Com show de carisma e superação, Goiânia realiza o Festival Paralímpico
Com a presença de crianças e adolescentes, diversas modalidades estiveram disponíveis para a prática esportiva
No Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, foi realizado em Goiânia o Festival Paralímpico. Com uma programação voltada para crianças e adolescentes, muitas atividades foram realizadas no Campus II da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), na manhã desta sexta-feira (3). Entre as modalidades disputadas, estiveram disponíveis o atletismo (campo e pista), para taekwondo, tênis de mesa e parabadminton.
A solenidade de abertura contou com a presença do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, o Secretário de Esportes de Goiânia, Álvaro Alexandre e o Vereador Willian Veloso. O festival foi organizado sob as diretrizes do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e aconteceu pela última vez em 2019, sendo que neste ano contou com três horas e meia de atividades que gerou certificados para todos os atletas, mas não houve uma disputa de medalhas.
“Um evento desta magnitude em Goiânia é o primeiro colhendo frutos da criação da diretoria de paradesporto. Estamos fazendo um intercâmbio com o secretário nacional de paradesporto que é de Goiânia. Isso mostra que com a força do segmento, com a união, fomentando o paradesporto conseguimos ter um ambiente como este aqui, onde a gente divulga os direitos da pessoa com deficiência neste dia emblemático. Isso torna a cidade mais inclusiva, ou seja, juntos e misturados para que possamos construir uma cidade melhor para se viver”, destacou o vereador Willian Veloso, que é Presidente da Comissão da Pessoa com Deficiência na Câmara de Vereadores de Goiânia.
O clima das crianças e adolescentes se divertindo é contagiante para todos os que estiveram presentes no Campus II da Universo. Com professores especializados, eles receberam muita atenção no momento da prática esportiva, que para diversos deles foi um dos primeiros contatos com cada uma das modalidades disponíveis.
“É fantástico chegar aqui e ver a felicidade destes meninos. Muitos não têm a oportunidade de andar, mas aqui podem fazer uma equoterapia, ou disputar outra modalidade. Eles têm a deficiência e às vezes não tem contato com o esporte e no dia de hoje é exatamente para isso. Para eles conhecerem e praticarem esportes, muitos vieram falar comigo e disse ‘tio, como faço para virar esportista’. Isso é muito gratificante”, elogiou o Secretário de Esportes de Goiânia, Álvaro Alexandre.
A disputa dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio incentivaram diversas crianças e adolescentes ao redor de todo o mundo. O time brasileiro de paradesporto conseguiu estabelecer um novo recorde nesta última edição, quando somou 72 medalhas, sendo 22 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze, um feito que pode refletir na próxima geração de atletas.
“O paradesporto mostrou para a sociedade brasileira o que pode fazer. Nas Paralímpiadas foi recorde de medalhas, então temos que incentivar esses meninos. Existe hoje o transporte acessível da CMTC que leva os jovens para as entidades para fazer os tratamentos e agora vamos buscar eles para praticarem. Tenho certeza que o prefeito Rogério Cruz, que esteve aqui, está muito satisfeito e sabe da importância de investir no paradesporto”, completou Álvaro Alexandre.
Atleta Paralímpico
Com 26 anos, o atleta Manoel Roseno esteve presente no Festival Paralímpico. Após sofrer um acidente de moto com 22 anos, ele começou a competir em 2019 e ocupa atualmente o nono lugar do ranking nacional de parabadminton. Além de ceder algumas raquetes para os mais jovens brincarem, Manoel também dividiu atenção com um trabalho que precisou apresentar de maneira online.
“Eu sofri um acidente de moto e perdi o movimento do ombro e braço do lado direito. Então eu encontrei o esporte paralímpico através de incentivadores, na época da fisioterapia, e até então não conhecia o parabadminton. Fui presenteado pela professora Luzinês e José Aparecido que me apresentaram a modalidade. Desde então foi uma reabilitação na minha vida, até sem perceber no começo, mas hoje eu tenho essa noção. Disputo competições, ganhei medalhas e represento a faculdade UEG ficando com a prata e bronze em São Paulo”, disse Manoel Roseno, atleta de parabadminton.
Vivenciando essa experiência de atleta, Manoel sabe da importância e tratou de ressaltar essa questão para os mais jovens. Segundo ele, que não possui o movimento do ombro e braço direito, o paradesporto é o local ideal para que as crianças saibam que podem superar qualquer limitação.
“A criança precisa ter esse tipo de incentivo, principalmente na área de lazer. Com esse tipo de apresentação ela adquire o prazer de brincar, independente da deficiência, mas aqui ela pode vencer essa limitação. Eu acho isso muito bacana, pois ela vai ganhar novas visões sobre a vida dela através do esporte paralímpico”, completou Manoel.