Em busca de recuperação, seleção da Espanha enfrenta o Chile no Maracanã
As equipes já se enfrentarem 10 vezes na história, com oito vitórias espanholas e dois empates
A derrota na estreia da Copa do Mundo 2014 para a Holanda, por surpreendentes 5 a 1, deixou atônitos os torcedores da Espanha, que depositam sobre a Fúria as esperança de um país que tenta se recuperar economicamente, passa por momento político complicado entre a Monarquia e a República, e busca símbolos de união para manter costuradas suas divisões internas.
É com esse peso nas costas que uma geração vitoriosa entra em campo para não deixar seu ciclo chegar ao fim de forma melancólica, nesta quarta-feira, às 16 horas (de Brasília), diante do Chile, no Estádio do Maracanã.
As equipes já se enfrentarem 10 vezes na história, com oito vitórias espanholas e dois empates. Pela segunda Copa consecutiva, La Roja enfrenta a seleção sul-americana precisando do resultado positivo para seguir na competição. Desta vez, no entanto, com contornos de drama. O grupo pode ser decidido não mais pelos pontos, mas pelo saldo de gols. Por isso, mudanças são esperadas na equipe europeia.
Durante a semana, no CT do Caju, em Curitiba, jogadores não escondiam que a principal dúvida estava na manutenção do estilo tiki-taka, ou seja, muita posse e toque de bola, ou entrar em campo de forma mais ofensiva. O técnico Vicente Del Bosque sinalizou com duas ou três mudanças pela necessidade de marcar os gols, mas segue reticente em modificar a formação campeã de duas Eurocopas e da Copa do Mundo de 2010.
O clima, no entanto, é de mistério, e o treinador somente revelará suas escolhas momentos antes de a bola rolar. “Tenho pronto os onze titulares, mas me permito não revelar. Quero um grupo forte até a hora da partida. Conhecer de antemão poderia alterar o ânimo dos jogadores. Vamos fazer aquilo que acreditamos ser o melhor com os jogadores que temos aqui”, disse o Míster em entrevista ao site Marca.com.
Os dois jogadores mais cotados para aparecerem no time são Pedro e Koke. Qualquer das escolhas, ou mesmo os dois, provocará uma mudança na estrutura. O experiente Xabi Alonso, que já não tem a mesma movimentação de seu auge, e Xavi estão pressionados pela má atuação contra a Laranja e são sérios candidatos a saírem do time. O brasileiro Diego Costa, que deve encontrar grande animosidade da torcida no Maracanã, a princípio deve ser mantido, mas Fernando Torres e Villa aparecem como sombras. Na zaga, Piqué também não agradou e Martinez pode ganhar uma chance.
Depois de estrear com vitória contra os australianos, o Chile poderá ser a seleção responsável por eliminar os atuais campeões do mundo do Mundial do Brasil. Se derrotar a Espanha, o Chile carimba o passaporte para a sequência da Copa do Mundo, e ainda elimina a toda poderosa Fúria, que chegou ao Brasil como favorita ao título.
“Seria lindo eliminar a Espanha. Espero poder jogar, mas isso quem decide é o técnico”, disse o volante Arturo Vidal, que ainda se recupera de cirurgia no joelho, esteve ameaçado de corte do Mundial, mas participou da estreia chilena contra a Austrália e espera seguir ajudando a “La Roja”.
“Não foi fácil. Foram muito poucos dias depois da operação. Fisicamente, não estava 100%. Acredito que agora vou estar muito melhor. Me senti muito contente, porque pude jogar mais de 45 minutos. Agora são duas partidas muito importantes que temos, espero melhorar muito e tomara que esteja 100%. Não sei se estou 100%. Mas vou tratar de buscar”, declarou.
Contra os australianos, o Chile começou a partida avassalador, mas diminuiu o ritmo e foi sufocado pelos australianos em alguns momentos. O técnico Jorge Sampaoli quer o time com mais regularidade, e trabalha para tentar corrigir as falhas defensivas da equipe. O ponto fraco dos chilenos é o jogo aéreo, já que os defensores são baixos. Na estreia, o gol adversário saiu exatamente no jogo aéreo.
FICHA TÉCNICA
ESPANHA X CHILE
Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 18 de junho de 2014, quarta-feira
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Mark Geiger (USA)
Assistentes: Sean Hurd e Joe Fletcher, ambos dos EUA
ESPANHA: Casillas; Azpilicueta, Sergio Ramos, Piqué e Alba; Xabi Alonso (Koke), Busquets, David Silva e Iniesta; Pedro e Diego Costa (Fernando Torres).
Técnico: Vicente del Bosque
CHILE: Bravo; Isla, Diaz, Jara e Mena; Medel, Aránguiz, Valdivia e Vidal; Alexis Sanchez e Vargas
Técnico: Jorge Sampaoli