piloto da Mercedes para o alemão da Ferrari foram diminuindo volta após volta, até eles ficarem quase grudados no fim. Com duas voltas para o término, no entanto, Vettel perdeu tempo atrás do retardatário Felipe Massa – inclusive, reclamou bastante do brasileiro -, o que garantiu a vitória de Bottas.
Massa, aliás, vinha fazendo uma prova bastante tranquila até a 43.ª volta, quando precisou parar nos boxes pela segunda vez por causa de um problema nos pneus. Com isso, deixou a briga pela sexta posição, definida por ele como meta, e teve que se contentar com o nono lugar.
Confira a classificação final do GP da Rússia:
1) Valtteri Bottas (FIN/Mercedes), em 1h28min08s743
2) Sebastian Vettel (ALE/Ferrari), a 6s617
3) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 11s000
4) Lewis Hamilton (ING/Mercedes), a 36s320
5) Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 60s416
6) Sergio Pérez (MEX/Force India), a 86s788
7) Esteban Ocon (FRA/Force India), a 95s004
8) Nico Hülkenberg (ALE/Renault), a 96s188
9) Felipe Massa (BRA/Williams), a uma volta
10) Carlos Sainz (ESP/Toro Rosso), a uma volta
11) Lance Stroll (CAN/Williams), a uma volta
12) Daniil Kvyat (RUS/Toro Rosso), a uma volta
13) Kevin Magnussen (DIN/Haas), a uma volta
14) Stoffel Vandoorne (BEL/McLaren), a uma volta
15) Marcus Ericsson (SUE/Sauber), a uma volta
16) Pascal Wehrlein (ALE/Sauber), a duas voltas
Não completaram a prova:
Jolyon Palmer (ING/Renault)
Fernando Alonso (ESP/McLaren)
Romain Grosjean (FRA/Haas)
Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull)