Daniel Dias representa País em cerimônia de encerramento tocante da Paralimpíada
A Paralimpíada de Tóquio terminou com uma cerimônia de encerramento bela e tocante. Daniel Dias…
A Paralimpíada de Tóquio terminou com uma cerimônia de encerramento bela e tocante. Daniel Dias foi o representante do Brasil, atuando como porta-bandeira e também sendo ‘empossado’ como membro do Conselho de Atletas do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), cargo que ocupará até a Paralimpíada de Paris em 2024.
O tema da festa de Tóquio foi ‘cacofonia harmoniosa’, ou seja, um caos organizado, como demonstrado nas diversas apresentações de música e dança. Também levou muito o tema ‘cidade em construção’, contando com os porta-bandeiras das delegações para completar uma réplica da Sky Tree Tower, prédio mais alto de Tóquio, que integrou uma cidade de maquetes. Tóquio foi bastante representada nos vídeos. Próxima sede paralímpica, Paris apresentou dois vídeos e transmitiu ao vivo os cidadãos franceses celebrando.
A cerimônia começou com um vídeo mostrando as mais diversas modalidades disputadas e diferentes estilos de música sendo tocados na capital japonesa, e emendou com os músicos, com diferentes deficiências, se apresentando ao vivo no Estádio Nacional, enquanto um show de luzes emulava o cruzamento de Shibuya, um dos mais movimentados de Tóquio e do mundo.
A apresentação prosseguiu com dançarinos, primeiro com breakdance, patins e bicicletas BMX, depois representações dos games de luta e, por fim, com as luzes e as pessoas mostrando como o espírito paralímpico se espalha através do mundo. Terminou com a frase ‘obrigado a todos os paralímpicos’.
Na sequência, ocorreu a parte mais protocolar da cerimônia, com o hasteamento da bandeira do Japão e o hino japonês cantado por um coral infantil. Assim como na cerimônia de abertura, foi exibido o vídeo da campanha #WeThe15 (Nós, os 15), produzido pelo Comitê Paralímpico Internacional e que pede que as pessoas com deficiência sejam tratados como pessoas normais, apenas com algumas características extras. O nome da campanha faz referência aos 15% da população mundial que tem algum tipo de deficiência.
Veio o desfile dos atletas, com a bandeira do Afeganistão começando, dessa vez com gente presente – os dois atletas do país classificados para a Paralimpíada conseguiram deixar Cabul e chegar a Tóquio a tempo de competir. Cada porta-bandeira pegava um pequeno espelho, que colava numa réplica em miniatura do Sky Tree Tower.
O Brasil foi representado por Daniel Dias. Em sua última participação nos Jogos, o nadador conquistou três bronzes e chegou a 27 medalhas paralímpicas (14 de ouro, sete de prata e seis de bronze). Dias é o maior medalhista brasileiro em Paralimpíadas e o quarto entre todos.
Com a réplica do Sky Tree completa, os dançarinos voltaram à cena para “terminar a construção” da cidade com réplicas de outros prédios. Os mascotes Miraitowa e Someity finalmente apareceram, também para ajudar nesta última parte da apresentação. Com um pequeno contratempo, a réplica da Sky Tree demorou a ser colocada na vertical, pois caiu duas vezes.
Uma nova premiação foi entregue, o prêmio ‘I’m possible’, para atletas e escolas que contribuem no movimento paralímpico no Japão e em outros países. Na sequência, Daniel Dias e outros três atletas foram apresentados como novos membros do Conselho de Atletas do IPC – outros dois também foram integrados ao órgão, mas não estavam presentes. Os quatro entregaram um buquê de flores e mascotes de pelúcia a quatro voluntários que trabalharam nos Jogos.
Após isso, uma nova parte da apresentação ocorreu, demonstrando a vida e a natureza, começando ‘na água’ e se diversificando entre plantas e animais. Músicos com deficiência voltaram a aparecer, e o destaque principal ficou para um grupo de percussionistas na música e pessoas com pernas de pau na dança. Pouco depois, dançarinos usando roupas que remetiam à cultura pop japonesa surgiram para outro show, que destacava diversos integrantes com deficiência se movimentando.
Pouco depois, a bandeira dos Jogos foi desasteada e entregue a Anne Hidalgo, prefeita de Paris, enquanto o hino paralímpico era executado. Próxima sede dos Jogos, a capital francesa começou sua parte da apresentação com um vídeo de uma dançarina representando o hino do país em linguagem de sinais.
Mais um vídeo foi apresentado pelos organizadores da Paralimpíada de Paris na sequência, com 128 pessoas cadeirantes realizando movimentos geométricos, comandadas por um coreógrafo. A transmissão mostrou cidadãos franceses que comemoravam em Paris com os medalhistas do país em Tóquio, viam uma apresentação acrobática, e celebravam a criação francesa de um sistema que permitia escrever em celulares apenas com o movimento dos olhos, permitindo a comunicação a quem não consegue se mexer. A Torre Eiffel foi representada com uma prótese em uma das ‘pernas’ e com a bandeira da próxima edição ‘hasteada’.
Após os discursos das autoridades, incluindo Andrew Parsons, brasileiro que preside o IPC, a última apresentação foi um vídeo de um cantor japonês cadeirante com a música ‘What a Wonderful World’, enquanto mais cenas dos Jogos eram transmitidas. De volta ao palco, a música foi cantada por uma artista cega e pelo coral de crianças, além de transmitida em linguagem de sinais. Imagens de pessoas de vários locais do mundo cantando apareceram no solo do Estádio Nacional. Por fim, a pira paralímpica foi apagada, mais uma queima de fogos ocorreu e as palavras ‘vejo vocês em Paris 2024″ surgiram no chão do estádio.