Finanças

Comando vigiado

Protocolo dos clubes muda conceito sobre treinadores

Glauber Ramos e Marcelo Cabo seguem como treinadores de Goiás e Atlético-GO no começo de 2022. Foto: Heber Gomes - Mais Goiás

O poder financeiro do futebol diminuiu o poder dos técnicos. Em uma atividade que o orçamento depende dos resultados de campo é até compreensível que, quem controla o caixa não deixe as decisões nas mãos de uma só pessoa. Foi se o tempo em que técnicos opinavam em tudo dentro de um clube, desde instalações, cozinha, departamento médico, academia, vida pessoal de jogadores e contratações. Mudou. Até a escalação do time é discutida com membros da comissão técnica permanente, que são os olhos dos dirigentes no departamento de futebol.

Qualquer decisão fora do protocolo pode custar o emprego do treinador. Da comissão técnica permanente fazem parte o auxiliar técnico, analistas de desempenho, preparadores físicos, treinadores de goleiro e fisiologistas, que avaliam juntamente com dirigentes a condição de jogadores a serem contratados e a preparação do elenco. É normal, clubes apostarem em técnicos caseiros, como fizeram Goiás, Vila Nova, Aparecidense e Atlético no decorrer da temporada.

O Goiás, que demitiu Pintado e depois Marcelo Cabo, com bons aproveitamentos, apostou no interino Glauber Ramos e ninguém escondia que as decisões eram tomadas em conjunto, inclusive coma participação do presidente Paulo Rogério Pinheiro; do vice Harlei Menezes e do vice do conselho deliberativo, Ediminho Pinheiro. Deu certo, pois o time alcançou o objetivo de retornar para a Série A. Glauber permanece para iniciar a temporada.

No Atlético, o time ficou nas mãos do interino Eduardo Souza, até o retorno de Marcelo Cabo, que conhece muito bem o protocolo do clube. O Atlético também alcançou o objetivo de se manter na elite. No Vila Nova, Higo Magalhães foi efetivado, depois de Emerson Maria ter o comando questionado pelos jogadores. Continua no cargo, após a reação da equipe, que fez uma das melhores campanhas do segundo turno da Série B.

Na Aparecidense, o jovem Thiago Carvalho, ganhou a confiança do presidente Élvis Mendes e também virou treinador, com sucesso. Está mantido. Nenhum clube insiste com treinador que não dê resultados rápidos. Se contrariar o protocolo, está fora.