Falta catimba no futebol
Dança inusitada de goleiro australiano deu o que falar nas eliminatórias
O goleiro Andrew Redmayne saiu do anonimato ao garantir a classificação da Austrália, nos pênaltis, para a Copa do Mundo do Catar. Mais do que a defesa no pênalti decisivo contra o Peru, foi a catimba de Redmayne, que dançou em cima da linha do gol, com um movimentos de pernas e braços, que confundiram o cobrador Valera.
Lances assim fazem falta no competitivo futebol de hoje que inibe inclusive jogadas individuais. Jogadores driblados, apelam, tiram satisfação, como se lances mágicos que encantam torcedores fossem proibidos. No ano passado, por exemplo, o ídolo do Fluminense Fred, apelou feio e ficou descontrolado ao levar um drible desconcertante de Ronald, do Fortaleza, no jogo em que o time nordestino venceu por 2 a 0.
Por várias vezes, o atacante Michael, foi repreendido por adversários, por causa de uma bola dominada de letra, um lance que faz parte do repertório do jogador e que foi repetido em várias oportunidades.
A dança do australiano Redmayne serviu para despertar para a falta de jogadas de efeito e lances especiais. Quem tem habilidade deve e tem o direito de dar um espetáculo a parte.
Sobram exemplos como a “defesa escorpião” do goleiro colombiano Higuita, o toque refinado de Ronaldinho Gaúcho, que batia na bola olhando para o outro lado, dribles desconcertantes e até comemorações um pouco mais extravagantes na hora do gol.