Sem vencer há quatro jogos, o São Paulo se reencontrou no Campeonato Brasileiro. Neste sábado à tarde, em clima de final na Arena Grêmio, venceu os donos da casa por 1 a 0, gol de Rogério Ceni, de pênalti, e voltou a sonhar com o título. Afinal foi a 46 pontos, no terceiro lugar. Agora, torce para o Cruzeiro não vencer o Inter em Belo Horizonte.
Já o Grêmio freia a sua recuperação e estaciona no sexto lugar, com 43 pontos, atrás de Fluminense e Atlético-MG nos critérios de desempate. Marcelo Grohe, que não levava gols há 854 minutos, foi furado exatamente por Rogério Ceni, a quem queria superar como terceiro a ficar mais tempo invicto na história do Brasileirão: 988 em 2007.
Apesar de o pênalti ter sido bem marcado, o Grêmio reclamou muito da arbitragem, a ponto de Felipão ser expulso. Na quarta, a equipe gaúcha volta a jogar em casa, contra o Sport. O São Paulo recebe o Atlético-PR, também na quarta. Neste jogo e nos dois seguintes, não contará com Kaká e Souza, que se apresentam neste sábado à seleção. A expectativa é pela volta de Muricy Ramalho, afastado depois de sofrer uma arritmia cardíaca.
O JOGO
Enquanto o Grêmio tinha praticamente força máxima, o interino Milton Cruz teve que se virar para montar um sistema defensivo. Afinal, não podia contar com Auro, Rafael Toloi, Lucão, Antonio Carlos, Rodrigo Caio, Alvaro Pereira e Denilson. Pelo menos ganhou Souza, que ganhou efeito suspensivo e não precisou cumprir gancho imposto pelo STJD. Assim, Hudson foi deslocado para a direita, Michel Bastos para a esquerda e Maicon entrou no meio.
Nos primeiros 10 minutos, só deu Grêmio, principalmente nas costas de Hudson. O São Paulo não passava do meio-campo e quase levou o gol a 2 minutos, exatamente num erro do volante na saída de bola. Luan ficou cara a cara com Rogério Ceni, mas o goleiro pegou. No rebote, o atacante tentou de novo, mas Paulo Miranda salvou em cima da linha
O São Paulo melhorou carregado pelo seu quarteto. Afinal, quando passava ao campo de ataque, levava perigo. Aos 21, após tabelar com Kardec, Pato invadiu a área e exigiu grande defesa de Grohe. No escanteio, Kaká bateu fechado e a bola foi no travessão. O meia, aliás, deu outros dois chutes perigosos só no primeiro tempo, sintoma de uma orientação para a equipe finalizar com mais regularidade, algo que não fez nas últimas apresentações.
A partida na Arena era ótima porque o Grêmio não abdicava de atacar mesmo sabendo do perigo do contra-ataque paulista. Atrás, o São Paulo evitava o gol como podia. Rogério Ceni fez boa defesa em chute de Fellipe Bastos, aos 32, e Edson Silva tirou de cabeça, em cima linha, o chute de Zé Roberto, no minuto seguinte.
Se no primeiro tempo o jogo foi igual, no segundo o São Paulo pulou na frente graças ao oitavo pênalti marcado para a equipe no Brasileirão – é líder na estatística. Rhodolfo deu carrinho e derrubou Kardec. Ceni, que havia perdido sua última cobrança, diante do Flamengo, botou no canto e fez o sétimo dele no campeonato, encerrando a invencibilidade de Grohe.
Felipão não concordou com a marcação do pênalti e ampliou sua reclamação contra o árbitro Felipe Gomes da Silva. Chiou tanto que foi expulso. Dali em diante, os gremistas passaram a contestar ainda mais as decisões do juiz, que irritou a torcida.
A discussão do que é falta e o que não é falta, aliás, marcou o restante do jogo, com o São Paulo fechado atrás e o Grêmio pressionando, sem, contudo, levar perigo a Rogério Ceni. No finalzinho, Zé Roberto chegou a invadir bem a área, mas mergulhou para cavar pênalti. O árbitro apontou simulação e deu o amarelo.
FICHA TÉCNICA:
GRÊMIO 0 X 1 SÃO PAULO
GOL – Rogério Ceni, de pênalti, aos 9 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Felipe Gomes da Silva (PR).
CARTÕES AMARELOS – Pará, Rhodolfo, Fellipe Bastos, Zé Roberto e Barcos (Grêmio); Hudson, Edson Silva e Reinaldo (São Paulo).
RENDA – R$ 1.667.434,00.
PÚBLICO – 46.441 pessoas (total)
LOCAL – Arena Grêmio, em Porto Alegre (RS).
GRÊMIO – Marcelo Grohe; Pará, Pedro Geromel, Rhodolfo e Zé Roberto; Wallace (Giuliano), Ramiro, Fellipe Bastos (Riveros) e Luan (Alan Ruiz); Dudu e Barcos. Técnico – Luiz Felipe Scolari.
SÃO PAULO – Rogério Ceni; Hudson, Paulo Miranda, Edson Silva e Michel Bastos; Souza, Maicon (Reinaldo), Ganso e Kaká; Pato (Osvaldo) e Alan Kardec. Técnico – Milton Cruz (interino).