Com Erlon, Isaquias leva prata e se torna o maior brasileiro em uma Olimpíada
Pela primeira vez um atleta do País conquistou três pódios numa mesma edição de Olimpíada.
Isaquias Queiroz chegou na Olimpíada do Rio falando que queria conquistar três medalhas, não importava a cor. E neste sábado ele cumpriu a promessa ao garantir o segundo lugar ao lado de Erlon de Souza, no C2 1.000 metros da canoagem velocidade. Antes havia obtido a prata no C1 1000m e o bronze no C1 200m. Apenas a dupla Sebastian Brendel e Jan Vandrey, da Alemanha, chegou à frente deles na Lagoa Rodrigo de Freitas.
O feito do rapaz de Ubaitaba, na Bahia, é histórico. Pela primeira vez um atleta do País conquistou três pódios numa mesma edição de Olimpíada. Antes dele, quatro atletas já tinham chegado à marca de duas medalhas em uma única edição: Guilherme Paraense e Afrânio da Costa, no tiro esportivo, nos Jogos de 1920, e os nadadores Gustavo Borges, em 1996, e Cesar Cielo, em 2008. Com o feito, Isaquias leva o recorde nacional para um novo patamar.
Outra marca histórica é ser o primeiro atleta da canoa no mundo a conquistar três medalhas numa mesma Olimpíada. Antes dele, apenas atletas do caiaque chegaram a tal façanha: o soviético Vladimir Parfenovich, em 1980, os suecos Lars-Erik Moberg e Agneta Andersson, em 1984, a búlgara Vanja Gesheva e a alemã Birgit Fischer, ambas em 1988, e a húngara Rita Köbán, em 1992.
A dupla Isaquias e Erlon, campeã do mundo em 2015 e prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no mesmo ano, era a favorita para a prova. Além das boas colocações anteriores, tinha como vantagem o fato de ser mais leve que seus principais concorrentes, os alemães Sebastian Brendel, de 28 anos, e Jan Vandrey, de 24.
Enquanto a canoa brasileira levava 163 quilos (85 kg de Isaquias e 78 kg de Erlon), a alemã tinha 180 quilos de peso (92 kg de Brendel e 88 kg de Vandrey). Mas eles sabiam que os rivais eram muito fortes. Os alemães foram os últimos a se classificarem para a Olimpíada, ao ganharem a vaga dos bielo-russos Andrei e Aliaksandr Bahdanovich, depois que a Federação Internacional de Canoagem baniu a Romênia e a Bielo-Rússia, por uso sistemático de doping.
No último duelo, eles largaram lado a lado, os brasileiros na raia 5 e os alemães na 4. Brendel e Vandrey ficaram com o ouro, ao passarem os brasileiros nos metros finais, completando o C2 1.000m em 3min43s912. Isaquias e Erlon marcaram 3min44s819. O bronze foi para os ucranianos Dmytro Ianchuk e Taras Mishchuk, com 3min45s949.