Corrida sprint volta à F1 neste fim de semana em Imola em versão turbinada
Serão três etapas que terão o formato sprint neste ano - Imola, neste fim de semana, Áustria e Brasil
A quarta corrida da temporada da Fórmula 1, neste final de semana, em Imola, será disputada em um formato sprint turbinado após algumas mudanças nas regras em relação à novidade que estreou ano passado. Elas buscam resolver duas críticas centrais: a falta de ação devido à baixa oferta de pontos e o fato de o piloto mais rápido não ser considerado o pole position.
Nas três etapas que terão o formato sprint neste ano – Imola, neste fim de semana, Áustria e Brasil – o piloto que será considerado o pole position é aquele que fizer o melhor tempo na classificação de sexta-feira. Essa classificação define o grid para a sprint no sábado. E esta minicorrida forma o grid do domingo.
Mas a grande diferença é a pontuação. Em 2021, apenas os três primeiros pontuavam. Agora, os oito primeiros pontuam, o que significa que a vitória na sprint garante ao piloto não só a primeira posição no domingo, como também oito pontos. O segundo leva sete, o terceiro, seis, e assim sucessivamente até o oitavo ganhar um ponto.
A ideia é que, com mais pontos em jogo, os pilotos se arrisquem mais no sábado. Em 2021, os finais de semana de sprint acabaram produzindo corridas marcantes no domingo. Foi em dois GPs com sprint, na Inglaterra e Itália, que Lewis Hamilton e Max Verstappen tiveram colisões polêmicas. E no Brasil Hamilton teve uma atuação épica, saindo de último no sábado para vencer no domingo.
Parte dos motivos pelos quais as provas do domingo foram movimentadas em finais de semana de sprint é o fato de pilotos e equipes já terem estudado o desgaste de pneus e onde estão em relação aos adversários no sábado, arriscando mais na corrida em si.
Por outro lado, as sprints foram marcadas pela cautela. Afinal, a possibilidade de um acidente e de largar muito atrás no domingo e a pouca oferta de pontos não incentivavam os pilotos a atacarem.
Imola será o primeiro teste, ainda que haja a preocupação em relação às possibilidades de ultrapassagem no circuito Enzo e Dino Ferrari. Trata-se de uma pista estreita e com poucas curvas de fato, e as provas lá não costumam ser muito movimentadas.
“Não sei se é a pista certa para fazer a sprint, imagino que tenhamos a resposta depois do fim de semana”, disse o líder do campeonato, Charles Leclerc. “Com esses carros, talvez seja um pouco mais fácil seguir o rival de perto, então tomara que seja uma sprint e uma corrida emocionantes.”
Quando a F1 apresentou o novo formato, a ideia era usá-lo em pistas que oferecem oportunidades de ultrapassagem, mas com o tempo ficou claro que trata-se de mais um caminho para comercializar certas provas de maneira mais atraente para a categoria.
Esse não foi o único plano que ficou pelo caminho. A Fórmula 1 chegou a anunciar que faria seis sprints em 2022, mas os planos encontraram resistência entre os times devido ao aumento de gastos em um ano de novo regulamento e em que o teto orçamentário está diminuindo de 145 para 140 milhões de dólares.
MENOS TEMPO PARA TESTAR NOVIDADES NOS CARROS
Outra particularidade da sprint deste final de semana é que será a primeira prova do ano na Europa e, tradicionalmente, isso significa que as equipes aproveitam para levar muitas novidades para os carros. Mas a líder do mundial Ferrari já avisou que deve ter o mesmo carro da Austrália.
“Acho que será um fim de semana difícil em relação a levar novidades e tentar avaliá-las na sexta-feira porque você obviamente precisa focar na classificação. Do nosso lado, não teremos muitas novidades em Imola porque não acreditamos que é o lugar certo para testar”, explicou Mattia Binotto.
O chefe ferrarista se refere ao fato de que, em um final de semana de sprint, há apenas um treino livre de uma hora antes que o carro entra em regime de parque fechado e não pode ser mais alterado, desde a classificação na sexta até a largada no domingo. Isso faz com que o melhor seja focar na preparação do carro para o fim de semana no treino livre ao invés de testar novidades.
“Você tem que estar muito confiante com o que vai colocar no carro”, concordou o chefe da Red Bull, Christian Horner. “Então não espero que tenhamos um grande pacote.”