Com gol de Willian, Brasil derrota o Equador por 1 a 0
Seleção vence, nesta terça-feira, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, no segundo triunfo consecutivo da Era Dunga
Se a régua para medir o desempenho da seleção brasileira nos Estados Unidos considerar apenas os resultados, Dunga passou nos primeiros testes. A equipe venceu o Equador por 1 a 0, nesta terça-feira, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, no segundo triunfo consecutivo. Se o critério for a qualidade do futebol, o time ainda tem quilômetros a percorrer. A lição de casa para o próximo jogo – no dia 11 de outubro contra a Argentina, pelo Superclássico das Américas, na China – é corrigir a defesa, que foi às cordas diante do limitado ataque equatoriano.
Valeram a pena os treinos mais de duas horas que Dunga realizou em Miami e Nova Jersey. O gol da vitória saiu de uma jogada ensaiada várias vezes. Aos 30 minutos, Oscar cobrou a falta para o meio, Neymar desviou e William finalizou com precisão. O time inteiro foi abraçá-lo no canto do gramado.
A eficiência da bola parada compensou os erros de passes que impediram que o jogo da seleção fluísse. Danilo perdeu a chance de um contragolpe aos 18 e Ramires foi impreciso aos 25 minutos – estes são só dois exemplos.
Outro problema sério foi a lentidão na troca de passes. Cada jogador parava, pensava, olhava e quando fazia o passe, a marcação já havia se antecipado. Além disso, o gramado do MetLife – grama natural sobre a sintética, usada nos jogos do futebol americano – tirou a velocidade da bola.
A equipe também sentiu a falta de Maicon, cortado por indisciplina no último domingo. Seu substituto Danilo até que deu conta do recado na defesa, mas o time não ocupou bem este espaço no ataque. Willian e Ramires tentaram, mas não sabiam o que fazer na linha de fundo. Aos 44 minutos, Willian perdeu a chance de tocar para Neymar, sozinho na área.
Parte das dificuldades do ataque brasileiro se explicam pela eficiente marcação do rival. Mesmo em reconstrução depois de ter sido eliminado na fase de grupos da Copa do Mundo e sem as estrelas Antonio Valencia e Felipe Caicedo, o Equador marcou bem os meias brasileiros e ainda teve iniciativa no ataque. Foi mais eficaz que a Colômbia.
Destaque para o lateral Paredes e para o atacante Enner Valencia que acertou uma bola na trave, aos 35 minutos, e uma cabeçada aos 14 da etapa final, que Filipe Luís tirou em cima da linha. Os dois lances mostraram que os ajustes defensivos serão a lição de casa para Dunga. Jefferson deixou a bola passar no primeiro lance e os zagueiros a perderam pelo alto no segundo. Além disso o ataque do Equador foi mais contundente e equilibrou o jogo.
O Brasil perdeu força no meio por causa das inúmeras alterações. Dunga trocou praticamente todo o time do meio para a frente. É o ônus da observações de todos os convocados. Phillipe Coutinho e Everton Ribeiro foram bem; Ricardo Goulart, nem tanto.
Na arena em que marcou seu primeiro gol com o time principal, Neymar somou erros e acertos. Embora parte da torcida se levantasse quando ele pegava na bola, as reverências foram em vão. Seu grande mérito foi a assistência para Willian fazer o gol. Aos 21 minutos, ele foi lançado, deixou dois zagueiros para trás na corrida, mas chutou por cima.
No primeiro minuto do segundo tempo, perdeu um gol na pequena área, chutando no travessão com a meta vazia. Nem ele mesmo acreditou, como mostrou o telão gigantesco do MetLife. A noite não era mesmo sua quando o zagueiro desviou a falta que cobrou com tanto capricho. Desta vez, Neymar não foi o herói da noite.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 1 x 0 EQUADOR
GOL – Willian, aos 30 minutos do primeiro tempo.
CARTÃO AMARELO – Fricson Erazo (Equador).
ÁRBITRO – Edvin Jurisevic (Fifa/Estados Unidos).
RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio MetLife, em Nova Jersey (Estados Unidos).
BRASIL – Jefferson; Danilo (Gil), Miranda, Marquinhos e Filipe Luís; Luiz Gustavo (Fernandinho), Ramires (Elias), Oscar (Everton Ribeiro) e Willian (Ricardo Goulart); Neymar e Diego Tardelli (Philippe Coutinho). Técnico: Dunga.
EQUADOR – Alexander Domínguez; Juan Paredes, Luis Cangá, Fricson Erazo e Walter Ayoví; Renato Ibarra (Martínez), Segundo Castillo Cristian Noboa, Junior Sornoza (Rojas) e Juan Cazares (Daniel Angulo); Enner Valencia. Técnico: Sixto Vizuete.