Com 11 anos e campeã, atleta goiana é barrada de disputa da Taça Brasil de Futsal por ser mulher

Enquanto meninos e meninas crescem com o sonho de se tornarem atletas profissionais de futebol, uma goiana foi negada em uma competição nacional. Maria Fernanda, de 11 anos, teve a sua inscrição barrada pela Taça Brasil de Futsal por ser mulher. Com apenas uma vaga para o estado de Goiás, ela foi campeã junto a equipe Formiguinhas e mesmo com passagens compras para estar no torneio, foi impedida pela direção do torneio.

A mãe da jovem atleta, Fernanda Rodrigues Alves, recebeu a informação nesta última quarta-feira (10), e posteriormente o e-mail da CBFs (Confederação Brasileira de Futsal). De acordo com o comunicado, eles seguem o protocolo da Fifa (Federação Internacional de Futebol) e separam a competição por idade e gênero, não realizando torneios mistos. Apesar disso as categorias de base começam apenas no sub-15, antes disso não há exclusivamente para meninas e por isso ela treina e compete junto com meninos

“Já tive todo um gasto financeiro, mas isso é o de menos, estamos lidando com o sonho de uma criança de 11 anos. A Maria Fernanda joga futsal, society e campo, desde quando tinha 5 anos e só com meninos. Ela é federada pela Federação Goiana, ela atua na categoria dela no futsal e foi campeã no ano passado para conseguir disputar esse ano”, declarou a mãe, Fernanda Rodrigues Alves, para o Mais Goiás.

A competição está prevista para começar no dia 4 de setembro, em João Pessoa-PB. Com passagens compradas e hospedagem já acertada para estar na competição, a mãe revelou que já foi procurada por grandes clubes para receberem a jovem atleta para treinamentos.

“O Brasil não motiva, assim como a CBFs e a Fifa, quantas meninas participam? Pouquíssimas. Por isso não tem campeonato, aí como não tem, ela não pode jogar? Não existe uma grande diferença no fator de força, são crianças e ainda não estão com hormônio lá em cima. Campeonato de crianças, nessa idade é um absurdo proibir, tanto que ela disputa competições mista”, completou Fernanda Rodrigues Alves, para o Mais Goiás.

O maior nome da história do futsal, Falcão, se pronunciou nas redes sociais sobre o caso: “Um absurdo! Tem que jogar sim”, disse. Agora a família tenta reverter a decisão, pois foi informada que isso seria debatido apenas na reunião anual da CBFs, o que faria a jovem perder a competição e ficar sem torneio nacional por mais um ano.