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Com mais de 200 medalhas, Brasil tem sua melhor participação na história dos Pans em Santiago

O país alcançou o objetivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) de repetir o segundo lugar na classificação assim como fizera em Lima

O Brasil terminou os jogos Pan-Americanos de Santiago em segundo lugar no quadro de medalhas. Foram 205 conquistadas: 66 de ouro, 73 de prata e 66 de bronze.

O país alcançou o objetivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) de repetir o segundo lugar na classificação assim como fizera em Lima, há quatro anos. No Peru, porém, foram 171 medalhas ao todo (55 de ouro, 45 de prata e 71 de bronze). Neste ano o Brasil ganhou, portanto, 34 medalhas a mais. Foi o melhor desempenho do país na história dos Pans.

Algumas vieram de forma totalmente inesperada, como a prata no beisebol masculino da Colômbia ficou com o ouro, mas, na trajetória, o Brasil venceu Cuba, potência no esporte.

O Brasil também ganhou o bronze na pelota basca, esporte completamente desconhecido por aqui, com um atleta que nunca pisou no país. Filipe Otheguy nasceu no País Basco francês, mas tem mãe brasileira.

Além da surpresa no beisebol, o país teve bom rendimento em outros esportes coletivos ouro no futebol masculino (pela primeira vez desde 1987), no vôlei masculino, no basquete e no handebol feminino; prata no handebol masculino, no vôlei feminino e no polo aquático masculino; bronze no basquete masculino, no rúgbi feminino e no polo aquático feminino.

Na ginástica rítmica, o Brasil sobrou. Foi ao topo do pódio em todas as oito categorias. Bárbara Domingos foi a atleta que mais conquistou medalhas no Pan —três ouros (geral, bola e fita) e duas pratas (maças e arco).

“Nos dedicamos muito para estar aqui. Esse resultado é nosso! A gente focou muito nessa competição logo depois do mundial, então, acredito que esses resultados são frutos de muito trabalho e dedicação. E também serviu para fechar o ano com chave de ouro, porque foi a última competição do ano e por isso dei todo meu gás”, disse ela ao COB.

Nas modalidades como um todo, o Brasil se destacou na natação (27 medalhas, juntando com a maratona aquática), no atletismo (23 medalhas) e no judô (16), entre outras. No tênis de mesa, Hugo Calderano ficou com o ouro na disputa de simples e o Brasil também foi campeão por equipes no masculino.

Além das competições em si, os Jogos Pan-Americanos classificam atletas para os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024 —caso da tenista Laura Pigossi, ouro em Santiago, e do time de handebol feminino, por exemplo.

A edição também foi a despedida de alguns atletas, como Isaquías Queiroz, da canoagem, que ganhou a prata em Santiago, e da boxeadora Bia Ferreira, que ficou com o ouro.

Paulo Roberto Conde, diretor do COB, comemorou o resultado do país como um todo, mas lamentou que os jogos não tenham tido transmissão na TV no Brasil.

“Para a gente, seria bom estar na TV aberta e na fechada. É uma pergunta que não quer calar e a gente espera que seja respondida na edição de 2027. Não estar presente no grande canhão da TV aberta é um problema”, disse.

Ele ressaltou que o impacto é grande desde o Pan do Rio, em 2007, quando a Globo deixou de transmitir a competição. “Quando você perde a maior emissora do país é um problema gigantesco”, completa. As edições de 2011, 2015 e 2019 passaram na Record, que repetiria a dose em 2023. Mas a TV de Edir Macedo rompeu o contrato de US$ 10 milhões (R$ 49,7 milhões na cotação atual) que pagava.

Os jogos foram transmitidos na CazéTV, do influencer Casimiro Miguel, no YouTube, e no Canal Olímpico Brasileiro, na mesma plataforma.