Consistência única dá a Djokovic recorde como número 1 do tênis
O tenista sérvio Novak Djokovic, 33, atingirá oficialmente na próxima segunda-feira (8) uma das principais…
O tenista sérvio Novak Djokovic, 33, atingirá oficialmente na próxima segunda-feira (8) uma das principais marcas que perseguia no esporte.
Ao completar 311 semanas na liderança do ranking da ATP (Associação dos Profissionais do Tênis), ele ultrapassará o recorde de 310 estabelecido anteriormente pelo suíço Roger Federer, de 39 anos.
A última vez que Federer esteve no topo do ranking foi em junho de 2018. De lá para cá, o espanhol Rafael Nadal, 34, e Djokovic alternaram períodos de liderança, mas com ampla vantagem do sérvio.
Ele contabilizou 52 semanas como número 1 de novembro de 2018 a novembro de 2019, perdeu a posição por 13 semanas para Nadal, mas a retomou em fevereiro de 2020 e está por lá desde então.
Houve nesse tempo um período de 22 semanas de congelamento do ranking, de março a agosto do ano passado, em que não foram realizados torneios por causa da pandemia de Covid-19.
Desde que o circuito, e a contagem, foram retomados, o sérvio somou mais 29 semanas para atingir as 311 e estabelecer seu domínio histórico no ranking masculino.
O feito premia a consistência do tenista em diversos momentos da carreira. Djokovic acumula quatro reinados de mais de 40 semanas consecutivas. Federer e Nadal, por exemplo, tiveram dois dessa extensão. Em três ocasiões, ele passou ao menos 52 semanas (um ano) no topo. Suíço e espanhol conseguiram isso uma vez em suas trajetórias.
“O tempo dirá se Djokovic, o menos amado dos grandes do circuito, será o maior ou melhor de todos os tempos, mas com certeza estamos falando de uma lenda do esporte”, afirma Leo Azevedo, atualmente técnico do centro de treinamento da Federação Britânica de Tênis em Stirling, na Escócia.
“Além dos números, ele é o melhor devolvedor de saque da história, o melhor jogando em movimento, tem um dos melhores backhands… Difícil não dar crédito a tantas coisas”, completa Azevedo.
A maior sequência do sérvio na liderança foi obtida de 7 de julho de 2014 a 6 de novembro de 2016: 122 semanas seguidas como número 1. Nesse quesito, ele fica atrás dos registros de Federer (com impressionantes 237 semanas de 2004 a 2008), Jimmy Connors (160 de 1974 a 1977) e Ivan Lendl (157 de 1985 a 1988).
Os outros períodos de Djokovic na ponta duraram 53 (2011-2012), 48 (2012-2013) e 52 semanas (2018-2019). O atual, que teve o congelamento do ranking no meio, já chega a 36.
Entre as mulheres, a alemã Steffi Graf lidera a contagem, com 377 semanas no topo. Atrás dela vêm as americanas Martina Navratilova (332) e Serena Williams (319).
“Esse é um dos meus dois maiores objetivos profissionais”, disse Djokovic no ano passado, época em que alcançar a marca já parecia uma questão de quando e não mais de se. “Eu já disse isso antes, então estou trabalhando nisso. Estou em um bom lugar agora, em uma boa posição. Espero continuar saudável e continuar a jogar bem.”
O segundo objetivo grandioso na mira do sérvio é o recorde de títulos de Grand Slam. Ele ainda está atrás de Federer e Nadal, os líderes entre os homens, com 20 conquistas para cada um nos quatro grandes torneios do esporte.
Em fevereiro, ao vencer o Australian Open pela nona vez, Djokovic chegou ao seu 18º troféu de Slam e ficou a dois dos seus grandes rivais.
O próximo evento desse porte no calendário será Roland Garros, no fim de maio. Nadal partirá com favoritismo para obter sua 14ª taça em Paris e se isolar como recordista, com 21 no total.
Até lá, porém, Djokovic tem tudo para ampliar ainda mais o recorde de semanas obtido graças a sua consistência única no circuito.