Corinthians lança manifesto contra homofobia no futebol
Time pede fim dos gritos de "bicha" que se tornaram moda entre os torcedores da equipe a cada tiro de meta batido pelo goleiro adversário em jogos com mando corintiano
O caso de racismo envolvendo o goleiro Aranha, do Santos, reforçou a discussão sobre a igualdade no esporte. Nesta sexta-feira, o Corinthians entrou neste debate ao divulgar um manifesto contra a homofobia no futebol, especificamente pedindo o fim dos gritos de “bicha” que se tornaram moda entre os torcedores da equipe a cada tiro de meta batido pelo goleiro adversário em jogos com mando corintiano.
“Aqui não há, e não pode haver, homofobia. Pelo fim do grito de ‘bicha’ no tiro de meta do goleiro adversário. Porque a homofobia, além de ir contra o princípio de igualdade que está no DNA corintiano, ainda pode prejudicar o Timão. Aqui é Corinthians!”, dizia nota divulgada no site do clube.
Os corintianos começaram com os gritos de “bicha” no tiro de meta adversário em duelos contra o São Paulo, com a intenção de ofender Rogério Ceni, ídolo do rival. Mas parte da torcida gostou tanto da ideia que decidiu estender a provocação a todas as partidas no Itaquerão.
A diretoria do clube, no entanto, até temendo uma punição similar à aplicada ao Grêmio no caso de Aranha – o time gaúcho acabou excluído da Copa do Brasil pelas manifestação racista da torcida -, manifestou-se nesta sexta. Além de criticar a homofobia, fez questão de deixar claro o apoio ao goleiro santista.
“Aqui é o time do povo. Do povo e para o povo. Desde 1910, aqui se combateu o elitismo e o racismo. Aqui houve pioneirismo na inclusão social e racial. Aqui não tem pobre, rico, negro ou branco. Aqui somos todos Corinthians”, apontava o manifesto.
O clube paulista ainda lembrou de seu histórico de lutas, como durante a Democracia Corinthiana, quando jogadores e dirigentes se aliaram ao movimento “Diretas Já”. “Aqui nos engajamos para ir às ruas e brigar pelas ‘Diretas Já’ em movimento inédito e histórico que uniu futebol e democracia. Como fazemos na arquibancada e em campo, aqui lutamos até o fim para que todos sejam iguais.”