Brasil toma 3 gols e perde terceiro lugar para a Holanda
O resultado valeu para o time holandês o terceiro lugar no Mundial de 2014.
O Brasil entrou em campo contra a Holanda, neste sábado, no estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, para fazer a sua última partida nesta Copa do Mundo muito pressionado após o vexame contra a Alemanha. E a equipe de Felipão, com várias alterações, sentiu muito a pressão e perdeu por 3 a 0 para a Holanda, mostrando as mesmas falhas que teve na semifinal. O resultado valeu para o time holandês o terceiro lugar no Mundial de 2014.
Com o resultado, o Brasil voltou a perder duas partidas seguidas em Copa do Mundo, o que só aconteceu em 1966 e 1974. E a seleção de Felipão termina a Copa do Mundo com 10 gols tomados nas duas partidas finais, com o 7 a 1 contra a Alemanha e os 3 a 0 contra os holandeses.
O JOGO
A partida começou com uma baixa para a Holanda. No aquecimento, minutos antes do duelo começar, Sneijder sentiu uma contusão na coxa direita e deu lugar a De Guzman. Do lado brasileiro, Neymar, como prometido, foi até Brasília, entrou em campo e acompanhou a partida do banco de reservas.
Mas a 1 minuto de jogo, parecia que o pesadelo da Alemanha estava de volta. Em jogada rápida, em que mais uma vez o meio de campo ficou olhando, Robben ganhou de cabeça de David Luiz e passou para Van Persie. Por sua vez, o atacante ganhou de Thiago Silva e devolveu para Robben, que saiu na frente do zagueiro brasileiro, mal colocado. Thiago Silva pôs a mão no ombro e derrubou o holandês, mas fora da área. O árbitro argelino Djamel Haimoudi marcou pênalti e não expulsou Thiago Silva, que era o último homem antes de Julio Cesar. Sem querer saber dos erros da arbitragem, Van Persie bateu no alto, sem chances para Julio Cesar, para fazer o seu quarto gol nesta Copa.
O gol serviu para mostrar a fragilidade da defesa brasileira, mas não desequilibrou a equipe de Felipão, que até conseguiu tocar a bola e levar algum perigo para a zaga holandesa com Ramires e Jô. Mas a equipe voltava a cometer erros e deixar espaço para os holandeses. E aos 16 minutos, o pesadelo do massacre alemão se confirmava, pelo menos até então. Em jogada pela direita, Robben achou De Guzman livre, mas impedido. O auxiliar não marcou e a jogada continuou. O meia cruzou e o “apagão” que aconteceu contra a Alemanha aparecia novamente. David Luiz afastou fraco para o meia da área e nenhum jogador apareceu para cortar. Blind dominou como quis e chutou no alto, para fazer o segundo da Holanda.
O Brasil tentava levantar a cabeça e, aos 20 minutos de jogo, Oscar fez a primeira boa jogada pelo meio e chutou firme, para boa defesa de Cillessen, a primeira do goleiro holandês. O Brasil tentava pressionar a saída da Holanda, mas o time europeu se desvencilhava bem e também criava oportunidades na frente, como com De Guzman, aos 29, que chutou por cima do travessão de Julio Cesar.
Com bolas áreas, a seleção tentava encontrar um espaço na boa defesa holandesa, mas sem sucesso. O time brasileiro mostrava um toque de bola previsível, sem imaginação, dependendo de jogadas individuais isoladas de Oscar, Maicon e Willian. Em lance de Oscar pela direita, De Guzman fez mais uma falta no meia brasileiro. Na cobrança, a bola passou por toda a defesa holandesa e também passou por Paulinho e David Luiz.
Em lance inusitado, no atendimento médico a Kuyt, aos 40 minutos os jogadores brasileiros se reuniram no banco de reservas para beber água e conversar entre eles. O curioso é que Neymar, Hulk e outros jogadores no banco davam instruções aos brasileiros, enquanto Felipão não se pronunciava. Talvez um sinal de que o período do técnico na seleção estaria no fim. Após alguns lances de perigo do ataque holandês, o árbitro encerrou o primeiro tempo e time brasileiro foi para o intervalo sob vaias da torcida, após apoio durante todo o primeiro tempo, apesar da desvantagem no placar.
Na volta para a etapa complementar, a seleção tentou mostrar toque de bola progressivo, com alguma organização, mas sem assustar os holandeses. Aos 4 minutos, quase a Holanda marcou. Em batida de bola rápida, Robben saiu na frente de Julio Cesar e chutou firme, para desvio na última hora de Thiago Silva. Wijnaldum ainda tentou cabecear para o gol vazio, mas jogou para fora.
Na sequência, mesmo com Fernandinho e Hernanes em campo no lugar de Luiz Gustavo e Paulinho, o Brasil continuava sem mostrar ligação entre os setores, apelando para faltas feias nos holandeses, como a de Hernanes em Robben. A seleção ainda buscava o gol para tentar empatar o duelo e levar a decisão do terceiro lugar para a prorrogação.
Aos 17 minutos, em uma das poucas jogadas individuais da seleção brasileira, Maicon sofreu falta de Blind na entrada da área. David Luiz, tentando bater a falta como contra a Colômbia, quando marcou o segundo gol na Arena Castelão, cobrou do mesmo jeito. Mas o goleiro Cillessen não saiu do lugar e pegou facilmente a bola. Aos 20, em lance duvidoso, Maicon cruzou para o meio e a bola bateu no braço de Vlaar. O árbitro argelino não marcou o pênalti. Aos 24, já no desespero, Oscar se jogou contra a perna de Blind e tentou cavar um pênalti. O juiz marcou falta de Oscar e deu cartão amarelo para o brasileiro.
Em vários lances, os brasileiros mostravam cada vez mais o nervosismo dentro de campo. Felipão tentou mexer com a equipe e reforçar o ataque do time colocando Hulk no lugar de Ramires. Aos 31 minutos, o atacante mostrou que não vive seus melhores momentos ao chutar forte longe do gol de Cillessen.
O Brasil de Felipão estava todo espalhado em campo, facilitando o trabalho da Holanda e insistindo continuamente na bola com Oscar, que não conseguia acertar o gol. A seleção de Felipão, depois de entrar no Mundial como favorita após conquistar o enganoso título da Copa das Confederações, se despedia da “Copa das Copas” de forma melancólica na capital do País.
Aos 36 minutos, em mais um lance controverso nesta decisão do terceiro lugar, Robben recebeu lançamento na área, matou no ombro e foi derrubado por Fernandinho. O árbitro não marcou nada. Com a falta de criatividade da seleção brasileira, a torcida no estádio Nacional Mané Garrincha, a partir dos 40, insatisfeita, começou a gritar “olé” enquanto a Holanda tocava a bola.
No fim, aos 45 minutos, a Holanda ainda encontrou espaço para mais um gol. Em jogada pela direita, mostrando toda a fragilidade da equipe brasileira, Robben passou para Janmaat nas costas de David Luiz. O meia cruzou para Wijnaldum fechar o placar. Despedida melancólica, sob vaias da torcida.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 0 x 3 HOLANDA
LOCAL – Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília (DF)
PÚBLICO – 68.034 pessoas
RENDA – Não disponível.
ÁRBITRO – Djamel Haimoudi (Fifa/Argélia)
CARTÕES AMARELOS – Thiago Silva, Fernandinho e Oscar (Brasil); Robben e De Guzman (Holanda)
GOLS – Van Persie (pênalti), a 1, e Blind, aos 16 minutos do primeiro tempo; Wijnaldum, aos 45 minutos do segundo tempo
BRASIL – Julio Cesar; Maicon, Thiago Silva, David Luiz e Maxwell; Luiz Gustavo (Fernandinho), Paulinho (Hernanes), Ramires (Hulk), Willian e Oscar; Jô. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
HOLANDA – Cillessen (Vorm); De Vrij, Vlaar e Martins Indi; Kuyt, Clasie (Veltman), Wijnaldum, De Guzman e Blind (Janmaat); Van Persie e Robben. Técnico: Louis van Gaal.