Jogos Olímpicos

Falta custa chance real de medalha a Stephan Barcha no hipismo em Paris

O carioca de 34 anos cometeu apenas uma falta, o que lhe custou quatro pontos de penalização

Stephan Barcha passou muito perto de conquistar um pódio no hipismo. Foto: Luiza Moraes - COB

MARCOS GUEDES
VERSALHES, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Stephan Barcha esteve muito perto de recolocar o hipismo do Brasil no pódio olímpico após 20 anos. Ele completou bem o percurso da pista montada nos jardins do Palácio de Versalhes, na final individual do salto, na manhã francesa de terça-feira (6), e ficou na quinta colocação -Rodrigo Pessoa abandonou sua volta após dois rápidos erros.

O carioca de 34 anos cometeu apenas uma falta, o que lhe custou quatro pontos de penalização. Com um bom tempo, 80s07, ficou atrás apenas dos atletas que não tiveram faltas, o suíço Steve Guerdat, o holandês Maikel van der Vleuten e o alemão Christian Kukuk, bronze, e do francês Julian Epaillard, que teve uma falta e o tempo 79s18 -no circuito reduzido de desempate, Kukuk foi ouro.

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“Foi a pista mais difícil que já peguei na vida, sem dúvida. São 15 saltos, vários esforços, dois duplos, um triplo, rio… Tudo o que você pode imaginar de parte técnica estava aí”, afirmou Barcha, lamentando o leve toque no obstáculo. “Foi na vara de trás da saída da primeira combinação. A vara caiu dois, três lances depois.”

“Você se sente muito perto de um grande objetivo, de um sonho da vida, que é ganhar uma medalha olímpica… É o esporte que a gente escolheu, é o mais duro, o mais difícil. É duro, mas, quando eu puser a cabeça no travesseiro, vou poder dizer que estou orgulhoso, porque foi quase, mas foi lutado, foi grandioso. Estar aqui não é para muita gente”, acrescentou.

Montando a égua Primavera, também nascida no Brasil, Stephan foi o 19º dos 30 cavaleiros a entrar na arena e assumiu a terceira colocação. Restava-lhe contar com erros dos 11 restantes, o que quase aconteceu. A partir dali, só Guerdat, também com bom tempo, 80s99, completou o percurso sem erros. Epaillard teve um erro, porém passou Barcha no cronômetro.

“Estou muito orgulhoso de todo o processo, muito orgulhoso da minha égua. Sem ela, seria impossível estar aqui. É fantástica, é uma égua que a gente formou no Brasil. Fiz todos os processos de crescimento, tenho muito a agradecer por tê-la sob a minha sela. Ela é jovem ainda, tem 12 anos, e tem um caminho pela frente”, disse o quinto colocado.

Já o experiente Rodrigo Pessoa, 51, acabou não ranqueado na decisão. Montando Major Tom, cometeu uma falta logo no primeiro obstáculo. Pouco depois, quando sua apresentação estava na casa dos 30 segundos, novo erro o fez desistir da final e poupar o animal, para aplausos do público em Versalhes.

Foi uma decepção para o cavaleiro, que estava em sua oitava edição olímpica e havia apontado grande potencial atlético em Major Tom. Pessoa é responsável ou corresponsável por todas as medalhas do Brasil no hipismo na história dos Jogos, com dois bronzes por equipes (Atlanta-1996 e Sydney-2000) e um ouro individual (Atenas-2004).