Fifa dá prêmio Fair Play ao Atlético Nacional por gesto à Chapecoense
"Só fizemos o que teríamos de fazer, que era dar um gesto de esperança", disse o presidente do time
A Fifa fez uma homenagem nesta segunda-feira ao Atlético Nacional, que, no fim de novembro, emocionou o mundo ao lotar seu estádio para lembrar os jogadores da Chapecoense, mortos em um acidente de avião. Na ocasião, o clube ainda pediu que a Conmebol desse o título da Copa Sul-Americana ao time brasileiro inclusive com o prêmio financeiro que garantiria um apoio para a recuperação do clube.
Durante a festa do Prêmio Melhor do Mundo, a Fifa organizou um momento especial na cerimônia para lembrar do clube brasileiro, que perdeu boa parte de seu elenco e toda sua comissão técnica no acidente que deixou 71 mortos no fim de novembro, quando decidiria a Copa Sul-Americana, contra o próprio Atlético Nacional. Mas, acima de tudo, prestou uma homenagem aos torcedores e aos dirigentes colombianos.
A entidade havia criado um prêmio para a melhor torcida do mundo em 2016. Mas os finalistas já estavam escolhidos quando o acidente ocorreu. Os vencedores foram as torcidas do Liverpool e do Borussia Dortmund.
Ainda assim, a Fifa optou por abrir espaço para o acidente do clube brasileiro. O Atlético Nacional foi escolhido para receber o prêmio Fair Play, simbolizado em um troféu entregue pelo ex-zagueiro do Barcelona Puyol.
“O estádio não ficou vazio”, disse a Fifa, sobre o fato de que 45 mil pessoas lotaram a arena do Atlético Nacional em respeito aos jogadores brasileiros. “Os dois times estão conectados para sempre”, apontou a entidade.
“Foi um momento muito difícil e doloroso”, disse Juan Carlos de la Cuesta, presidente do Atlético Nacional. “Só fizemos o que teríamos de fazer, que era dar um gesto de esperança”, afirmou.
Nos dias após o acidente, a Fifa ordenou a todas as federações do mundo que dedicassem um minuto de silêncio em todas as partidas de futebol em homenagem aos mortos na queda do avião que levava a Chapecoense para a Colômbia. Gianni Infantino, presidente da entidade, cancelou seus compromissos e chegou a viajar ao Brasil para o funeral.