Mercado da bola

Brasileiros dominam mercado de estrangeiros na Europa

No total, os brasileiros na Europa poderiam formar 20 elencos completos, incluindo reservas e até terceiros-goleiros.

Eles estão no frio polar da Noruega, no calor insuportável da Grécia no verão, diante de craques mundiais como na Espanha ou jogando ao lado de desconhecidos na Eslováquia. Um estudo realizado pelo Observatório do Futebol do Centro Internacional para os Estudos dos Esportes (CIES) constatou que 469 brasileiros atuam nas 31 principais ligas da Europa.

O número revela uma ampla vantagem em relação ao segundo colocado, a França, com 312 jogadores espalhados pelo Velho Continente. A Espanha vem em terceiro lugar, com 201 atletas. O destaque também vai para os sérvios, com 189 jogadores pelo mundo e superando os argentinos, com 168.

No total, os brasileiros na Europa poderiam formar 20 elencos completos, incluindo reservas e até terceiros-goleiros. Ou seja, uma liga inteira de jogadores do País poderia ser formada apenas com os craques exportados.

Contando todas as ligas, inclusive distante do futebol de elite europeu, 2015 viu um total de 1,7 mil brasileiros atuando pelo mundo, inclusive no Iraque, Irã, Malta, Sudão ou Ilhas Maldivas.

Mas se os brasileiros estão espalhados pelo mundo, nas cinco maiores ligas do planeta eles não estão na liderança. No total, 114 jogadores do país atuam na França, Inglaterra, Espanha, Itália e Alemanha, consideradas como as principais vitrines do futebol europeu.

O número é superado pelos franceses, com 116 jogadores. Na terceira posição vem a Argentina, com 97, seguido por 66 espanhóis, 48 belgas e outros 48 suíços.

Mas se os brasileiros estão presentes em praticamente todos os campeonatos nacionais europeus, os clubes do País ainda não conseguiram obter uma renda compatível com o volume de craques exportados.

Dados compilados pelo mesmo Centro Internacional de Estudos do Esporte apontam que apenas dois clubes brasileiros fazem parte dos times que, nesta década, mais lucraram com a venda de jogadores.

O Santos aparece na 42.º posição e o São Paulo na 50.º, com vendas de 147 milhões de euros e 108 milhões de euros, respectivamente. Os valores incluem vendas como as de Neymar ou Lucas. Mas, mesmo assim, os números, estão muito abaixo dos lucros obtidos pelo times europeus, muitos dos quais que sequer formam jogadores.

O Liverpool, que lidera o ranking, obteve desde 2010 uma renda de 442 milhões de euros na venda de craques, contra 432 milhões euros para o Sevilha e 415 milhões em renda obtida pela Juventus de Turim.

Entre os 100 clubes que mais tiveram renda com a venda de craques, o Inter de Porto Alegre ainda aparece na 71.ª posição, com vendas de 72 milhões de euros e equivalente ao modesto time holandês Twente. O Corinthians, com vendas de 71 milhões de euros, vem logo atrás, na 73.º posição.

Dois outros times brasileiros ainda aparecem na lista: o Palmeiras, na 92.ª posição com 52 milhões de euros em renda desde 2010, e o Fluminense, na 97.ª posição, com 50 milhões de euros em vendas.